Folha de S. Paulo


Maioria dos esportes v� patroc�nio sumir ap�s os Jogos do Rio

Passados sete meses dos Jogos Ol�mpicos do Rio, mais da metade das confedera��es esportivas brasileiras perdeu patroc�nio, est� sem apoio ou prev� uma fuga maci�a de investimentos no ciclo que termina em 2020, em T�quio.

Levantamento feito pela Folha aponta que dez entidades perderam algum tipo de apoio ap�s a Rio-2016 ou ao longo do ano e cinco j� n�o possu�am patroc�nio nem t�m expectativa de obt�-lo.

Outras sete vivem situa��o de impasse, sem saber se ter�o v�nculos com importantes empresas estatais renovados para os pr�ximos anos.

Apenas cinco das confedera��es consultadas disseram ter mantido ou acrescentado patrocinadores � sua lista.

A situa��o se agrava porque duas das principais estatais do pa�s, a Caixa e a Petrobras, ainda n�o definiram a quem v�o manter o apoio nos pr�ximos anos. A exce��o � o remo, cuja confedera��o afirmou � reportagem que o aporte de R$ 1,5 milh�o da Petrobras n�o ser� renovado.

Os investidores t�m retirado os projetos sobretudo por dois motivos: crise econ�mica e fragilidade administrativa das confedera��es.

"Pesos-pesados" do cen�rio ol�mpico brasileiro como atletismo, basquete e desportos aqu�ticos atravessam situa��o de agonia em rela��o � retra��o de investimento.

A CBAt (confedera��o de atletismo) perdeu o apoio da Globo, de R$ 1,5 milh�o por ano, e ainda espera decis�o da Caixa, que lhe injetou R$ 90 milh�es entre 2013 e 2016.

"Vamos perder 20% do nosso or�amento para 2017", afirmou a confedera��o, em nota, para em seguida salientar que fez corte de pessoal.

Impacto nos resultados � algo que o basquete e os desportos aqu�ticos dificilmente conseguir�o evitar.

A CBB (confedera��o de basquete), que ostenta d�vida superior a R$ 17 milh�es e na sexta (10) elegeu Guy Peixoto J�nior como seu novo presidente, perdeu R$ 8,5 milh�es ao ano do Bradesco.

A CBDA (aqu�ticos) tamb�m perdeu repasse do banco. Mas tamb�m viu as sa�das da Sadia e um corte profundo dos Correios. Ao todo, o superintendente Ricardo de Moura estima em 75% de perda na compara��o com 2016.

"Tivemos de adaptar eventos � nova realidade", disse. Entre as medidas est� mandar s� dez nadadores ao Mundial da Hungria, em julho.

J� a confedera��o de handebol, que tem sele��es de n�vel mundial, afirmou que foi necess�ria "readequa��o de planejamento" ap�s perder o fornecedor de material esportivo e manter s� um ter�o do que levava dos Correios.

AS CONFEDERA��ES AP�S OS JOGOS DO RIO - Em queda

AS CONFEDERA��ES AP�S OS JOGOS DO RIO - Impasse

O mais preocupante � que o dinheiro n�o chegar� � prepara��o de atletas. O t�nis de mesa, que tem hoje em Hugo Calderano pela primeira vez um atleta entre os 23 melhores do mundo, viu suas verbas ca�rem 45% ante 2016.

"Houve corte nos eventos organizados pela CBTM nesta temporada, al�m do corte de custos para o envio de atletas para competi��es internacionais", disse a confedera��o em nota. Dos 17 torneios a que as sele��es foram em 2016, neste ano ser�o s� seis.

At� o COB (Comit� Ol�mpico do Brasil) est� sem patrocinadores privados –perdeu Nike, Nissan e Bradesco.

Com menor arrecada��o em rela��o a 2016, o comit� diminuiu e reformulou o repasse da Lei Piva �s confedera��es. Tiro esportivo, tiro com arco, badminton e pentatlo moderno s�o entidades que dependem �nica e exclusivamente desta verba.

"O preju�zo [de R$ 800 mil] que tivemos foi s�rio e n�o h� como recompor", disse Durval Balen, chefe da confedera��o de tiro esportivo.

AS CONFEDERA��ES AP�S OS JOGOS DO RIO - Na mesma (ou melhor)

AS CONFEDERA��ES AP�S OS JOGOS DO RIO - Sem perspectiva

ILESO, JUD� PAGA B�NUS E FECHA BASE NO JAP�O

Em meio � debandada de investimentos para as confedera��es esportivas ol�mpicas ap�s os Jogos do Rio, jud� e r�gbi t�m passado praticamente ilesos � crise.

Esporte que mais medalhas ol�mpicas deu ao Brasil (22), tr�s delas no Rio, o jud� renovou com seis dos sete patrocinadores e apoiadores que despejaram dinheiro nos tatames no ciclo at� 2016: Bradesco, Cielo, Mizuno, Infraero, Scania e Globo.

A �nica pend�ncia � a Petrobras, que ainda avalia que investimentos far� para o pr�ximo ciclo. Entre 2013 e 2016, a estatal repassou cerca de R$ 20 milh�es � confedera��o.

A CBJ (confedera��o brasileira) diz que n�o ter� grande redu��o em seu or�amento para o ciclo que se encerra em T�quio. "Nosso terremoto na escala Richter n�o chegou a grau 3", afirmou Paulo Wanderley, que chefiou a entidade at� este m�s e � vice do Comit� Ol�mpico do Brasil.

O dirigente afirmou que a entidade distribuir� R$ 1,5 milh�o entre os medalhistas ol�mpicos e mundiais, como incentivo. A cada semestre � feita uma reavalia��o, que define o quanto ser� repassado a cada um.

O jud� brasileiro j� definiu onde far� sua aclimata��o antes dos Jogos Ol�mpicos de 2020. At� 60 pessoas, entre atletas, t�cnicos, profissionais de sa�de e oficiais v�o passar as duas semanas que antecedem a Olimp�ada na cidade de Hamamatsu, cerca de 200 km distante de T�quio.

A CBRu (confedera��o de r�gbi) acrescentou os Correios � sua lista de patrocinadores e afirmou que ter� um or�amento em 2017 maior do que o realizado em 2016.


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