Folha de S. Paulo


Escolas precisam de padr�es claros, diz executivo do Instituto Unibanco

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A educa��o brasileira sofre com todo tipo de gargalo: da forma��o inadequada de professores, passando pela falta de um curr�culo nacional, � falta de recursos. A forma de melhorar os resultados de aprendizagem, mesmo dentro dos constrangimentos que o sistema imp�e, � por meio de padr�es e protocolos da gest�o em educa��o.

Esse foi o principal argumento do superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, em sua palestra na manh� desta quarta-feira (2) no Semin�rio Internacional Caminhos para a Qualidade da Educa��o P�blica: Gest�o Escolar, promovido pelo Instituto Unibanco e pela Folha, em S�o Paulo.

Henriques, que tamb�m � professor de economia e foi secret�rio de Direitos Humanos no Rio de Janeiro, disse que o Brasil n�o est� conseguindo fazer crescer a aprendizagem.

Em 2013, por exemplo, apenas 54% dos estudantes brasileiros terminaram de cursar o ensino m�dio com no m�ximo um ano de atraso. No Chile, foram 87%. No mesmo ano, os dados do Ideb (�ndice de Desenvolvimento da Educa��o B�sica) mostraram que a nota do segmento caiu.

O executivo do Instituto Unibanco frisa que a gest�o n�o � a "solu��o m�gica" para todos os problemas da educa��o do pa�s, mas que era um "componente pouco glamourizado" e "uma vari�vel radicalmente necess�ria" para o sistema. "A [boa] gest�o pode harmonizar o processo e o uso dos recursos dispon�veis. Ela permite, face a todas as adversidades estruturais, um padr�o m�nimo de qualidade."

A principal vantagem, segundo o especialista, � que possibilita criar um m�todo no qual os padr�es regulat�rios e protocolos de a��o possam ser reproduzidos e que, sobretudo, promovam a corresponsabiliza��o dos atores envolvidos no processo educativo.

Sobre a autonomia das escolas, Henriques defendeu que ela deve existir dentro de padr�es pedag�gicos e administrativos que facilitem o cotidiano da escola. "O mundo da pedagogia � resistente � ideia, pois a padroniza��o inibiria a inova��o. Mas, na pr�tica, a autonomia exercida sob o vazio, sem padr�es, aumenta a desigualdade. As rotinas devem estar focadas no direito fundamental, que � o direito ao aprendizado, mas o cotidiano das escolas nem sempre est� orientado para esse resultado."

Para o economista, o aprendizado "precisa deixar de ser abstrato e passar a ser tang�vel e concreto", com foco em uma agenda de resultados que possua uma m�trica clara, como � o Ideb, por exemplo.

Bruno Santos/Folhapress
Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco
Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco

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