Folha de S. Paulo


Com PM em greve, ES tem aumento de viol�ncia e pede ajuda do Ex�rcito

Gilson Borba/Futura Press/Folhapress
As aulas foram suspensas nesta segunda devido � falta de seguran�a nas ruas de Vit�ria
As aulas foram suspensas nesta segunda devido � falta de seguran�a nas ruas de Vit�ria

A greve de policiais militares no Esp�rito Santo provocou uma onda de viol�ncia que resultou em mortes, saques, interrup��o de aulas nas escolas, paralisa��o de �nibus e fechamento de shoppings na Grande Vit�ria.

A escalada de viol�ncia ap�s a deflagra��o da greve, na �ltima sexta (3), fez o Estado pedir apoio da For�a Nacional e do Ex�rcito. O governo federal enviou 200 homens da For�a Nacional, al�m de militares, que j� estavam nas ruas da capital no in�cio da noite desta segunda (6).

Desde s�bado (4), foram registrados 52 homic�dios no Estado, contra uma m�dia de quatro por dia, segundo o Sindicato dos Policiais Civis do ES. O governo n�o deu um balan�o oficial. Pelo menos dois �nibus foram incendiados, e houve saques em lojas.

O DML (Departamento de Medicina Legal) ficou superlotado. Com 12 geladeiras, n�o tinha lugar apropriado para armazenar todos os corpos –16 permaneciam no ch�o. O Estado diz que uma for�a-tarefa agilizaria os trabalhos.

Com o avan�o da viol�ncia, moradores relatam o medo de andar nas ruas de Vit�ria at� de dia, o que fez seis shoppings ficarem fechados � tarde, com receio de saques.

As ruas da capital capixaba tamb�m ficaram vazias, j� que comerciantes evitaram abrir as portas e o transporte coletivo foi paralisado.

A Prefeitura de Vit�ria ainda suspendeu as aulas nas escolas municipais, o expediente nas reparti��es e o atendimento em unidades de sa�de –at� a vacina��o contra a febre amarela foi atingida.

"A paralisa��o estava marcada para as 16h, mas �s 14h j� n�o havia �nibus no terminal de Itacib�. Muita gente teve de usar t�xi", afirmou a auxiliar de servi�os gerais Patr�cia Moraes, 33.

Em Serra, passageiros pegaram por conta pr�pria um �nibus que estava parado no terminal de Carapina. O ve�culo foi invadido e um usu�rio deixou a esta��o dirigindo.

O dentista Leonardo Regiani, 34, viu 8 de 12 pacientes desmarcarem consultas. "O maior problema � a indefini��o. N�o sabemos at� quando isso vai durar. At� para pagar contas est� complicado, j� que os bancos est�o fechando."

MULTA

Desde sexta, familiares de policiais fazem manifesta��es em frente aos batalh�es da corpora��o. Dizem que visam impedir a sa�da de carros para o patrulhamento.

O envolvimento de parentes tenta evitar a exposi��o dos PMs, proibidos pela Constitui��o de fazerem greve.

Escalada de homic�dios no Estado - Em tr�s dias foram registrados 52 casos

At� por isso, associa��es da categoria negam estar na organiza��o, embora apoiem o movimento grevista.

Nesta segunda, o Tribunal de Justi�a do ES considerou a paralisa��o ilegal, sob pena de multa de R$ 100 mil para as associa��es de PMs. Determinou ainda que sejam desobstru�dos os acessos aos batalh�es. Para o desembargador Robson Luiz Albanez, trata-se de uma "greve branca" e "velada" dos policiais.

As reivindica��es dos grevistas incluem melhores condi��es de trabalho, reajuste salarial e adicionais por periculosidade e jornada noturna, mas ainda n�o foi divulgada uma pauta fechada.

Segundo o presidente da Associa��o de Cabos e Soldados da PM do Estado, Renato Martins Concei��o, o movimento deve pedir at� 65% de reajuste, em um per�odo que pode exceder um ano.

Esp�rito Santo - Em %

O Clube dos Oficiais da PM do ES calculou, desde 2007, uma perda de 43% nos reajustes, e a infla��o acumulada desde a �ltima reposi��o, em abril de 2014, � de 22,5%.

Uma das nove mulheres de PMs que integram comiss�o para tratar do tema diz que os manifestantes n�o foram notificados da decis�o da Justi�a sobre as desobstru��es. Por isso, segundo ela, os protestos seriam mantidos.

O secret�rio da Seguran�a P�blica, Andr� Garcia, anunciou a troca do comando da PM no Estado. O coronel La�rcio Oliveira foi substitu�do por Newton Rodrigues.

Como o governador Paulo Hartung (PMDB) est� de licen�a m�dica ap�s retirar um tumor na bexiga, o vice, Cesar Colnago, ficar� no cargo at� dia 12. O Estado afirma que n�o negociar� enquanto os PMs n�o estiverem nas ruas.


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