Folha de S. Paulo


Rio tenta conter expans�o da cidade, mas Jogos atraem projetos a oeste

Ap�s mais de quatro s�culos avan�ando a ocupa��o urbana a oeste, o Rio comemora 450 anos neste domingo (1�) esbo�ando frear a expans�o. Ainda em passos iniciais, a cidade planeja reabitar o centro e impor limites para a ocupa��o de seu territ�rio.

A mudan�a agora ocorre principalmente com o investimento de R$ 8 bilh�es na revitaliza��o da zona portu�ria. O objetivo � atrair moradias para o centro, onde vivem apenas 5% dos 6,4 milh�es de habitantes.

Esse plano sofre concorr�ncia da Olimp�ada de 2016. A Barra (zona oeste) ser� o principal palco dos Jogos, viabilizados por empreendimentos imobili�rios no que seria o limite ideal da cidade.

Daniel Marenco/Folhapress
Vista da Praia Vermelha, Pao-de-Acucar e Copacabana. Ensaio fotografico para aniversario de 450 anos do Rio de Janeiro.
Vista da Praia Vermelha, P�o-de-A��car e Copacabana.

Fundada em 1� de mar�o de 1565, entre o morro Cara de C�o e o P�o de A��car, na zona sul, a cidade teve seu povoamento a partir do morro do Castelo, na regi�o central. Concentrou sua ocupa��o na entrada da ba�a de Guanabara, regi�o demarcada por quatro morros -tr�s sofreriam desmonte- e diversos manguezais -aterrados.

A expans�o urbana se deu no s�culo 19, saindo do centro e circundando o maci�o da Tijuca. Ao norte, seguiu a linha f�rrea. Ao sul, o litoral.

A agenda at� o quinto centen�rio � m�ltipla. Reduzir as desigualdades, reformar as moradias, com urbaniza��o e saneamento em favela, e qualificar as novas gera��es.

Quase 20% vivem no que o IBGE chama de aglomera��es subnormais, vis�veis nas favelas que desenham morros. "Na hist�ria dessa cidade, os �nicos que constru�ram casas para os pobres foram os pr�prios pobres", disse o arquiteto Augusto Ivan.

A prefeitura contratou mais de 60 mil habita��es pelo Minha Casa, Minha Vida e urbanizou favelas com o Morar Carioca.

Para o prefeito Eduardo Paes (PMDB), a Olimp�ada consolida a ocupa��o de uma �rea j� habitada e n�o amea�a reocupar o centro. O oeste tem 40% da popula��o, enquanto as �reas centrais somam pr�dios abandonados.

Para os cr�ticos, a contradi��o resume uma marca da cidade em sua hist�ria: a falta de planejamento urbano.

A expans�o em dire��o ao maci�o da Pedra Branca, na zona oeste, fez a cidade reencontrar desafios de sua origem: regi�es alagadi�as na base dos morros. Desde maio de 2013, decreto pro�be novas licen�as em Guaratiba e nas Vargens, mas abre exce��o para instala��es ol�mpicas. "A pol�tica � amb�gua. O discurso � num sentido e a pr�tica na outra", diz S�rgio Magalh�es, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil.


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