Grandezas e mis�rias de agosto

RIO DE JANEIRO - Come�a no dia 25 o julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado. Como esta fase levar� no m�ximo tr�s dias, o processo estar� conclu�do antes do fim do m�s. Com isso, agosto, um m�s marcado por fatos dram�ticos na hist�ria do Brasil — o suic�dio de Getulio Vargas em 1954, a ren�ncia de J�nio Quadros em 1961, a morte de Juscelino Kubitschek em 1976 – ganhar� mais um motivo para ser chamado de aziago. �, disparado, o m�s mais impopular do ano.

E, de fato, coisas horr�veis j� aconteceram em agosto — diante das quais o impeachment de um presidente, por mais grave, n�o pega nem aspirante. Algumas: a erup��o do Ves�vio que sepultou Pompeia, em 79 d.C.; a Noite de S�o Bartolomeu, em Paris, em 1572; a primeira execu��o pela guilhotina, em 1792; o come�o da Grande Guerra, em 1914; o assassinato de Garcia Lorca, na Espanha, em 1936; o lan�amento da bomba sobre Hiroshima, em 1945; e a morte de tanta gente querida, como Balzac, Julio Verne, Euclides da Cunha, Enrico Caruso, Carmen Miranda, Marilyn Monroe, Carlos Drummond.

Em compensa��o, coisas maravilhosas tamb�m aconteceram em agosto: a inaugura��o da Capela Sistina, no Vaticano, em 1483; a Declara��o dos Direitos Humanos, na Fran�a, em 1785; a cria��o da Cruz Vermelha, em Genebra, em 1863; e o nascimento de pessoas que, um dia, seriam t�o admiradas, como Conf�cio, Goethe, o Aleijadinho, Tiradentes, Hegel, Oswaldo Cruz, Hitchcock, Louis Armstrong, Jorge Lu�s Borges, dr. Albert Sabin, Nelson Rodrigues, Aracy de Almeida e at� Usain Bolt.

Donde n�o faz sentido responsabilizar um inocente m�s pelas nossas grandezas ou mis�rias.

Em tempo: para arrolar as efem�rides acima, n�o me vali apenas da mem�ria. Fui ao �rg�o que substituiu e aposentou o Almanaque Capivarol: o Google.