Folha de S. Paulo


Enfim, juntos

S�O PAULO - As revela��es do empres�rio Ricardo Pessoa aos investigadores da Opera��o Lava Jato deixaram o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, numa posi��o delicada, em que o seu futuro e o da presidente Dilma Rousseff parecem entrela�ados de forma irrevers�vel.

Pessoa deu R$ 7,5 milh�es para a campanha de Dilma no ano passado. Foi tudo declarado � Justi�a Eleitoral como a lei manda, mas o depoimento do empreiteiro lan�ou a suspeita de que dinheiro desviado da Petrobras pode ter sido transferido diretamente para o comit� da presidente.

O empres�rio diz que s� fez a contribui��o porque se sentiu amea�ado pelo ent�o tesoureiro da campanha, Edinho Silva, hoje chefe da Secretaria de Comunica��o Social do Planalto. Edinho nega ter torcido o bra�o de Pessoa para conseguir o dinheiro.

Caber� a Janot decidir se a palavra do empreiteiro � suficiente para justificar uma investiga��o sobre Edinho. A decis�o � importante para o futuro de Janot porque em agosto os procuradores da Rep�blica ir�o �s urnas indicar se querem mant�-lo no cargo ou preferem outra pessoa no seu lugar. Uma demonstra��o de independ�ncia em rela��o ao governo poder� fazer toda diferen�a nessa hora.

Para continuar no cargo, Janot depende da boa vontade da presidente. Cabe a Dilma nomear o procurador-geral, e a praxe sugere que ela siga a vontade expressa pela categoria na elei��o interna. Mas a abertura de uma investiga��o contra um ministro palaciano ampliaria o fosso ao redor da presidente, num momento em que a oposi��o busca novos pretextos para pedir sua cabe�a.

Se Janot for o mais votado na elei��o interna e Dilma preteri-lo, ela ser� acusada de tentar bloquear o avan�o da Lava Jato. Se renovar o mandato do procurador, a presidente criar� mais dificuldades para seu governo e contrariar� o PMDB, que declarou guerra a Janot em mar�o, quando ele incluiu os integrantes da c�pula do partido na lista de pol�ticos investigados pela Lava Jato.


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