Folha de S. Paulo


O dia seguinte

S�O PAULO - No discurso que fez ap�s sua reelei��o como presidente do PSDB, na conven��o de domingo (5), o senador mineiro A�cio Neves disse que o programa de ajuste econ�mico executado pela presidente Dilma Rousseff n�o serve.

"Esse ajuste fiscal de p�ssima qualidade, baseado no aumento de impostos por um lado e restri��o dos investimentos ou de direitos trabalhistas do outro n�o resolver� as contradi��es desse governo", afirmou A�cio. Para o tucano, o corte feito nos investimentos � "inaceit�vel".

A�cio n�o apresentou uma receita alternativa, mas os economistas que assessoram os tucanos sabem que � imposs�vel reequilibrar o or�amento do governo sem arrecadar mais impostos e cortar investimentos, porque as outras op��es s�o politicamente invi�veis no cen�rio atual.

Uma reforma profunda da Previd�ncia Social, por exemplo, poderia ajudar a conter a expans�o da principal despesa do governo, mas dificilmente teria apoio no Congresso.

Os tucanos que o digam. Nos �ltimos tempos, eles se uniram ao PMDB para aprovar v�rios projetos que contrariam o discurso de A�cio e contribuem para aumentar as despesas do governo, incluindo uma nova f�rmula para o c�lculo das aposentadorias, a extens�o dos reajustes do sal�rio m�nimo aos benef�cios da Previd�ncia e um aumento salarial para os funcion�rios dos tribunais federais.

Ao apoiar essas medidas, o objetivo de A�cio e seus aliados foi criar dificuldades para o governo e assim manter Dilma no canto do ringue em que ela est� h� meses, apanhando nas cordas e sem condi��es de reagir.

Ningu�m � capaz de prever o desfecho da crise, mas os tucanos parecem desprezar os riscos dessa estrat�gia. Na corrida presidencial do ano passado, A�cio dizia que uma vit�ria da oposi��o bastaria para recuperar rapidamente a confian�a dos investidores e reerguer a economia. Agora, se Dilma for a nocaute e os tucanos conseguirem voltar ao poder, � improv�vel que isso seja suficiente.


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