Folha de S. Paulo


O lado de Tombini

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a desconcertar a pra�a na semana passada. Ao explicar as raz�es que levaram a institui��o a baixar novamente a taxa b�sica de juros neste m�s, ele avisou que o pa�s ter� em breve juros de um d�gito.

Vai demorar at� que isso fa�a alguma diferen�a para quem vive pendurado no cheque especial e v� a fatura do cart�o de cr�dito engordar todo m�s. Mas a novidade provocou alarido em bancos e consultorias pagos para decifrar os comunicados do BC e adivinhar o futuro.

Os analistas do mercado acham que o Banco Central comunica suas decis�es de forma err�tica. Uma hora parece que Tombini est� preocupado com a infla��o e vai interromper a queda dos juros, como o BC sugeriu em dezembro. Outra hora ele indica o contr�rio, como na �ltima semana.

Mas ningu�m precisa saber o que � um modelo anal�tico estoc�stico bayesiano para descobrir de que lado Tombini est�. Sob o seu comando, o BC est� fazendo o que a presidente Dilma Rousseff espera que fa�a.

Dilma quer que a economia cres�a com mais vigor neste ano e acha que a crise externa criou uma oportunidade para levar as taxas de juros do pa�s a n�veis civilizados. Se for preciso aceitar uma infla��o um pouco maior para cumprir os dois objetivos, ningu�m perder� o sono em Bras�lia.

Aos olhos de Dilma, Tombini sempre pareceu o homem certo para a miss�o. Em 2008, quando Henrique Meirelles presidia o BC, a institui��o reagiu � eclos�o da crise internacional seguindo o manual e subiu os juros. Tombini, que fazia parte da diretoria do banco, foi contra a medida.

Meirelles teve grande autonomia nos oito anos em que esteve � frente do Banco Central, porque poucos confiavam na capacidade do PT de conduzir a economia. Esse medo passou. Tombini ganhou a confian�a dos petistas porque trabalha com discri��o e em sintonia com Dilma. Seu futuro depende mais disso do que da boa vontade do mercado.


Endere�o da p�gina: