"E os ateus?" A pergunta se repetiu em mais de uma centena de emails que inundaram a caixa de mensagens da ombudsman desde ter�a, 22. Leitores questionavam a exclus�o de ateus e agn�sticos de debate que acontecer� no dia 29, em S�o Paulo, promovido pela Folha.
O jornal anunciou a realiza��o do encontro, que discutir� o papel das religi�es na crise do Brasil, com a presen�a do cardeal dom Odilo Scherer (arcebispo cat�lico de S�o Paulo), do xeque Houssam el Boustani (mu�ulmano), do reverendo Davi Charles Gomes (presbiteriano) e do rabino Michel Schlesinger (Congrega��o Israelita Paulista).
Mensagens cobravam representantes de religi�es de matrizes africanas e de esp�ritas, mas a maioria reclamava da aus�ncia de ate�stas.
A onda de emails foi estimulada por uma entidade denominada Atea (Associa��o Brasileira de Ateus e Agn�sticos), cujo presidente exortou associados e seguidores a se queixarem. Grande parte das mensagens tinha trechos id�nticos e argumentava que o debate sem um ateu seria um "mon�logo".
Segundo o Censo 2010, do IBGE, 64,6% dos brasileiros se dizem cat�licos, 22,2% evang�licos, 2% esp�ritas, 3% s�o adeptos de umbanda e/ou candombl� e as outras religi�es, somadas, atingem 2,7%. Os que dizem n�o ter religi�o s�o 8%.
Para a editora de Treinamento e Semin�rios, Suzana Singer, n�o estar� em discuss�o o Estado laico. "N�o h� raz�o para chamar um representante ateu. Para garantir um debate din�mico, limitamos o n�mero de palestrantes a quatro denomina��es religiosas, sem a inten��o de refletir a distribui��o de credos na popula��o brasileira"
N�o acho que a organiza��o de um debate deva necessariamente obedecer a divis�o religiosa do pa�s. No entanto, faltou crit�rio claro na composi��o da mesa. A mim, causou surpresa a aus�ncia de representante do neopentecostalismo, uma das maiores e mais atuantes for�as pol�tico-religiosas brasileiras.
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