Folha de S. Paulo


A ignor�ncia n�o tem pre�o

Para todo esse movimento em torno da redu��o da tarifa dos transportes p�blicos n�o se transformar numa bobagem passageira, existe um debate s�rio a ser realizado. � uma discuss�o ainda superficial -e deve envolver toda a sociedade, n�o s� os manifestantes.

Suponha-se que os governantes topem reduzir as tarifas. Pergunta �bvia: qual seria o custo? Segunda pergunta �bvia: de onde sairia o dinheiro? Poderia sair da educa��o ou da sa�de? Talvez da redu��o da d�vida?

A pergunta essencial: quais devem ser as prioridades de uma cidade? O or�amento deve refletir essas prioridades e cortar o que � desnecess�rio.

A verdade � que o cidad�o n�o acompanha nem sabe como � gasto seu dinheiro. Nem v� os lobbies por tr�s das decis�es. Quanta se paga pelos lobbies das corpora��es de funcion�rios p�blicos?

Nem sabe que paga quatro meses por ano de sal�rio apenas para manter o poder p�blico. No fundo, � como se n�o fosse nosso dinheiro.

Quando se gastam bilh�es para pagar est�dios de futebol, o dinheiro saiu de algum lugar. O que se deixou de fazer?

N�o existe verdadeira cidadania sem que todos saibam como se realiza um or�amento. Nem imaginam que o pior do pa�s n�o � a corrup��o, mas o desperd�cio legalizado.

Por isso, defendo que or�amento deveria ser mat�ria obrigat�ria na escolas -talvez um bom jeito de ensinar assuntos como matem�tica e estudos sociais.

Vivemos na ignor�ncia generalizada da cidadania.


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