Folha de S. Paulo


A anticandidata da esquerda

BRAS�LIA - A disputa pela presid�ncia da C�mara ter� dois favoritos, alguns azar�es e uma anticandidata: a deputada Luiza Erundina, do PSOL. Aos 81 anos, ela se lan�ou ontem como alternativa de esquerda � sucess�o de Eduardo Cunha.

Sem chances reais de vencer, a ex-prefeita quer marcar posi��o contra o duelo entre Rog�rio Rosso, do PSD, e Rodrigo Maia, do DEM. Ela acusa os dois de participarem de um acord�o com o Planalto para salvar o mandato do correntista su��o. "� um jogo de cartas marcadas. Um representa o Cunha, outro o Temer. E os dois representam o retrocesso", afirma.

A deputada decidiu se lan�ar quando parte do PT passou a negociar uma alian�a com Maia. O ex-ministro Tarso Genro, principal voz da esquerda do partido, definiu a estrat�gia como "sombria e suicida".

Para Erundina, qualquer negocia��o com o DEM � "incompreens�vel". "Foi por causa desse pragmatismo absurdo que o PT e o governo Dilma chegaram ao ponto que chegaram", critica. "Estamos vendo um partido submisso e sem compromisso com sua hist�ria." Depois que conversamos, a sigla desistiu da alian�a, mas n�o descartou apoiar Maia em caso de segundo turno contra Rosso.

Apesar das cr�ticas ao PT, que deixou em 1998, Erundina busca votos dos ex-companheiros. Ela se reaproximou das bases do partido ao combater o impeachment e se refere ao governo Temer como "golpista" e "ileg�timo". A ex-prefeita tamb�m ataca o centr�o, representado por Rosso e subordinado a Cunha: "� um ajuntamento de interesses fisiol�gicos e personalistas", afirma.

Rec�m-filiada ao PSOL, que tem apenas seis deputados, Erundina reconhece ter chances remotas na elei��o da C�mara. A situa��o deve se repetir em outubro, quando ela voltar� a disputar a Prefeitura de S�o Paulo. "�s vezes o processo � mais importante que o resultado. Esse jogo no Congresso precisa ser desmascarado. Nossa candidatura � para alertar a sociedade para isso", afirma.


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