n�s precursoras do TEA at� o TEA propriamente dito. De acordo com Mas (2018), foram
analisadas detalhadamente as edi��es e revis�es do Manual Diagn�stico e Estat�stico de
Transtornos Mentais (DSM), com a finalidade de contribuir com as discuss�es pol�ticas da
inf�ncia no campo da Sa�de Mental, mostrando como o autismo, nos seus prim�rdios, era
considerado apenas sintoma de uma afec��o – a esquizofrenia – e, com o passar das edi��es do
DSM, foi sendo transformado em um dos principais diagn�sticos psiqui�tricos para a crian�a
atualmente.
Procurou-se estabelecer rela��es entre cada nova edi��o e o fortalecimento da
psiquiatria enquanto campo detentor do fazer com a loucura infantil, com a crescente influ�ncia
da farmacologia e das neuroci�ncias, que foram decisivos para o desenvolvimento de
procedimentos classificat�rios baseados na descri��o do comportamento, favorecendo a
indica��o de terapias cognitivo-comportamentais (Coutinho et al., 2013).
Esse caminho levou em considera��o crit�rios como: a) a quantidade de sinais
indicativos de transtornos t�picos da inf�ncia; b) quais deles se ajustaram ao campo do que
futuramente foi nomeado como TEA; c) como tais sinais se modificaram ao longo do tempo;
d) quais sinais se ligaram com maior frequ�ncia e conexidade entre si ao longo do tempo; e e)
se houve aumento ou diminui��o da precis�o descritiva de tais sinais de uma edi��o para outra.
3 DA IDIOTIA � LOUCURA
A apresenta��o da hist�ria da psiquiatria infantil � uma tarefa atravessada por muitos
detalhes, como os aspectos gen�ticos, neurol�gicos e som�ticos de um ser biologicamente
imaturo, bem como os fen�menos ps�quicos, os fatores sociais e culturais determinantes que
dizem respeito � constitui��o da crian�a (Cirino, 2015). Apesar dessa complexidade, Oscar
Cirino (2015), em seu texto Genealogia da psiquiatria da inf�ncia, concebe tr�s perspectivas
para a apresenta��o do caminho percorrido pelo campo m�dico, na composi��o da psiquiatria
infantil: a perspectiva Descritiva, a Epistemol�gica e a Geneal�gica.
Entre as tr�s, a perspectiva epistemol�gica se configura como uma da mais relevantes
ao desenvolvimento desse cap�tulo da pesquisa, uma vez que oferece meios de investigar a
constru��o dos diferentes conceitos e no��es presentes tanto nos tratados de psiquiatria e
psicopatologia como nas teorias psicol�gicas e pedag�gicas sobre a crian�a.
Um dos principais artigos encontrados sobre a Hist�ria da Psiquiatria Infantil, A cl�nica
psiqui�trica da crian�a: um estudo hist�rico, 1983, de Paul Bercherie, problematizou estudos
elaborados por m�dicos como Phillipe Pinel, Esquirol, S�guin, Morel, Sante de Sanctis, Meyer,
Gesell e Leo Kanner, com o objetivo de esclarecer a g�nese e o desenvolvimento de