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Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.9|e3131| p.01-06 |2023
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Bruna Santos Massaroni, Rosimara Keler da Silva, Rutileia Keler da Silva, Aneri
Francisca Silva Costa, Lauzidete de Oliveira Leite, Tarcisio Bigui Ribeiro, Edina Moreira da Silva,
Elisangela Bento de Souza
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O AUTISMO: DA DESCOBERTA AO TRATAMENTO
AUTISM: FROM DISCOVERY TO TREATMENT
AUTISMO: DEL DESCUBRIMIENTO AL TRATAMIENTO
Bruna Santos Massaroni1
Rosimara Keler da Silva2
Rutileia Keler da Silva3
Aneri Francisca Silva Costa4
Lauzidete de Oliveira Leite5
Tarcisio Bigui Ribeiro6
Edina Moreira da Silva7
Elisangela Bento de Souza8
DOI: 10.54751/revistafoco.v16n9-105
Recebido em: 21 de Agosto de 2023
Aceito em: 18 de Setembro de 2023
RESUMO
O autismo � um transtorno no desenvolvimento neurol�gico da crian�a caracterizado
por d�ficit na comunica��o social verbal e n�o verbal, socializa��o e mudan�as no
comportamento. Sendo na maioria das vezes identificado entre os 12 a 24 meses de
idade e foi inicialmente descrita pelo Dr. Leo Kanner, na primeira descri��o dada por
ele, em 1943, no artigo intitulado: Dist�rbios Aut�sticos do Contato Afetivo (Autistic
disturbances of affective contact), na revsta Nervous Children, n�mero 2, p�ginas 217-
250. O Dr. Kanner fez uma descri��o cuidadosa e detalhada dos comportamentos
1 Mestranda em Ci�ncias da Educa��o pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). Centro Estadual de
Ensino Fundamental e M�dio em Tempo Integral “Senador Dirceu Cardoso”. Rua Eduardo Carlos Cabral, s/n, B. S�o
Pedro, Muqui – ES, CEP: 29480-000. E-mail: bsmassaroni1@gmail.com
2 Mestranda em Ci�ncias da Educa��o pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). Centro Estadual de
Ensino Fundamental e M�dio em Tempo Integral “Senador Dirceu Cardoso”. Rua Eduardo Carlos Cabral, s/n, B. S�o
Pedro, Muqui – ES, CEP: 29480-000. E-mail: rosimarakeler@hotmail.com
3 Mestranda em Ci�ncias da Educa��o pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). Centro Estadual de
Ensino Fundamental e M�dio em Tempo Integral “Senador Dirceu Cardoso”. Rua Eduardo Carlos Cabral, s/n, B. S�o
Pedro, Muqui – ES, CEP: 29480-000. E-mail: rutileiakeler@hotmail.com
4 Mestranda em Ci�ncias da Educa��o pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). CEEFMTI “Senador
Dirceu Cardoso”. Rua Eduardo Carlos Cabral, s/n�, B. S�o Pedro, Muqui – ES, CEP: 29480-000.
E-mail: anerisilva@hotmail.com
5 Mestranda em Ci�ncias da Educa��o pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). Centro Estadual de
Ensino Fundamental e M�dio em Tempo Integral “Senador Dirceu Cardoso”. Rua Eduardo Carlos Cabral, s/n, B. S�o
Pedro, Muqui – ES, CEP: 29480-000. E-mail: lazaleite@yahoo.com.br
6 Mestrando em Ci�ncias da Educa��o pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). Centro Estadual de
Ensino Fundamental e M�dio em Tempo Integral “Senador Dirceu Cardoso”. Rua Eduardo Carlos Cabral, s/n, B. S�o
Pedro, Muqui – ES, CEP: 29480-000. E-mail: tarcisiobighi@gmail.com
7 Mestranda em Ci�ncias da Educa��o pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). Centro Estadual de
Ensino Fundamental e M�dio em Tempo Integral “Senador Dirceu Cardoso”. Rua Eduardo Carlos Cabral, s/n, B. S�o
Pedro, Muqui – ES, CEP: 29480-000. E-mail: edinams1965@gmail.com
8 Mestranda em Ci�ncias da Educa��o pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS). Centro Estadual de
Ensino Fundamental e M�dio em Tempo Integral “Senador Dirceu Cardoso”. Rua Eduardo Carlos Cabral, s/n, B. S�o
Pedro, Muqui – ES, CEP: 29480-000. E-mail: elisangelabentosouza@gmail.com

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O AUTISMO: DA DESCOBERTA AO TRATAMENTO
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incomuns que alguns casos exibiam. Mencionou que percebeu em algumas crian�as
em que fez um estudo exibiam “resist�ncia � mudan�a” e as identificou como portadoras
de uma “insist�ncia nas mesmas coisas”. Segundo Bosa (2002), s�o chamadas Autistas
as crian�as que tem inadapta��o para estabelecer rela��es normais com o outro, um
atraso na aquisi��o da linguagem e, quando ela se desenvolve, uma incapacita��o de
lhe dar um valor de comunica��o. Existem muitos subtipos de autismo, a s�ndrome �
t�o abrangente que � utilizado o termo espectro, devido a v�rios n�veis de cuidado que
precisam, al�m que outras doen�as que podem estar envolvidas, assim como existem
pessoas que n�o imaginam que podem ter a s�ndrome, pois jamais foram
diagnosticadas. Deve-se ter em mente que o autismo n�o � uma doen�a, nada mais �
que um modo diferente que a pessoa se expressa e reage diante de determinadas
situa��es.
Palavras-chave: Autismo; tratamento; s�ndrome; espectro.
ABSTRACT
Autism is a neurodevelopmental disorder in children characterized by a deficit in verbal
and nonverbal media, socialization, and changes in behavior. It is most often identified
between 12 and 24 months of age and was first described by Leo Kanner in his first
description in 1943 in the article entitled: Autistic disturbances of affective contact in
Nervous Children, issue 2, pages 217-250. Dr. Kanner gave a careful and detailed
description of the unusual behaviors that some cases exhibited. He mentioned that he
noticed in some children in which he did a study they exhibited "resistance to change"
and identified them as carriers of an "insistence on the same things". According to Bosa
(2002), children are called Autists because they are unable to establish normal relations
with each other, they are delayed in the acquisition of language and, when it develops,
they are unable to give it a communication value. There are many subtypes of autism,
the syndrome is so comprehensive that the term spectrum is used, due to the various
levels of care they need, in addition to other diseases that may be involved, as well as
there are people who do not imagine that they may have the syndrome, because they
have never been diagnosed. It should be borne in mind that autism is not a disease, but
a different way of expressing oneself and reacting to certain situations.
Keywords: Autism; treatment; syndrome; spectrum.
RESUMEN
El autismo es un trastorno en el desarrollo neurol�gico del ni�o caracterizado por un
d�ficit en los medios verbales y no verbales, socializaci�n y cambios en el
comportamiento. La mayor parte del tiempo se identific� entre los 12 y 24 meses de
edad y fue inicialmente descrito por el Dr. Leo Kanner en su primera descripci�n en 1943
en el art�culo titulado Disturbios autistas de contacto afectivo (Alteraciones autistas de
contacto afectivo) en la revista Nervous Children, n�mero 2, p�ginas 217-250. El Dr.
Kanner hizo una descripci�n cuidadosa y detallada del comportamiento inusual que
algunos casos mostraron. Mencion� que en algunos ni�os en los que realiz� un estudio
mostr� "resistencia al cambio" y los identific� como portadores de "insistencia en las
mismas cosas". Seg�n Bosa (2002), los ni�os que tienen una inadaptaci�n para
establecer relaciones normales con el otro se llaman autistas, un retraso en la
adquisici�n del lenguaje y, cuando se desarrolla, una incapacidad para darle una
cantidad de comunicaci�n. Hay muchos subtipos de autismo, el s�ndrome es tan amplio
que se utiliza el t�rmino espectro, debido a los diversos niveles de atenci�n que
necesitan, y otras enfermedades que pueden estar involucradas, al igual que hay
personas que no se imaginan que pueden tener el s�ndrome, porque nunca se les ha
diagnosticado. Hay que tener en cuenta que el autismo no es una enfermedad, sino
nada m�s que una manera diferente de que la persona se exprese y reaccione a ciertas

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Bruna Santos Massaroni, Rosimara Keler da Silva, Rutileia Keler da Silva, Aneri
Francisca Silva Costa, Lauzidete de Oliveira Leite, Tarcisio Bigui Ribeiro, Edina Moreira da Silva,
Elisangela Bento de Souza
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situaciones.
Palabras clave: Autismo; tratamiento; s�ndrome; espectro.
1. Autismo e Suas Causas
Segundo Bosa e Callis (2000) apontam que h� dois grandes blocos de
teorias que se op�em, sendo essas as teorias psicogen�ticas e biol�gicas, mas
diante dos avan�os tecnol�gicos as causas para o autismo ainda s�o
desconhecidas, sendo que muitas pesquisas est�o com o foco na predisposi��o
gen�tica como fator mais importante, mas tamb�m podem acontecer fatores
ambientais, tais como a estresse, infec��es, exposi��o a subst�ncias t�xicas
durante a gesta��o, idade avan�ada paterna entre outros teriam a mesma
influ�ncia para o aparecimento do dist�rbio.
2. Caracter�sticas do Transtorno do Espectro Autista
Segundo Lorna Wing (1979) as pessoas autistas possuem tr�s grandes
grupos de perturba��es, as quais se manifestam em tr�s diferentes �reas de
dom�nio, vindo a prejudic�las. S�o elas: a �rea Social, a da Linguagem e
Comunica��o e a do Comportamento e Pensamento. No entanto Baptista e Bosa
(2002, p.34,) ressaltam que a tr�ade n�o se separa como leva a crer o termo
“tr�ade”, “a express�o resultou de mensura��es estat�sticas, demonstrando que
os comprometimentos que apareciam nessas �reas n�o ocorriam “ao acaso”;
apresentavam-se juntos, embora com intensidade e qualidades variadas”.
Deve ter � mente que os dist�rbios desse espectro se manifestam em
diferentes n�veis de intensidade e com caracter�sticas diferentes de acordo com
cada pessoa. As caracter�sticas mais comuns visualizadas nos pacientes s�o:
Dificuldades para intera��o social, n�o conseguindo fazer contato
visual, com dificuldade para fazer amizades, expressar as suas ideias ou
at� mesmo emo��es;
Dificuldade para se comunicar, sendo dif�cil come�ar ou manter
uma conversa, al�m de n�o conseguir entender o ponto de vista das
pessoas e as figuras de linguagem, mantendo um tom de voz mon�tono

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ou at� mesmo demorar a responder ou at� mesmo deixar de responder
quando � chamado;
Mudan�as no comportamento, muitas vezes n�o conseguindo
brincar de faz de conta, se aborrecendo com mudan�as pequenas de
habito, e ter um grande interesse por algo espec�fico;
Comportamentos repetitivos de movimento ou de palavras e
frases.
As crian�as autistas tamb�m podem desenvolver dificuldades para dormir,
apresentar agita��o frequentes e nervosismo, podendo ser leves ou at� mesmo
interferir em seu comportamento e comunica��o.
Devido a esses sinais, as crian�as apresentam dificuldade para interagir
com outras pessoas, o que acaba causando muito sofrimento, por isso se faz
necess�rio que as pessoas que se encontram perto saibam como lidar com as
caracter�sticas que apresentam, para que as crian�as se desenvolvam de forma
plena, saud�vel e possa se realizar pessoalmente.
3. Tratamento e Terapia para o Autismo
Segundo Mello (2001) existem v�rios princ�pios de diagn�sticos utilizados
para classifica��o do autismo. Os mais utilizados s�o o Manual de Diagn�stico
e de Estat�stica de Doen�as Mentais da Academia Americana de Psiquiatria,
DSM – IV, e a Classifica��o Internacional de Doen�as da Organiza��o Mundial
de Sa�de, o CID – 10, publicado pela Organiza��o Mundial de Sa�de, sendo
que, o diagn�stico deve ser feito por profissional especializado, os quais podem
ser um m�dico neuropediatra ou um psiquiatra especializado no assunto
autismo.
O mais importante para um tratamento efetivo � a psicoterapia
comportamental, variando a forma de trabalho de acordo com cada crian�a de
forma individualizada, e envolvendo diferentes tipos de t�cnicas, para que a
crian�a consiga desenvolver sua autonomia e independ�ncia.
Alguns sintomas como a irritabilidade, agita��o, hiperatividade, ins�nia,
desaten��o entre outros podem ser tratados atrav�s de medicamentos como a
risperidona, sempre prescritos por um m�dico.
Deve ser levado em conta que quanto mais cedo a crian�a for

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Bruna Santos Massaroni, Rosimara Keler da Silva, Rutileia Keler da Silva, Aneri
Francisca Silva Costa, Lauzidete de Oliveira Leite, Tarcisio Bigui Ribeiro, Edina Moreira da Silva,
Elisangela Bento de Souza
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diagnosticada e come�ar o tratamento, maior ser� a chance que alcan�ar um
desenvolvimento saud�vel com os sintomas minimizados. Lembrando sempre
que os cuidados n�o s�o s� para a fase infantil, ele se encontra dispon�vel para
todos que possuem a s�ndrome e precisam melhorar sua qualidade de vida.
Dessa maneira devemos ter em mente que o autismo n�o � uma doen�a,
mas que deve ser tratada para que as pessoas que possuem a s�ndrome possam
ter uma qualidade de vida melhor, independente da idade que possuem,
conseguindo buscar sua autonomia.
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O AUTISMO: DA DESCOBERTA AO TRATAMENTO
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UFMT); Especialista em Psicopedagogia (UNIGRAN) e professora na Rede
Municipal de Ensino P�blico na cidade de Rondon�polis.
QUADROS, R. M.; PIZZIO, A. L.; REZENDE, P. L. F. L�ngua de Sinais Brasileira
I. Florian�polis: UFSC, 2009.
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RAQUEL SANTOS SILVA - Graduada em Letras; Especialista em Educa��o
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