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Washington: As declarações públicas de Israel e do Hamas sobre a paz não refletem a realidade

De acordo com a Casa Branca, as declarações públicas não correspondem totalmente às discussões privadas.
Washington: As declarações públicas de Israel e do Hamas sobre a paz não refletem a realidadeGettyimages.ru / Mostafa Alkharouf / Anadolu Agency

As declarações públicas de Israel e do Hamas sobre as negociações de cessar-fogo em Gaza não refletem as negociações a portas fechadas mediadas pelos Estados Unidos, Catar e Egito, que deveriam ter prioridade, declarou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, em uma coletiva de imprensa na segunda-feira.

"De ambos os lados, vemos comentários públicos que não refletem necessariamente as conversas que temos em particular com eles ou com seus interlocutores", asseverou, comentando a recente alegação do Hamas de que Netanyahu estava obstruindo a trégua.

Referindo-se à equipe de funcionários dos EUA enviada ao Egito para conversações de paz, Kirby declarou que "ainda há algumas lacunas nas posições de ambos os lados, mas não teríamos enviado uma equipe para lá se não achássemos que tínhamos uma oportunidade aqui".

Por sua vez, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, enfatizou que a crença em Washington é que "é mais produtivo ter essas conversas em particular, não em público".

"Achamos que é produtivo manter essas conversas em particular, não em público; às vezes, vimos o Governo israelense fazer declarações públicas e o Hamas fazer declarações públicas. Vamos manter as negociações privadas", disse.

Intercâmbio de críticas

No domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apresentou uma lista de exigências inegociáveis no âmbito das negociações de paz. Entre elas estava a de que qualquer acordo de cessar-fogo em Gaza permitiria que Israel retomasse os combates até que todos os seus objetivos de guerra fossem alcançados. Durante todo o conflito, Netanyahu declarou repetidamente que busca a destruição total do Hamas.

Por sua vez, o movimento palestino respondeu afirmando que o mandatário israelense "continua colocando mais obstáculos no caminho das negociações", colocando em risco o sucesso delas. Ele também alertou que os contínuos ataques israelenses a Gaza poderiam levar o processo de negociação de volta ao "marco zero".