Saúde

A influenciadora e jornalista Maya Mazzafera, de 43 anos, publicou nesta quinta-feira (2) que mudou o nome em sua documentação. Ela usou as redes sociais para compartilhar com os fãs a atualização. "Maya Mazzafera", escreveu a youtuber na legenda do post, que mostrava o documento que indicava o novo nome e o sexo feminino.

Recentemente, Gabriela Loran contou com exclusividade a Quem sobre a cirurgia de redesignação sexual que fez na Tailândia. A atriz trans viajou para o país, que é referência mundial nesse tipo de procedimento, em janeiro deste ano, para fazer a cirurgia genital afirmativa de gênero. Além dela, outras atrizes também já passaram pela mesma cirurgia, como Carol Marra, Glamour Garcia e Maria Clara Spinelli, e a ex-BBB Ariadna Arantes.

Gabriela Loran na Tailândia — Foto: Acervo pessoal
Gabriela Loran na Tailândia — Foto: Acervo pessoal

O que é a cirurgia de redesignação sexual?

A cirurgia de redesignação sexual consiste em remodelar os órgãos sexuais de pessoas transgênero. Para homens trans, o procedimento consiste na construção do pênis no lugar da vagina. Já no caso das mulheres trans, acontece a amputação do pênis e construção da vagina.

Desde 2008, o Sistema Único de Saúde (SUS) incluiu o procedimento entre seus serviços realizados, de forma completamente gratuita, e garante a realização pelo Processo Transexualizador do Sistema Único de Saúde, previsto pelo Artigo 2 da Portaria nº 2.803 do Ministério da Saúde.

Em 2013, a Portaria nº 1.707/2008 foi revogada pela nº 2803/2013, e o perfil das/os usuárias/os que teriam direito ao Processo Transexualizador via SUS foi ampliado. Passaram a ter direito ao processo via SUS, também, homens trans e as travestis, um importante avanço no campo dos direitos em saúde da população trans.

Segundo o médico Adriano Brasolin, chefe do setor de Transgêneros da Disciplina de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e cirurgião plástico do Núcleo TransUnifesp, apesar de já existir a resolução desde 2008 e a portaria de 2013, durante muitos anos, raramente eram feitos os procedimentos em pessoas trans.

"Muitos raros centros faziam, mas de forma experimental. Porém, nos últimos anos, na verdade desde 2016, iniciamos um programa em parceria com a universidade da Escola Paulista de Medicina, a Unifesp, e com o CRT Santa Cruz, de cirurgias em massa e começamos a colocar esses projetos em prática", explica o cirurgião.

Mazzafera posta certidão com novo nome após transição de gênero — Foto: Reprodução/Instagram
Mazzafera posta certidão com novo nome após transição de gênero — Foto: Reprodução/Instagram
Mazzafera posta certidão com novo nome após transição de gênero — Foto: Reprodução/Instagram
Mazzafera posta certidão com novo nome após transição de gênero — Foto: Reprodução/Instagram
Mazzafera posta certidão com novo nome após transição de gênero — Foto: Reprodução/Instagram
Mazzafera posta certidão com novo nome após transição de gênero — Foto: Reprodução/Instagram

Quais são os requisitos para realizar a redesignação sexual?

Segundo o médico, depende da cirurgia que a pessoa trans está interessada. "Existe a cirurgia para os meninos/homens trans e para as meninas/mulheres trans. Meninos trans são aqueles que nasceram no sexo feminino, mas se identificam no gênero masculino, e as meninas trans nasceram com o sexo masculino e se identificam no gênero feminino. Para meninos trans, nós iniciamos em 2016 um projeto para a mamoplastia masculinizadora", conta.

O cirurgião plástico explica o porquê do termo "mamoplastia masculinizadora". "Usamos 'mamoplastia masculinizadora' em vez de mastectomia, porque ectomia vem do latim 'retirada', quando na medicina retiramos alguma coisa doente. Por exemplo, quem tem apendicite faz uma apendicectomia, quem tem um câncer de mama faz uma mastectomia. São termos muito ligados a doenças", esclarece.

"Como a transexualidade não é doença, queremos afastar termos patologizantes e preferimos o termo 'mamoplastia masculinizadora'. Porque além de retirar a glândula mamária, há muitos outros passos no procedimento. É uma cirurgia de contorno, definição, e construção dos mamilos", acrescenta.

Critérios e etapas prévias à cirurgia

Se a pessoa procurar a cirurgia pelo SUS, precisará passar por psiquiatras e endocrinologistas para entender a motivação para a realização da cirurgia. No entanto, Adriano Brasolin questiona tal prática.

"Nós não concordamos muito com esses laudos, porque não é um relatório de outro profissional que vai dizer se a pessoa é trans ou não. É muito mais a identidade da pessoa, como ela se enxerga, como ela se vê. Consideramos que é patologizador quando precisa de um outro profissional da saúde para dizer que ele é uma pessoa trans", critica.

Segundo o médico, a existência de laudos de outros profissionais vem caindo em desuso. "É algo que a gente vem combatendo. Até mesmo a Classificação Internacional de Doenças (CID) mudou. Antes, a transexualidade estava classificada como transtorno mental. Foi uma luta de muitos anos para retirar essa CID, porque a transexualidade não é uma doença, é uma condição humana totalmente normal", conta.

[Em 25 de maio de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) removeu da sua classificação oficial de doenças, a CID-11, o chamado "transtorno de identidade de gênero", definição que considerava como doença mental a situação de pessoas trans. Na ocasião, a OMS criou um novo capítulo no documento, dedicado à saúde sexual. A transexualidade foi incluída nessa nova seção da publicação.]

Mulheres trans

O médico explica que para as meninas/mulheres trans há vários procedimentos. "O procedimento que mais gosto é a feminização facial, que é o tratamento dos ossos da face que tiveram um crescimento devido ao estímulo da testosterona, que traz um olhar mais sisudo, mais fechado, principalmente na região orbital e frontal. Então fazemos uma redução nesses ossos para trazer uma feminilidade para a paciente", conta.

Para o especialista, o procedimento é o mais ideal. "Porque ele realmente confere uma face feminina para a paciente que teve o estímulo da testosterona e tem o rosto mais fechado e masculino. Além da autoestima ficar mais elevada, de a pessoa se enxergar de um modo mais feminino, é mais seguro do ponto de vista social, porque, às vezes, as pessoas olham e falam: 'olha a travesti'. E isso acaba sendo perigoso para essas pessoas andarem na rua. Depois da cirurgia, a passabilidade das pacientes fica muito maior, elas encontram menos preconceitos e menos violência na rua", argumenta.

Outra cirurgia que pode ser feita, mas, segundo o médico, não é desejada pela maioria das mulheres trans, é a realização da neovagina. "Muitas pessoas pensam que para ser mulher precisa tirar o pênis. Mas não, pelo contrário. Muitas mulheres trans querem ter pênis e nem por isso são menos mulheres. A única diferença é que elas mantêm o pênis até para a vida sexual, vida urinária e gostam de ter pênis, não tem problema nenhum", explica.

"Há homens cis heterossexuais que gostam de mulheres trans porque elas têm pênis. A neovagina não é um procedimento obrigatório. É uma opção, mas não é obrigatória para ela ser mulher", pontua.

Feminização

Para a mulher trans, existem, ainda, os procedimentos de contorno corporal. "Como tem o quadril e o tronco mais retos, não tem aquela curva feminina, então podemos utilizar a lipoaspiração associada ao remodelamento de costela", explica o médico.

"Já que não pode aumentar o quadril, reduzimos a parte final do tórax de forma a dar um contorno mais feminino através do remodelamento de costelas. Acho esse procedimento fantástico. Não é a retirada das costelas, como muitas pessoas acham. É simplesmente o remodelamento das duas últimas costelas que vai dar esse contorno", esclarece.

Além disso, as mulheres trans podem colocar as próteses de mama. "Elas utilizam a hormonização, o estrogênio, de forma a trazer os caracteres tanto de voz quanto de pele. Isso também estimula o crescimento mamário. Mas como elas já passaram da puberdade, esse estímulo hormonal muitas vezes não é capaz de entregar um volume mamário adequado ou suficiente para as pacientes. Aí acabamos fazendo a inclusão de implantes mamários de silicone", explica.

Segundo o médico, o implante de silicones em mulheres trans é um tema delicado. "É um capítulo muito sensível porque muitas travestis no mundo da prostituição acabam sendo obrigadas, forçadas ou induzidas a colocar o silicone industrial, algo que existia com maior frequência anos atrás mas ainda existe", conta.

"Então, elas colocam silicone industrial nas mamas, no rosto, nas nádegas, nas pernas, o que provoca resultados catastróficos no futuro, como extrusão do produto, inflamações crônicas para o resto da vida, depósitos, migração. Para a saúde pública também é algo tenebroso", lamenta.

Para a mulher trans, outra cirurgia procurada é a retirada do pomo-de-adão, o gogó. "O estímulo da testosterona faz com que a cartilagem dentro da tireoide cresça e surja o gogó. O símbolo masculino acaba sendo denotado facialmente, então fazemos uma cirurgia de 30 minutos e conseguimos reduzir. Há mínimas complicações e, geralmente, são transitórias, como rouquidão, edema da região e uma cicatriz de 3 centímetros que fica escondida embaixo da mandíbula, não fica no pescoço", explica

Mamoplastia masculinizadora

O procedimento consiste em retirar o tecido mamário e definir um tórax masculino. "O que buscamos na cirurgia é que o corte fique na linha do peitoral e o mamilo posicionado de forma mais lateralmente inferior com o tamanho menor e com a papila, o biquinho, simulando um peito masculino. Esse é o real objetivo da cirurgia", explica.

Segundo o médico, a cirurgia dura, em média, de duas horas e meia até cinco horas. "Vai depender da técnica. Há basicamente duas técnicas, uma que se faz com um corte embaixo, que chamamos de dupla incisão, ou então periareolar. Quando a mama é muito pequena conseguimos fazer só um corte ao redor da aréola e retirar todo tecido glandular, e dali mesmo -- um corte de 4 cm na aréola -- fazer todo contorno. É uma cirurgia mais demorada e específica para aquele público que tem uma mama bem pequena e com boa qualidade de pele", esclarece.

Homens trans

Para o público masculino, outro procedimento muito procurado, segundo o médico, é a masculinização facial, que pode ser feita em consultório com próteses ou preenchedores, como, por exemplo, o ácido hialurônico.

"Existe também a metoidioplastia, que pode ser dividida em dois procedimentos: a metoidioplastia na qual se coloca a uretra na ponta do clitóris de modo a simular um micropênis em pacientes que tiveram crescimento do clitóris após o uso da testosterona. E, em alguns casos, existem pacientes que não querem colocar a uretra na ponta do clitóris porque é um procedimento que pode dar muitas complicações. O controle do jato urinário não fica perfeito, e muitos pacientes preferem simplesmente ter um clitóris maior e ficar um pouco mais exposto. Então reduzimos os grandes lábios vaginais de forma a expor mais o clitóris simulando um pênis pequeno", explica.

SUS e particular

Quando a cirurgia não é feita pelo SUS, pode ser feita de modo particular ou sendo apoiada pelo plano de saúde. "Desde 2019, existe uma resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que como obrigatória a cobertura da mamoplastia masculinizadora no rol da ANS. Os planos de saúde são obrigados a cobrir o procedimento, porém não são todos os médicos que são conveniados a planos de saúde", afirma.

"Então geralmente as equipes que não são conveniadas, como por exemplo a minha, o plano cobre a parte hospitalar e a parte da equipe, os honorários médicos, são particulares. Mas muitas vezes os planos de saúde possuem reembolso médico, que pode ajudar na parte financeira com o reembolso do paciente", acrescenta.

De acordo com o médico, o custo da cirurgia pode variar muito de médico para médico. "Há médicos que cobram de R$ 15 mil até R$ 30 mil em honorários da equipe médica. Obviamente tudo depende da experiência, do know-how e da qualidade de cada profissional. O custo é realmente muito variável", diz.

Barreiras burocráticas

O médico conta que, infelizmente, os planos de saúde ainda oferecem várias dificuldades burocráticas às pessoas trans. "Muitos convênios exigem relatórios de outros profissionais dificultando o processo da cirurgia, eles solicitam por vezes laudo do endocrinologista para aqueles que estão hormonizando, já que a hormonização não é obrigatória para a transexualidade, mas quando há, incluímos no relatório. Também exigem laudos de algum profissional da saúde mental (psicólogo ou psiquiatra). Quando a pessoa trans tem o documento retificado ajuda bastante nos planos. Não é obrigatório, mas costuma ser visto com bons olhos pelos convênios", afirma.

O especialista ressalta que a documentação oficial do estado, tanto o nome social quanto a retificação do nome não é obrigatória. "Algumas pessoas o fazem e outras não, até porque existem pessoas não binárias que não querem mudar totalmente o gênero, querem uma transição intermediária de gênero e, muitas vezes, mantêm o nome", explica.

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