Mulher Abacaxi sai em defesa de Maya Massafera: 'Também fiz minha transição depois dos 40'

"Também fiz minha transição depois dos 40. Nunca é tarde para ser quem você é, para que haja um compasso entre o sexo biológico e a identidade de gênero. A transição não é um processo de embelezamento, é de afirmação. Por isso, ela pode ocorrer em qualquer período da vida. Por algum motivo, ela não fez na juventude, mas certamente nunca se identificou com o sexo biológico", pondera a caminhoneira, atualmente com 50 anos.

Mulher Abacaxi diz que seu processo foi um pouco diferente da influenciadora, mas que também precisou de muita coragem. "Comecei sendo drag, me transformava na Mulher Abacaxi para shows e usava isso como desculpas para minha família. A personagem que abriu as portas para a minha transição, foi através dela que pude olhar no espelho e ver quem eu era. Tem oito anos que fiz a transição, que o Bruno morreu e nasceu a Marcela, que descobri o que é ter autoestima, o que é ser feliz", afirma.

A moradora de Maricá, na Região Metropolitana do Rio, afirma que também teve que lidar com o preconceito. "Me falaram: 'depois de velho quer virar mulher'. 'Melhor continuar sendo gay porque o preconceito é menor'. Mas orientação sexual não tem nada a ver com identidade de gênero. Minha transição foi o meu renascimento. Como eu não era famosa, não tive que lidar com o julgamento de tanta gente como ela", pontua.

Outra questão que os internautas levantaram de Maya foi de que a transição foi rápida. "Geralmente ela acontece aos poucos porque, infelizmente, a maioria das trans não tem esse privilégio de ter dinheiro para fazer várias cirurgias, aí vão fazendo aos poucos. Mas o ideal é fazer tudo mais rápido e poder se olhar no espelho sem medo. Eu dou todo meu apoio à Maya. Certamente, ela está muito mais feliz".