Fátima Bernardes, de 61 anos, está experimentando a Síndrome do Ninho Vazio. A apresentadora falou sobre o crescimento dos filhos trigêmeos -- Laura, Beatriz e Vinícius, de 26 (de sua relação com o ex-marido, William Bonner, de 60) -- o sentimento ao vê-los deixando a casa em que moravam com ela, no Rio de Janeiro, e a importância do respeito à individualidade e à maturidade de cada um.
"Sempre gostei de casa cheia, sempre tive a casa cheia. Os meninos sempre trouxeram lá para casa muita gente e, de repente, muda. Então, isso é difícil, gente. Não tem momentos bons? Tem ótimos. Tem momentos muito bons. Quando você fala assim: 'eu não vou comer agora, eu vou comer depois'. Quando você pode decidir tudo porque de acordo com a sua vontade", contou Fátima em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, apresentado por Cissa Guimarães.
"Mas a gente é muito treinado para servir aos outros, né? Então, fica faltando a bagunça, isso é estranho. E é engraçado porque tive dois filhos que foram morar em outro país [Laura e Vinícius moram na França]. Eu sinto muita falta deles, mas não tinha jeito. O que eles estão fazendo, eles só podiam fazer lá. E Beatriz que foi morar a um quilômetro de mim? Porque ela precisava de mais espaço. Não, estou brincando", continuou, aos risos.
Fátima lembrou quando percebeu que Beatriz queria sair de casa. "Mas quando percebi isso, ela estava em casa. E eu sempre dizia: 'filha, se você quiser estudar em outro lugar, a gente vai ajudar como a gente ajuda seus irmãos. Não fique presa, porque não queria ela presa'. Ao mesmo tempo, não queria que ela ficasse em casa. Racionalmente, não queria. Mas aí ela dizia: 'não, não quero'. Até que um dia, Laura disse: 'mãe, às vezes, pode ser que ela não queira estudar fora, mas pode ser que ela queira morar no Rio fora'", explicou.
"Conversando com ela, aos poucos, nesse tempo que a gente tinha jantando, ela falou: 'ah, estava até procurando mesmo um apartamento para alugar', porque ela trabalha, já é formada, mas é um início de vida. Aí falei: 'então, tá'. Para mim, é como se ela fosse a última que estava ali ainda", recordou.
"Mas, por outro lado, eu não tive essa experiência, eu saí de casa quando eu casei e eu queria muito que eles todos tivessem. Agora que já me recuperei, acho fundamental, acho que eles têm que construir uma vida de acordo com a história deles. Eles são trigêmeos, viveram juntos a vida inteira, que bom que hoje cada um está em um canto, fazendo o que gosta. Olho por esse lado, então esse foi o meu trabalho, de pensar assim: 'mas você queria isso, né?'", completou.