Um parecer técnico pericial entregue a Ana Hickmann afirma que o ex da apresentadora, Alexandre Correa, transferiu R$ 41,8 milhões da empresa da qual o ex-casal era sócio, a Hickmann Serviços Ltda., para suas contas particulares, segundo informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
De acordo com a jornalista, a perícia atesta ainda que os saques foram mascarados na contabilidade da empresa, em uma "manipulação" para enganar sócios e credores, e afirma que o empresário emitia notas frias, e que a assinatura da apresentadora foi falsificada em vários documentos. O laudo conclui afirmando que a contabilidade da empresa de ambos é "imprestável".
O laudo é assinado pelo perito Cláudio Wagner, reconhecido pela ampla experiência em processos criminais. Os dados já foram apresentados à Justiça pelo advogado da apresentadora, Fernando José da Costa.
![Ana Hickmann e Alexandre Correa foram casados por 25 anos — Foto: Quem](https://cdn.statically.io/img/s2-quem.glbimg.com/WDDc8babOrCr01uav7SJX_43MGY=/0x0:1200x871/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_b0f0e84207c948ab8b8777be5a6a4395/internal_photos/bs/2022/R/N/AUT5ByStONo9IE7EedBA/2022-10-25-ana-hickmann-alexandre-correa-.jpeg)
Notícia-crime
Em dezembro de 2023, o advogado de Ana Hickmann já havia registrado uma notícia-crime para que o empresário seja investigado pelos crimes de falsidade documental, ideológica, uso de documentos falsos, lavagem de dinheiro, associação criminosa, estelionato e crime contra a economia popular.
O documento afirma que "o surpreendente [das movimentações financeiras] não se limita ao montante do numerário transferido [para as contas de Alexandre], mas sim à forma dissimulada como essas saídas foram contabilizadas".
Caso Ana Hickmann:
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Fraude contábil
Segundo a perícia a que Mônica Bergamo teve acesso, os registros dos valores transferidos para as contas particulares do ex-marido de Ana Hickmann "foram efetuados de forma completamente em desacordo com as práticas contábeis usuais".
A maneira como os lançamentos foram feitos, diz o documento, "caracteriza claramente uma fraude contábil, pois oculta na contabilidade os saques efetuados por Alexandre Bello Correa, assim como não evidencia integralmente e de forma correta o débito dele junto à empresa referente aos respectivos saques. É uma verdadeira manipulação dos relatórios financeiros que acaba por enganar sócios e credores".
![Ana Hickmann e Alezinho — Foto: Reprodução/Instagram](https://cdn.statically.io/img/s2-quem.glbimg.com/PkmIkUPIjfmK0uejzQUXvUESWNs=/0x0:1080x810/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_b0f0e84207c948ab8b8777be5a6a4395/internal_photos/bs/2024/g/u/SABT9wQjK1Ogn8dzLBjg/bom-dia-ultimo-dia-de-2023.-ja-estamos-prontos-para-o-ano-novo.-vem-logo-2024.-eu-trabalho-desde-os-meus-15-anos-de-idade-e-sempre-trabalhei-muito.-nesse-final-de-ano-nao-esta-sendo-diferente.-apesar-de-1-.jpg)
Emissão de notas fiscais frias
De acordo com Mônica Bergamo, o perito examinou extratos da empresa no banco Itaú de 2018 a 2022. No período, ele localizou 1.423 transferências eletrônicas realizadas pelo internet banking da instituição financeira.
O documento diz que os R$ 41,8 milhões que saíram da conta da empresa para o caixa de Alexandre foram registrados como "despesas judiciais, postais, trabalhistas e advocatícias". Um montante que seria antecipação de lucro foi posteriormente modificado na contabilidade para "duplicatas a receber".
A auditoria afirma, em outro capítulo, que havia uma "prática continuada de emissão de notas fiscais frias" na Hickmann Serviços nos anos de 2022 e 2023, "ou seja, de documentos de vendas referindo-se a negócios que não existiram".
O perito entrou em contato com as empresas que supostamente teriam contratado os trabalhos da Hickmann Serviços, e que atestaram que jamais tinham feito isso. O laudo aponta, no total, 32 notas frias emitidas, no total de R$ 4,9 milhões.
Enio Martins Murad, advogado que representa o empresário, afirmou a Mônica Bergamo que Ana Hickmann "não conseguiu provar nada do que alega" e que suas afirmações são "falsas". "Inclusive, Ana Hickmann foi quem abriu uma empresa laranja para desviar recursos das empresas", disse.