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Por Carolina Rocha

Priscila Nogueira, conhecida também como Pepita, é cantora, compositora e dançarina, mas ganhou destaque como uma das primeiras funkeiras trans do Brasil. Fortemente ligada ao ativismo LGBTQIA+, a artista carioca, de 40 anos, recordou sua infância, sua transição na adolescência e todos os desafios enfrentados devido à transfobia.

Em entrevista ao podcast da Pague Menos, nesta quarta-feira (12), ela explicou que adotou o nome artístico Pepita quando foi convidada para dançar pela primeira vez e decidiu mantê-lo ao descobrir que tinha o significado de uma pedra preciosa.

Com mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais, ela recordou como era a relação especial que sempre teve com a mãe, uma grande amiga – com a qual, inclusive, comprou seu primeiro sutiã – e sua defensora em todas as adversidades. Ela ainda abordou a relação com o padrasto, que, segundo a artista, não gostava dela e a expulsou de casa. "O filho não pede para nascer. E você que tem filho LGBTQIA+ saiba que a gente não pediu para nascer e ser amado. Mas peço respeito, pois eu te respeito", afirmou Pepita.

Transição

A compositora compartilhou que sua jornada de transição teve início na escola, quando tinha apenas 15 anos. Na época, ela usava o dinheiro que recebia da mãe para comer no intervalo das aulas para adquirir hormônios e dar continuidade ao processo de transição.

"A dica que eu deixo para você, menina, que está no seu processo de transição, é que vá com calma", aconselhou a cantora ao compartilhar que, ao longo de sua trajetória, enfrentou inúmeros casos de preconceito, inclusive em consultas médicas, quando os profissionais não conseguiam chamá-la por seu nome, Priscila, mesmo estando registrado em sua ficha.

Além disso, ela ressaltou as dificuldades enfrentadas ao lidar com as comparações médicas entre um corpo masculino e um feminino durante sua transição.

"Em um momento, enquanto eu tomava os hormônios, precisei falar com minha mãe, pois meu peito estava crescendo e eu não ficava sem camisa em casa. Ao me deitar, sentia que estava doendo um pouco e precisava de alguém ao meu lado para entender. Após contar para minha mãe, ela me levou ao médico e eu comecei a fazer um acompanhamento. No início, eu fiz por ver outros fazendo, achando que se tinha dado certo com uma pessoa, daria para mim também. Hoje, sei que não pode ser assim, pois cada corpo é um corpo e cada organismo reage de uma forma", afirmou.

A cantora enfatizou ainda que o irmão também passou pela transição, somente após ter observado a transição da própria irmã e se inspirado nela.

Transfobia

Pepita lembrou que, certa vez, ao frequentar um banheiro feminino, passou por um episódio de transfobia. "Foi o tempo de entrar no banheiro e ao me posicionar para lavar a mão e levantar o meu rosto já tinha um policial. Uma mulher o chamou e disse que tinha um homem dentro do local. Na hora, eu não estava entendendo a forma como ele falava comigo. Disse que eu era homem e o meu banheiro estava ao lado, além de afirmar que só não me dava uns tapas por respeito à mulher ao lado", disse a cantora. E a agressão continuou: "Mas se você quiser, nós vamos lá para fora e resolvemos, de homem para homem".

Ao relatar a situação traumática que marcou sua vida, ela destacou que, naquele momento, uma mulher se apresentou como sua advogada no meio da confusão e prometeu tomar medidas legais contra o policial envolvido. "Eu processei a rodoviária, a senhora que estava no banheiro e o policial", disse.

Rede de apoio

Durante o podcast, Pepita expressou sua gratidão pela rede de apoio formada pela família, incluindo a sua sogra, já que as babás profissionais que ela tentou contratar recusaram o emprego assim que descobriram que ela é travesti.

"A última babá que entrevistei fiquei encantada. Muito educada e carinhosa com crianças. No outro dia, ela me ligou falando que tinha conversado com o pastor e ele afirmou que sou um homem querendo ser mulher, portanto, ela não poderia trabalhar em uma casa assim", desabafou sobre a situação.

Priscila também comentou que decidiu virar mãe, porque tem muito medo da solidão. "Eu, por ser uma travesti, sofro muito por solidão e amor. A gente se humilha por um amor, pois há homens que não nos assumem. Pensei que, ao ser mãe, terei alguém para cuidar de mim e falar eu te amo. A maternidade para mim é a coisa mais pura e verdadeira do mundo", argumentou a funkeira.

Emocionada, ela continuou: "Seria mãe de novo, porque ao ouvir meu filho me chamando de mãe pela primeira vez, foi muito louco. A sociedade não me vê como mãe, mas ele me vê. Tem horas que eu me pergunto se eu vou conseguir, pois não quero que meu filho passe pela metade das coisas que passei. Ele terá muito orgulho de ser filho de uma travesti. Eu não escolhi ser mãe. Meu filho me escolheu. Eu faço de tudo. Sei que não sou a melhor mãe do mundo. Tem dias que estou muito cansada, mentalmente, espiritualmente. De ter que explicar as pessoas que sou mãe", reforçou.

Pepita contou, ainda, que já teve inflamações nos rins por conta dos hormônios, mas hoje segue uma vida saudável e com atividades físicas. Ao abordar saúde mental, a cantora contou que estabeleceu um limite de uma hora para usar a internet. Ela garantiu que, se não fizesse isso, sua saúde mental estaria mais comprometida, devido à quantidade de informações negativas e falhas que são constantemente expostas.

Pepita — Foto: Reprodução/Instagram
Pepita — Foto: Reprodução/Instagram
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