Ivan Moré e noiva abrem inseguranças e vantagens de um 'casal transgeracional' e revelam detalhes do casamento

Ele, da geraçao X, aos 47, e ela, da geração Z, aos 24, conversam com a Quem sobre a parceria iniciada no trabalho, as inseguranças e vantagens de ser um "casal transgeracional", os sonhos de construírem uma família, evoluírem profissionalmente e os planos para oficializar a união. Inclusive, a troca de presentes do Dia dos Namorados será investir nos preparativos para a festa programada para o próximo ano. Saiba mais:

Quem: Qual foi o momento que entenderam que queriam dividir a vida como um casal?
Ivan: Isso foi uma construção de uma jornada que teve início lá em 2021, quando nós nos conhecemos. No primeiro momento, foi uma conexão absurda e uma vontade primeiro de trabalhar juntos e nos tornarmos amigos. O nível de confiança entre a gente foi aumentando com o tempo por conta do convívio do trabalho em um momento em que eu atravessava, talvez, o período de maior dificuldade da minha vida pessoal e profissional. Durante um ano e meio, a Giovana se transformou na minha amiga confidente, parceira e sócia. Depois de um ano e meio, isso evoluiu para um relacionamento inesperado da nossa parte, porque a gente sequer se relacionava, nem se encostava. Era tão amigo que mantinha o distanciamento. Aí, quando percebemos, olhamos um para o lado do outro e estávamos apaixonados. Foi dessa forma que nosso relacionamento começou em dezembro de 2022. Desde então, a gente tem cada vez mais consolidado nosso relacionamento para construir planos para o futuro, com a Mel e o Lui, meus filhos. Hoje formamos um núcleo familiar muito blindado e que temos como objetivo aumentar essa família cada vez mais"

Giovanna: Eu e o Ivan somos extremamente intensos e, durante a nossa trajetória, antes de a gente começar a se relacionar amorosamente, a gente negava até qualquer tipo de contato físico. Éramos extremamente profissionais e muito amigos, mas a gente de fato não se olhava, não tinha nenhuma malícia nem vontade. Eu acredito que, a partir do momento que isso destravou, a gente simplesmente resolveu seguir junto, como um casal, de forma muito intensa. Acredito que a gente nem refletiu muito. A gente só foi. Até tentamos resistir um pouco no início, precisou de alguns conselhos, mas, na hora que a gente de fato percebeu que existiam objetivos em comum, vontades, um bem querer e bem-estar um com o outro, a gente se jogou.

Quem: Qual é o maior desafio e a maior vantagem de trabalhar com quem você se relaciona?
Ivan: Você ter sempre próxima aquela pessoa que você ama, se dá bem, é amigo e que gosta de dividir momentos de alegria e dificuldade. Essa é a mágica que nós temos entre a gente, que nos acostumamos a fazer na época em que a gente não se relacionava. Sempre fomos melhores amigos, confidentes e parceiros desde que nos conhecemos. E sempre foi muito rico, porque trocávamos impressões da geração de cada um. Hoje, somos um casal transgeracional. Eu vim de uma geração e ela de outra, e a gente sempre respeitou muito a origem um do outro e sempre se abriu para os pontos de vista. O ponto negativo é o fato de que, às vezes, o excesso de convivência gera, sim, ruído de comunicação, gera uma necessidade de distanciamento pelo o excesso de convívio, por ter que dividir o tempo inteiro as mesmas opiniões, espaços, ambientes e ideias. Às vezes dá choque, e isso é do ser humano. Então, às vezes, a gente percebe que precisa se distanciar um pouco para dar uma respirada e refletir. É bem comum uma das duas partes, em algumas situações e contextos específicos, passar um pouco do ponto, só que a gente conversa muito sobre isso e tem sido sempre um profundo aprendizado.

Quem: Existiu alguma insegurança da parte de vocês no inicio do relacionamento por conta da diferença de idade?
Ivan: Muita! O bicho pegava! É que a gente não admitia que estava se gostando e queria se relacionar. Então, no começo, a gente estava só ficando. Mas, aos poucos, um começou a perceber que, de uma forma velada, tinha ciúmes do outro. Isso gerou atrito, ciumeira, algumas discussões, até que um amigo chamado Thiago Shimada, uma pessoa muito importante na nossa jornada e que, na época, era nosso sócio, explicou que, para a gente conseguir equilibrar essa relação, era preciso namorar, assumir o que a gente estava sentindo. E aí foi o que aconteceu: eu a pedi em namoro.

Giovanna: A insegurança básica das pessoas que vivem um relacionamento com diferença de idade é aquela questão de, pelo lado dele, pensar: ‘A Giovanna é muito nova. Será que vai chegar um momento em que ela não vai querer mais e dizer que já tem filho, uma vida e ela quer viver a vida construindo do zero?’. Pelo meu lado, de uma pessoa mais nova, é a questão de: ‘O cara já formou uma vida, já tem filhos, já é consolidado. Por que ele vai continuar comigo? Será que um dia ele vai acordar e vai desistir?’ Essas inseguranças são normais. Nós somos seres humanos vulneráveis, isso acontece. Mas não significa que a gente deixou que isso fizesse muito barulho no nosso relacionamento porque, depois de assumir o nosso sentimento, a gente se entregou e, toda vez que a gente sente alguma insegurança ou dificuldade, o que é normal na trajetória de qualquer pessoa, a gente se ajuda muito. A gente segura a onda do outro o tempo inteiro e eu acho que isso ajuda bastante para realmente parar de sentir inseguranças superficiais.

Quem: Como Giovanna influenciou Ivan como parte da geração Z e no que Ivan influenciou Giovanna sobre a geração dele, tanto na vida pessoal quanto na profissional?
Ivan: Essa pergunta é maravilhosa porque essa influência talvez seja o ponto mais rico da nossa relação. Foi o fato de eu ter interesse profundo por aprendizados da geração Z e acreditar que a Giovanna poderia contribuir comigo que a gente começou nosso relacionamento profissional. A Giovana foi contratada por mim para trabalhar com as minhas mídias digitais e, de certa forma, conduzir essa narrativa, jogando alguns pontos de luz sobre uma sobre um tema que eu não dominava. Só que as trocas não só profissionais, mas também pessoais, passaram a ser muito ricas, como o entendimento de temas, como as gerações enxergam a questão da mulher e do homem na sociedade…Tudo isso sempre foi colocado à mesa para a gente debater de uma maneira respeitosa, fazendo um esforço de empatia para enxergar com a lente do outro. Essa abertura que temos um com o outro para revisitar conceitos, entender pontos de vista e fundamentos de cada um que podem ser questionados pelo outro, que vêm de uma outra geração, criação e maneira de enxergar o mundo.

Giovanna: Acho que vai muito para o lado da experiência também. É o desafio e a parte boa de ter muita ou pouca experiência. Nos dois casos, quando a gente vai tomar alguma decisão, se eu tô decidindo ir para o lado errado e ele já tem experiência, ele me deixa ir mas fala: ‘Olha, eu tô aqui para te segurar porque não vai dar certo, mas tá tudo bem’. Da mesma forma, tem hora que você precisa da jovialidade e mente dessa nova geração, e aí eu falo: ‘Não, vamos por aqui que aqui vai dar certo também’. E aí ele vai. É muito gostoso poder dividir essa lente. Sobre gostos, o Ivan tem um gosto musical muito legal! Ele traz muita referência, porque começou a trabalhar em rádio muito cedo e conhece muita música legal dos anos 80 e 90. Eu acho ótimo porque ele me ensina bastante sobre isso e sobre filmes também. Em relação aos hábitos, ele diminuiu o consumo de bebidas alcoólicas e passou a frequentar a academia quando começou a namorar comigo.

Quem: Como vocês lidam com eventuais julgamentos sobre a diferença de idade?
Giovanna: Eu sinto muito porque isso fala mais sobre a pessoa que está julgando do que sobre nós. Isso não interfere na nossa vida porque a gente continua seguindo o nosso caminho. Nós somos buscadores e estamos comprometidos em viver o nosso relacionamento, viver os desafios e celebrar muito os momentos bons. O foco é construir uma vida juntos, então não é um comentário ou outro, um julgamento ou outro que nos desvia disso.

Quem: O que vocês sonham em realizar juntos, tanto profissionalmente quanto pessoalmente?
Ivan: Casar, ter filhos e continuar com o propósito da nossa empresa, que é transformar de uma maneira bacana, de acordo com os nossos valores e princípios. Do ponto de vista profissional, queremos dar mais visibilidade pra Giovanna como produtora de conteúdo porque a realidade que ela vive, de um relacionamento transgeracional com a lente tão bacana e para alguém com perfil tão maduro com tão pouca idade, tem um valor muito grande na produção de conteúdo. Além do TikTok e do Instagram, a gente pretende lançar um projeto que vai falar muito sobre o nosso relacionamento e os nossos desafios.

Giovanna: Pessoalmente, a gente tem sonhado muito com o nosso casamento e a celebração dele. Também tenho um desejo muito grande de ser mãe, então faz parte de uma pauta atual do casal. Profissionalmente, a gente passou todo esse tempo do empreendedorismo tentando entender para que lado a nossa empresa iria e parece que agora a gente está chegando em alguns lugares interessantes. De forma definitiva, a gente não vai chegar à conclusão nenhuma porque empreender é isso. Mas estamos gostando dos caminhos que estamos traçando. Nessa nova fase da nossa empresa, realmente existe um projeto muito especial que a gente montou no final do ano passado e, nesses seis primeiros meses, estamos encontrando parceiros e formatando ideias pra tirar o projeto do papel. É um projeto que vai falar sobre vulnerabilidade, sobre a realidade dos relacionamentos e, também, vai me tirar um pouco dos bastidores e me colocar em frente às câmeras.

Quem: A Gi é espectadora de esportes? Já acompanhava o Ivan na TV? Qual a influência do jornalismo esportivo na relação?
Giovanna: Sou zero espectadora de esportes. Não sou conectada ao futebol e a nada desse universo. Obviamente eu sabia quem o Ivan era, mas confesso que não tinha aquela visão ‘ah, ele é uma figura pública do esporte, do Globo Esporte, do Esporte Espetacular’. Sabia quem era porque meu pai assistia aos programas na hora do almoço, aí passava perto da televisão e o via, mas não tinha esse encantamento. Acho que isso foi muito positivo para a gente se conectar porque, quando a gente começou a trabalhar junto, foi realmente com o objetivo profissional de entender quem era o Ivan. Não existia nenhum fanatismo em relação a ele, mas uma abertura de entender quem ele era de fato, e foi bem no momento em que ele estava em busca de entender quem ele era também fora do esporte. Então, considero muito positivo não ter essa referência anterior dele como o cara de esporte porque eu não não consumia. Hoje, o jornalismo esportivo é um dos nossos nichos, porque o Ivan voltou para a TV com o ‘Qualé, Moré?’, que foi um programa desejado e idealizado por nós juntos. A gente viu que a audiência pedia muito e que o Ivan, apesar de ter se afastado do esporte, continuava com a afinidade de saber comunicar e de as pessoas o reconhecerem. Decidimos voltar e, confesso, agora, sou mais informada do que antes.

Quem: Quando pretendem casar? Querem fazer um festão, na praia, no campo, na igreja, com alguma atração ou algo mais íntimo. Como será?
Giovanna: Temos um grande sonho de atração, mas que eu não vou revelar, não vou dar spoiler (risos). É uma pessoa/banda que tem uma participação muito importante no processo pra elucidarmos o nosso amor. Queremos muito que nossa festa de casamento tenha uma participação tão especial quanto essa. Já decidimos a data, mas ainda não contamos a ninguém. Posso dizer apenas que será no segundo semestre de 2025. A gente vai casar no interior de São Paulo, num lugar gostoso, simples e rústico, mas que, ao mesmo tempo, é super sofisticado e elegante. Estamos nos divertindo muito com os preparativos.

Ivan: Vamos fazer algo mais intimista, voltado para as pessoas que conhecem o casal. Temos o sonho de levar uma atração musical que faz parte da nossa trajetória e gostamos muito. A ideia é ser algo para ‘poucos e bons’. Queremos que seja leve e celebre tudo o que nosso relacionamento significa para a gente.