Mileide Mihaile, rainha de bateria pela segunda vez: 'Meu samba já melhorou muito para o Carnaval 2024'

➡️ É grátis! Inscreva-se no canal da Quem no WhatsApp

Além de atividades físicas, ela não dispensa os tratamentos estéticos. "Intensifiquei a musculação para aguentar a cadência na passarela do samba. Também fiz alguns procedimentos estéticos, como já é de praxe. Sou muito vaidosa. Adoro me cuidar, faço bioestimuladores, recorro a aparelhos para o rosto para melhorar a textura da pele. Faço tudo pela autoestima, que é muito importante."

Assumidamente vaidosa, Mileide reconhece que as cobranças por um "padrão" existem. "Por isso, é importante empoderar as mulheres para que não caiam na pilha com essas cobranças. Do contrário, a gente não faz nada e não sai do lugar", afirma a influenciadora, que considera Viviane Araujo, Paolla Oliveira e Sabrina Sato como suas principais inspirações para o Carnaval.

A vontade de se apresentar foi estimulada pela mãe, Doralice dos Santos. "Desfilar era um sonho da minha mãe e ela passou para mim", conta. Além de ser rainha em São Paulo, Mileide seguirá como musa da Grande Rio e afirma que não deixou as aulas de samba -- mesmo em seu sexto ano de Carnaval. "Eu achava que o samba era como eu sabia sambar (risos). Acabei encontrando muitas dificuldades. Sempre faço aulas porque nunca sinto que estou 100% pronta. Meu samba já melhorou muito, mas acho que ainda tenho muito a melhorar."

Quem: Como está sua preparação para o Carnaval deste ano?
Mileide Mihaile: Confesso que há um desafio a mais quando o Carnaval acontece no início fevereiro. Já nos primeiros dias de janeiro iniciei a dieta, modulação, ensaios. Tive que adaptar meu corpo para a rotina que ele vai precisar enfrentar daqui para a frente. O físico precisa estar preparado para aguentar a cadência do samba e o peso da fantasia para atravessar a Avenida. Minha preparação está a todo o vapor, com treinos intensos.

Intensos de que forma?
Intensifiquei a musculação para aguentar a cadência na passarela do samba. Também fiz alguns procedimentos estéticos, como já é de praxe. Sou muito vaidosa. Adoro me cuidar, faço bioestimuladores, recorro a aparelhos para o rosto para melhorar a textura da pele. Faço tudo pela autoestima, que é muito importante. A mulher vaidosa gosta de se sentir bem e eu sou dessas. Estou sempre atenta ao que há de novo no mercado. Para o Carnaval, fiz procedimentos estéticos na pele, dieta, treino na academia e muitos ensaios com a escola. Não tem como fugir.

Os procedimentos foram feitos neste ano? Sente que existe uma cobrança por "perfeição"?
Sim, fiz na primeira quinzena de janeiro. É como se fosse uma manutenção dos procedimentos. A cobrança existe e procuro ter muito cuidado. O que eu faço é realmente para me sentir bem. Não faço por questões ou opiniões externas. Sou muito vaidosa, gosto de procedimentos não-invasivos, como um botox, uma drenagem... Para eu topar um procedimento invasivo, demoro muito.

E como encara as eventuais críticas?
Sei que vou receber críticas e ter haters, mas isso não vai me parar. O que eu faço é para me sentir bem comigo mesma, mais segura. O que faço é para mim, não para os outros. Gosto de me sentir poderosa e incrivelmente maravilhosa. Mas sei que sempre vai ter gente decidida a criticar.

Gente que parece ter prazer em encontrar um defeitinho, né?
Sempre encontram. Por isso, é importante empoderar as mulheres para que não caiam na pilha com essas cobranças. Do contrário, a gente não faz nada e não sai do lugar. O Carnaval é uma festa popular, com uma diversidade muito rica. Temos o maior espetáculo a céu aberto do mundo. É uma festa para celebrarmos de maneira leve. No Carnaval, conseguimos realizar nossas fantasias.

Em São Paulo, você desfila à frente da bateria e é um posto bastante cobiçado. Como encara a responsabilidade?
É uma responsabilidade bem maior, realmente. A escola trabalha ao longo do ano para fazer o melhor espetáculo em uma noite. Trago o coração da escola, que é a bateria. Por isso, treino muito. O mês inteiro de janeiro é de preparação para o Carnaval para mim. Porém, quando você pisa na Avenida, você se diverte. É um trabalho árduo, mas é incrível.

A escola de samba Independente Tricolor tem uma ligação com a torcida do São Paulo Futebol Clube. Você gosta do esporte?
Adoro futebol. Não sou são-paulina, mas estou pegando um amor muito grande pelo time. O bacana é que a escola, embora seja ligada ao São Paulo, sabe diferenciar muito. Há uma diferença da rivalidade do futebol para as agremiação do samba. As escolas são coirmãs.

Desfilar no Carnaval era um sonho de menina?
Era um sonho da minha mãe e ela passou para mim. Trabalho desde nova com dança, comecei participando de apresentações com bandas do Nordeste. Saí de casa aos 16 anos para trabalhar com dança. Acabei me encontrando no samba e no Carnaval. É um período que eu percebo o quanto quero isso pra mim.

Antes, eu via o Carnaval como algo muito distante. Não sabia que meu trabalho e minha arte chegariam tão longe. Faço tudo com muita dedicação e naturalidade, mas confesso que não normalizo. Estar no Carnaval é uma bênção, é uma oportunidade e devo honrá-la. Sei que tem muita gente que se inspira com a nossa arte, na nossa dança.

Ao estrear como rainha de bateria, sempre há olhares de dúvida, como se questionassem "ela samba mesmo?". Como avalia seu samba no pé?
Eu achava que o samba era como eu sabia sambar (risos). Acabei encontrando muitas dificuldades. Este é o meu sexto ano no Carnaval e já fiz muitas aulas. Aliás, continuo fazendo. No Rio, fiz aulas com uma passista da Grande Rio. Em São Paulo, dois meninos que são crias do samba me dão aulas. Em cada cidade, há cadências e marcações diferentes. Você sempre tem algo a aprender. Sempre faço aulas porque nunca sinto que estou 100% pronta. É possível aprender um pouco mais para apresentar algo novo. Meu samba já melhorou muito para o Carnaval 2024, mas acho que ainda tenho muito a melhorar.

Já passou perrengues na Avenida?
Meus perrengues foram em ensaios técnicos. Em um deles, pela Tricolor, minha fantasia rompeu do nada, estava só de lib (adesivo modelador de seios). Não tinha plano B. Tive que colocar o roupão e depois usar um shorts jeans emprestado. Na Grande Rio, escorreguei. A sandália era nova, deslizou, tive quase uma queda, mas levantei como se estivesse fazendo uma coreografia (risos). O vídeo até viralizou. Não era coreografia. Foi queda mesmo. São imprevistos e podem acontecer novamente. Por isso, temos que treinar.

E o que pode adiantar das suas fantasias neste Carnaval?
Na Grande Rio, sou musa e estarei à frente do abre-alas. A fantasia será caprichada. Na Tricolor, em São Paulo, virei muito ousada. Venho como uma guerreira. Neste ano, não virei com as cores da escola. Estarei de dourado. Esse é o spoilerzão que posso dar. No ano passado, vim com um costeiro gigantestesco, com muitas penas, usei um body bem cavado e tinha um capacete. Neste ano, a opção foi por uma fantasia com mais ferragens no lugar de penas. Posso adiantar que também terá um efeito.

Quais as rainhas de bateria que mais admira?
Já amava o Carnaval como espectadora e sempre identifiquei meu samba com o da Viviane Araujo. Amo o jeito que ela samba, ela samba no miudinho. Também gosto a energia que a Paolla Oliveira traz no desfile da Grande Rio. Adoro também as referências e ousadias nos figurinos da Sabrina Sato. Elas são minhas inspirações.

Veja mais fotos de Mileide Mihaile