Alice Gomes conquistou no final do ano passado uma vaga olímpica inédita para o Brasil em Paris-2024 na ginástica de trampolim feminina. Em conversa com Quem, a atleta mineira, de 25 anos, relembrou sua trajetória no esporte, ainda pouco conhecido, falou sobre o sonho de representar o país em sua primeira Olimpíada e ressaltou a importância do apoio do namorado, o jogador de vôlei Henrique Honorato, da seleção Brasileira de Vôlei.
![Alice Gomes — Foto: Reprodução/ Instagram](https://cdn.statically.io/img/s2-quem.glbimg.com/f6Q0-k7dx1ImGGdIt4LkGypBlME=/0x0:1364x908/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_b0f0e84207c948ab8b8777be5a6a4395/internal_photos/bs/2024/B/z/W7RbfURxmeQ8tlTBZelA/417458269-18416045380011655-757626404554969378-n.jpg)
Como a ginástica de trampolim, ainda pouco conhecida no Brasil, entrou para a sua vida?
Comecei a fazer ginástica de trampolim em um projeto social, o Instituto Trampolim, aos oito anos. Um amigo me apresentou e logo de cara me apaixonei. Costumo dizer que a ginástica que me escolheu. Sempre gostei de esportes. Nos jogos escolares, no fundamental, eu participava de provas como salto em distância, salto em altura, queimada, vôlei, futebol... Além disso, eu brincava muito de estrelinha. Tinha flexibilidade. Então, deu certo na ginástica.
O atleta precisa de muito apoio para ter lugar para treinar, bons técnicos, estrutura e se tornar de alto nível. Quais os principais desafios que encontrou e que ainda encontra para se manter na elite do esporte?
Acredito que a maioria dos atletas no Brasil enfrenta dificuldades. Sabemos que somos uma potência mundial, mas que ainda podemos melhorar. Mesmo assim, sinto que hoje outros esportes estão sendo mais vistos e praticados, como a ginástica e o vôlei. Entendo que isso tem crescido por conta de atletas como Rebeca Andrade, que enfrentou tantas dificuldades e hoje é campeã olímpica. A ginástica em si cresceu muito nos últimos anos em todas as modalidades, e, graças a Deus, eu treino em um dos melhores clubes do Brasil, o Minas Tênis Clube, que tem toda estrutura que um atleta necessita.
Mas, no começo, eu me mudei para cá justamente por não ter conseguido apoio. Meu maior desafio acredito que tenha sido mudar de cidade com apenas 14 anos e enfrentar o mundo longe da família. Sou do interior, de cidade pequena. É difícil se adaptar rapidamente na capital, são costumes diferentes.
![Alice Gomes e Henrique Honorato — Foto: Reprodução/Instagram](https://cdn.statically.io/img/s2-quem.glbimg.com/kVA7GRJgqOHD5xjCKmptdnDLFt8=/0x0:1440x1800/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_b0f0e84207c948ab8b8777be5a6a4395/internal_photos/bs/2024/P/B/btrEueSBGFzMTxPOlGZg/396480168-18394140346011655-4507092954326915049-n.jpg)
Você garantiu uma vaga inédita para o Brasil nos Jogos Olímpicos. Como tem sido trabalhar essa emoção e ansiedade de participar de sua primeira Olimpíada?
Continuo meu trabalho, pois entendo que tudo o que conquistei foi um processo. O objetivo final é competir as Olimpíadas. Desde 2016, faço acompanhamento com a minha psicóloga esportiva Micheli Dias. Realizamos sessões semanais e temos sempre uma “conversinha” ou outra pelo telefone. A Mi me apoia e ajuda muito, é uma profissional incrível e tenho certeza que não teria conquistado a vaga olímpica sem o trabalho junto a ela. Hoje entendo que presente ou não para competir, sei que já marquei meu nome na história em conseguir colocar a ginástica de trampolim feminina nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Isso é o que me motiva a cada dia.
Como está a sua preparação física?
Em média intercalamos o treino em períodos, que variam de três a quatro horas. Numa semana, fazemos duas vezes, dois períodos de treino, e três dias, um período. Na outra fazemos três dias, dois períodos de treino, e dois dias, um. Além disso, tem a fisioterapia, academia, prevenção de lesão. Temos uma equipe multidisciplinar excelente que nos atende em todos os quesitos, sempre alinhados com os fisiologistas do esporte. Fora isso, estou sempre alongando em casa. Tenho meus equipamentos que me ajudam na recuperação.
![Alice Gomes celebra a medalha de campeã brasileira em 2023 pelo Minas — Foto: Reprodução/Instagram](https://cdn.statically.io/img/s2-quem.glbimg.com/DCL2aGQ6Mqa2BSwJ46tngwSkD3o=/0x0:1440x1439/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_b0f0e84207c948ab8b8777be5a6a4395/internal_photos/bs/2024/A/n/nGWljFS22rlTc4YS2oxQ/385247289-18388435534011655-7665605741809347388-n.jpg)
Como é poder contar com o apoio do seu namorado, que também é atleta, e dividir este momento tão especial na carreira de ambos em Paris, na cidade do amor?
Ambos estamos animados para competir em Paris, mas antes sabemos que temos um caminho longo para atingir o objetivo que é garantir a presença que, claro, é nosso maior sonho. Eu e Henrique nos apoiamos e nos incentivamos muito. Gostamos de nos ajudar e isso é incrível. É muito bom poder contar com alguém que entende exatamente os momentos que o esporte tem.
Ela sabe que ambos precisam de concentração para manter o alto rendimento, mas que isso nem sempre ocorre. "´É muito bom dividir a vida com ele. Com certeza, torcerei para o time de vôlei, não só o masculino como o feminino também. Sou fã de vôlei! E obviamente também torcerei para outras modalidades que representarão nosso Brasil. Vai ter muita ginástica em Paris e vai ser incrível.
![Henrique Honorato e Alice Gomes — Foto: Reprodução/Instagram](https://cdn.statically.io/img/s2-quem.glbimg.com/wkLbUNuXfpruBPlHLzAT7GDQSFU=/0x0:1440x1800/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_b0f0e84207c948ab8b8777be5a6a4395/internal_photos/bs/2024/0/o/1maMQZTaKamqziIScXHQ/270737150-879678216046515-6846356268462290288-n.jpg)