Atriz que vive Quinota em 'No Rancho Fundo' conta como e por que se apaixonou pela fotografia

"Achei supermágico, porque estava ali quando recebi o texto para fazer o teste, sabe? Então tem várias coincidências, e a foto, querendo ou não, é uma forma de registrar esses momentos", conta.

"A imagem registra uma memória, uma sensação, alguma coisa que se passa ali. Então tenho todos os momentos especiais em Polaroid, fotos reveladas, tenho as fotos analógicas e pelo celular mesmo. São vários registros das viagens que a gente fez, momentos de equipe, bastidores, acho esses momentos muito mágicos e registrar em imagem é muito legal", acrescenta.

Atriz, produtora e cineasta, Larissa é natural de Belo Horizonte e formou sua base artística no Vale do Jequitinhonha, patrimônio da cultura mineira, onde nasceram seu pai e sua mãe. "Não sou uma pessoa que sai muito. E como a demanda de trabalho é muito alta, fico muito em casa, estudando. Qualquer tempo que tenho, estou envolvida nos assuntos de Quinota. Então, acabou que ainda não tive tanto esse impacto na rua. Quando saio, já rolou de pessoas virem até mim pedir foto ou me reconhecer e falar: 'você é a menina que faz a Quinota?'. É muito engraçado porque nunca passei por isso, é muito gostoso", revela.

Formada em Teatro Universitário e Letras (Português/Italiano) pela Universidade Federal de Minas Gerais, Larissa, além das novela das seis, faz parte do elenco de Guerreiros do Sol, novela criada e escrita por George Moura e Sérgio Goldenberg e produzida para o Globoplay, com previsão de estreia para 2025.

Ainda no streaming, a atriz faz parte do elenco das séries Vidas Bandidas, da Star+, e de DNA do crime, da Netflix. No cinema, protagonizou o filme Teoria sobre um planeta estranho, dirigido por Marco Antônio Pereira e vencedor de dois prêmios Kikito no Festival de Gramado. O trabalho feito por ela no curta rendeu também o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema Cine Jabó.

Em 2023, Larissa retornou a Gramado com o filme A última vez que ouvi Deus chorar. Além disso, Azulscuro, curta-metragem do qual também faz parte do elenco, foi premiado pelo júri popular no Fantaspoa.

O que mudou na sua vida da estreia da novela para cá?
Na internet, sinto mais porque estou recebendo muito carinho pelo Instagram. Assim que a novela estreou, postei um vídeo fazendo a Carolina, da música do Luiz Gonzaga. O vídeo viralizou e chegou a 22 milhões de views no Instagram e ganhei muitos seguidores nessa onda. E foi muito engraçado porque as pessoas começaram a comentar no vídeo: 'gente, é a Quinota!' Comecei a receber muita mensagem carinhosa do público, com esse amor, falando que estava amando ver a novela, que era um alívio durante um dia estressante de trabalho, que era um horário sagrado para assistir e que amava ver a história de Quinota e Artur (Túlio Starling), um casal que eles estavam shippando... Então a gente começou a receber um carinho muito grande, está sendo muito bonito! Eu me sinto muito feliz e realizada de estar fazendo esse trabalho, de ter esse reconhecimento, esse acolhimento das pessoas. É muito massa!

Quando surgiu a ideia de fotografar os bastidores da novela?
Começou desde os testes da novela. Até tenho um Instagram, que só eu sigo, que é com os registros dos processos de No Rancho Fundo, com bastidores ou de quando eu estava estudando para o teste. Na segunda fase de testes, eu estava em Milho Verde (MG), e recebi o texto enquanto viajava por lá. Achei supermágico, porque estava ali quando recebi o texto para fazer o teste, sabe? Então tem várias coincidências, e a foto, querendo ou não, é uma forma de registrar esses momentos", conta. "A imagem registra uma memória, uma sensação, alguma coisa que se passa ali. Tenho todos os momentos especiais em Polaroid, fotos reveladas, tenho as fotos analógicas e pelo celular mesmo. São vários registros das viagens que a gente fez, momentos de equipe, bastidores, acho esses momentos muito mágicos e registrar em imagem é muito legal. Porque depois você vê a imagem, vem várias sensações, você lembra do cheiro, das cores, das texturas... Você lembra daquele dia, então acho que gosto desse registro visual das coisas. Porque é um momento muito especial na minha vida, acho bonito poder registrar isso assim, depois mostrar para os meus netos, se eu tiver. Eu tenho uma caixa com infinitos ingressos de teatro, e eu anotava atrás com quem eu fui, o dia, alguma referência ali da peça, se eu gostei... Acho que isso é legal, porque depois eu revisito esses ingressos e você vai lembrando, sabe? São processos de criar memórias e deixar elas ali.

De onde vem a sua relação com a fotografia?
É uma coisa que está se criando. Depois que entrei no audiovisual, comecei a conhecer um pouco mais de fotografia, e a gostar muito dessa área. E eu sou curiosa. Não sou uma excelente fotógrafa, nem nada do tipo. Não tenho esse olhar ainda aprimorado, nem estudo para isso. Mas acho divertido tentar e brincar com a imagem, de como você pode compor aquela memória, aquele ambiente ali, fotograficamente. E todo set que eu participo, a maioria, sempre tem o fotógrafo de still, que é a pessoa que faz fotos dos bastidores e daquelas cenas. E em um set que participei lá em Minas, de um filme dirigido pela Maria Trika, estava o fotógrafo Artur Lahoz, que fotografa só de câmera analógica. E achei isso tão lindo, porque o Arthur é jovem e tem uma paixão pelas câmeras analógicas. Ele tem uma coleção e faz fotos e vídeos. Achei a coisa mais linda, aquele zelo pela memória, e como aquilo está na família dele. E o Artur me vendeu minha primeira câmera analógica e me ensinou um pouco. Acho que ele foi esse impulso para mim, para eu buscar um pouco essa fotografia analógica.

Tem alguma cena em especial que você gostou de fotografar?
Gostei de fotografar a cena em que o Marcelo Gouveia (José Loreto) ia ser enterrado vivo pela família Leonel. Eu gosto muito dessa cena porque a Quinota está com o bacamarte e é a primeira cena dela com a arma na mão, que está muito forte, bem filha de Zefa Leonel (Andrea Beltrão). Gosto dessa cena, a fotografia dela, tanto do Marcelo Gouveia ali, e a brincadeira dos bastidores. Gosto muito da foto também que estou segurando o bacamarte. Aí as meninas que fizeram, pedi para elas fotografarem, encarando a câmera e na mira da câmera. Gosto muito dessa sequência, é uma cena muito especial, bem do início da novela.

E da viagem, quais foram suas imagens favoritas?
As fotos que me marcaram foram as com o Artur (Túlio Starling), que eu gosto muito desse amor dos dois e a gente gravou o primeiro beijo deles durante a viagem, então achei muito especial o que a gente fez. Eu gosto também das fotos que foram do primeiro capítulo, que é Zefa Leonel pegando a pirita no rio que ela faz o garimpo. E nesse mesmo dia pude fotografar o Allan Fiterman (diretor artístico). Acho muito legal isso porque tem muitos bastidores, a cena rolando, todo mundo antenado, trabalhando, para fazer acontecer.

O que o público pode esperar agora que a família está multimilionária?
Tem muita coisa que vai acontecer porque o dinheiro é um divisor de águas na vida dessa família. Vem muitas coisas para o bem e para o mal porque cada um vai achando individualidades e aí, às vezes, pode acontecer pequenas separações, o que é triste porque é uma família muito unida. Então acho que é interessante a chegada desse dinheiro para a gente ver o que realmente importa para a família, o que que realmente eles vão buscar ou não. E cada um vai ganhando uma narrativa um pouco mais individual. Isso é legal porque a gente também vai tendo ramificações da história. Então o público pode esperar muitas peripécias, muita dança dos erros e depois muitos acertos também. Acho que o amor nessa família sobressai. Assim a gente espera. Mas é isso: só vendo a novela para saber, e tem uma trajetória inteira para a gente descobrir juntos.