Otaviano Costa detalha nova fase na carreira como ator e avalia possibilidade de retorno do 'Vídeo Show'

A última vez em que Otaviano interpretou um personagem intensivamente foi em Salve Jorge, exibida pela Globo em 2013. Ele aponta que a parte mais difícil da produção foi 'tirar as cascas' de apresentador - já que, de lá pra cá, só trabalhou em pontas na Escolinha do Professor Raimundo e dublando filmes de animação.

"A Maria Silva (preparadora de elenco) foi uma lapidadora pra mim. Ela ajudou a descascar todas as cascas do apresentador e brotou de novo toda a intimidade e paixão que eu tenho pela atuação", diz. "Aproveitei para me revisitar, revisitar meu processo, o meu método, as formas como eu conversava como ator, como é que eu converso como ator, como eu me vejo como ator e isso foi muito interessante"

O filme conta a história do arquiteto Ulisses, um homem inseguro que ganha o poder de saber a vocação das pessoas à sua volta após consultar uma ‘coach vocacional’. Costa afirma que não planejou sua carreira desde a infância: “Havia uma série de luzes que piscavam na minha cabeça que me apontavam para o esporte e outras coisas, mas a comunicação surgiu de uma maneira muito rompante em minha vida, e não deu tempo nem de pensar o que eu seria. Quando eu percebi, eu já era.Já estava dentro do rádio, já me via como radialista, como um locutor, imitador, como comunicador”.

O ator incentiva os fãs a não desistirem de sonhar e buscarem trabalhar com o que amam. Marido de Flávia Alessandra, ele aponta que nem a atriz 'acertou' sua vocação de primeira: "Quantas histórias que a gente ouve de artistas, especialmente muito renomados, que antes de se tornarem reconhecidos e terem o seu primeiro grande sucesso reconhecido pelo público, trabalharam em outras coisas? A própria Flávia (Alessandra), durante anos foi advogada, é formada em advocacia. Esse sempre foi um plano b que para muitos artistas era uma realidade como forma de sustentação durante o caminho até encontrar o seu resultado seu sonho realizado", diz.

O filme, que está em cartaz no Brasil desde o dia 18 de abril, conta com participações de estrelas como Xuxa, Flávia Alessandra, Nany People, Stepan Nercessian, Negrete e Pequena Lô. Otaviano aponta que as personalidades tiveram liberdade para fugirem do roteiro e acrescentarem um toque especial no texto.

“O improviso sempre era muito bem-vindo. O que eles inseriam como improvisação eram um valor ainda mais potente por tudo que já estava ali tão bem desenhado e validado por todo mundo da direção”, conta.

No dia 1º de abril, Costa viralizou ao ‘trollar’ os fãs que voltaria a apresentar o Vídeo Show, programa de variedades que comandou de 2015 até 2019, quando a atração chegou ao fim. A parceria do ator com Mônica Iozzi, que durou um ano, é a mais relembrada pelos internautas.

“Foi a maior loucura.(...) Isso demonstrou, acima de tudo, que o programa - e especialmente aquele momento com a Mônica - são muito saudosos. Há muitos saudosistas nesse local, o programa é um xodózinho de muita gente, e isso me deixou muito muito feliz e realizado”, explica. “Cada vez que eu coloco um trecho do Vídeo Show daquela época, a gente repete muito bem. O público ama, e dessa vez não foi diferente”.

Ele diz defender a volta da atração: “Se na época que o Vídeo Show existia somente cobrindo a TV aberta e os conteúdos da TV aberta, imagina agora a potência que não tem para poder cobrir não só a TV aberta, mas todos os acontecimentos da TV fechada, do grupo Globo, e também do Globoplay?”, questiona. “Teríamos ainda mais conteúdo, podendo estender essa conversa ainda mais profundamente pro digital, criando uma capilaridade ainda mais ampla de possibilidades. Hashtag #voltavídeoshow”.

Otaviano aponta que, quando olha para o futuro, vê as metas ligadas às filhas, Giulia Costa (filha de Flávia Alessandra com o ator e diretor Marcos Paulo, morto em 2012) e Olivia: "A nossa vida tá feita já, agora a gente fica torcendo para que elas encontrem os seus sonhos e realizem seus sonhos, sejam felizes e alcancem as metas que desejarem - sejam elas quais forem. Eu quero que elas sejam felizes absolutamente, com muita saúde, e com a certeza de que estão fazendo o que amam. Não importa se vão na administração, na arte, nas humanas, se vai ser nas exatas, se vai ser na ciência, na computação, no terceiro setor.... Não importa".

"Os meus sonhos são os sonhos das minhas filhas, o que elas quiserem e puderem realizar será também uma extensão da minha realização. Eu quero que elas sejam felizes assim como eu sou, fazendo o que eu faço e conquistando o que eu já conquistei na minha vida", explica.