No Dança dos Famosos, Henri Castelli quer levar experiência para a vida: "Vou fazer aulas de hip hop"

"É uma roallercoaster (montanha-russa) de emoções. Rola desespero, medo, pavor... A ponto de querer gritar 'quero minha mãe'. Quando toca aquele tec-tec-tec da contagem regressiva, vem a vontade de correr, depois vem tesão, adrenalina..."

Desde 2020, o ator tem se dividido entre os países. "Por enquanto, estou um pé lá nos Estados Unidos; outro cá, no Brasil. Mas a tendência é que eu fique mais por lá nos próximos tempos", diz. "Um dos pontos que me mantinha no Brasil era a minha mãe. Quando ela resolveu se mudar para lá, eu me questionei: 'por que não ir também?'. Senti que seria uma boa hora", completa.

Henri também fala com carinho sobre os filhos -- Maria Eduarda, de 10, da relação com Juliana Despirito, e Lucas, de 17, do casamento com Isabeli Fontana. "Minha filha caçula segue em São Paulo. Meu filho já está com 17 anos e começou a trabalhar em uma grande companhia aérea. A Duda está amando me ver no Dança. Ela até refez uma coreografia comigo em casa!"

O ator afirma que a decisão de ter uma base nos Estados Unidos não foi motivada pelo episódio de agressão que sofreu em dezembro de 2020, durante uma viagem a Alagoas. "Infelizmente, o tipo de agressão que sofri poderia ter acontecido em outro lugar. Foi uma agressão gratuita. Evito até lembrar desse assunto. Fiz todos os exames, inclusive os toxicológicos. Não tinha nada. Não constava álcool, nem droga, não tinha nada. Está tudo perdoado, mas eles responderão à Justiça."

Quem: Como foi aceitar o convite para Dança dos Famosos?
Henri Castelli: Desde a primeira sou convidado. Quando assistia às temporadas anteriores, achava muito incrível, mas não conseguia conciliar. Estava em novelas, fui pai, realmente não tinha tempo. No ano passado fui morar nos Estados Unidos e fui convidado pela equipe do Domingão para fazer o LipSync. Fiz e senti uma vibe muito legal. Encontrei o Luciano [Huck, apresentador], e ele falou sobre a nova temporada do Dança. Luciano e equipe disseram que formariam um elenco bem legal. Disseram que eu sairia uma outra pessoa e quem passa pela Dança se transforma de alguma forma... Enfim, eles me deixaram com uma pulga atrás da orelha. Voltei para Miami e esqueci. Depois, em janeiro, voltaram a me ligar, convidaram e aceitei. Estava fazendo yoga na hora que veio a proposta e aceitei (risos).

Miami é a sua base desde quando?
Por enquanto, estou um pé lá nos Estados Unidos; outro cá, no Brasil. Mas a tendência é que eu fique mais por lá nos próximos tempos.

Como foi essa decisão?
A maior parte da minha família mora lá. Minha mãe, minha irmã, meus sobrinhos, meu filho... Todos estão lá. Então, nada acaba me prendendo aqui. Venho, trabalho durante um projeto -- como uma novela ou a Dança --, acabo e volto.

O que te motivou a querer morar fora?
A segurança é um dos fatores principais. Além disso, tenho negócios nos Estados Unidos. Trabalho com exportação de produtos de beleza. Um dos pontos que me mantinha no Brasil era a minha mãe. Quando ela resolveu se mudar para lá, eu me questionei: 'por que não ir também?'. Senti que seria uma boa hora.

Você passou por um episódio grave de agressão. Isso foi determinante para a mudança de país?
Não, de jeito nenhum. Infelizmente, o tipo de agressão que sofri poderia ter acontecido em outro lugar. Não só no Brasil. Foi uma agressão gratuita e nos Estados Unidos elas também existem. Eu evito até lembrar desse assunto. Deixei nas mãos dos advogados. Se você não falasse, eu nem lembraria. Posso dizer que não guardo mágoa, embora eu não saiba o motivo para que as pessoas tenham feito aquilo. A Justiça vai averiguar. Fiz todos os exames, inclusive os toxicológicos. Não tinha nada. Não constava álcool, nem droga, não tinha nada. A Justiça segue. Está tudo perdoado, mas eles responderão à Justiça.

Ao citar sua mãe, você sempre teve uma relação afetuosa com ela? Dona Tereza se adaptou bem aos Estados Unidos?
Minha mãe tem quase 80 anos e agora tem uma vida perto da praia, convive com minha irmã, com os outros netos. Nunca sabemos quando a pessoa vai deixar de estar entre nós, mas quero que minha mãe viva bem esses últimos anos dela. Aqui, ela consegue ficar de boa porque em Miami a língua não é uma dificuldade -- lá há muita gente falando em português e espanhol.

E seus filhos? Como estão?
Minha filha caçula segue em São Paulo, mas vou e volto para vê-la. O Lucas, meu filho mais velho, já está com 17 anos, estuda lá e começou a trabalhar em uma grande companhia aérea. A Duda está amando me ver no Dança. Ela até refez uma coreografia -- a do Grease -- comigo.

Com algumas semanas da competição no ar, já consegue eleger um ritmo preferido? Ou o mais desafiador?
A mudança de ritmos é um desafio. Bolero, gafieira, funk... Tudo em um intervalo de semana. Amei dançar o rock dos anos 50. Foi a que mais gostei até agora. Fiz um número com uma música de Grease. É um sucesso atemporal e está no meu Top 3 de filmes preferidos.

E percebe mudanças no físico?
Fiz esporte a vida inteira, mas sabe quando você para de ir à academia por um mês e retoma? Seu corpo passa a sentir dores que não sentia. Então, vieram umas dores em novas partes do corpo. Estou muito feliz em fazer parte da Dança. Comecei morrendo de medo, mas não me arrependo nenhum pouco de ter entrado.

Consegue manter uma rotina de treinos além dos ensaios das coreografias?
Não consigo. Só ensaio. Estou 100% focado na Dança. Como tudo o que eu faço na TV Globo, minha dedicação é integral. Nesta temporada, sou o único que realmente tem zero experiência com a Dança. Todo mundo é bailarino de alguma forma, menos eu e a Bárbara (Coelho). Não sinto que estou ali para competir e levar a ferro e fogo. Eu sinto que já ganhei por ter participado deste processo.

O saldo é positivo independentemente do título de campeão?
A Dança é uma roallercoaster (montanha-russa) de emoções. Rola desespero, medo, pavor... A ponto de querer gritar 'quero minha mãe'. Quando toca aquele tec-tec-tec da contagem regressiva, vem a vontade de correr, depois vem tesão, adrenalina... É uma adrenalina tão boa que você sai do estúdio e quer voltar a pé para o hotel para gastar toda a energia.

E já ficou nervoso ou triste com algum jurado?
Não, em nenhum momento. Estou nem aí. Eu danço sem pensar na nota. Os jurados têm o papel de avaliar e são pessoas qualificadíssimas. Acho ótimo que façam críticas construtivas. Quero levar a dança para a minha vida. Já me matriculei até em uma academia de dança em Miami. Em julho, começarei as aulas de hip hop -- algo que nunca imaginei que fosse conseguir, mas sei que agora consigo.

A Dança dos Famosos é encorajadora?
Com certeza. E não tem que ter vergonha. Você tem que fazer o espetáculo sem pensar no que está em volta, no julgamento.

Já tem novos planos profissionais para depois da Dança?
Tenho alguns. Um deles será em Portugal. Vou gravar uma trama entre Portugal e Espanha, interpretando um personagem brasileiro. No fim do ano, quem sabe, eu assuma um novo trabalho no Brasil.