Tomtom Perissé, de 17 anos, está radiante. É que, nesta quinta-feira (12), Dia das Crianças, a caçula de Heloisa Périssé, de 57, estreia como atriz no longa Uma Fada Veio Me Visitar, dirigido por Vivianne Jundi e estrelado pela Rainha dos Baixinhos, Xuxa, de 60.
Baseado no livro homônimo de Thalita Rebouças, no filme, Xuxa é convocada para transformar as adolescentes Luna (Tomtom Périssé) e Lara (Vitória Valentim), que se odeiam, em melhores amigas. O elenco conta ainda com Zezeh Barbosa, Dani Calabresa, Livia Inhudes e Thalita Rebouças.
"Eu e a Vitória, que interpretou a Lara, tínhamos muita crise de riso durante as gravações. Tinham cenas seríssimas que a gente não conseguia se controlar. Só de ouvir a respiração uma da outra, a gente já quase fazia xixi na calça de tanto rir. Se pegassem os erros de gravação, metade ia ser eu e Vitória tendo crise de riso", assume a adolescente, aos risos.
O clima ficou ainda melhor nas gravações com Xuxa. "A Xuxa sempre me tratou com um carinho e uma generosidade emocionantes. Sou muito grata por ter feito o meu primeiro filme com uma pessoa tão especial. Me senti muito acolhida e bem-vinda nesse mundo novo, não poderia ter sido melhor", derrete-se.
Família
Filha de Heloisa Périssé com o diretor Mauro Farias, de 62, Tomtom sempre contou com o apoio dos pais quando começou a se interessar pela vida artística. "Meus pais sempre me deram o maior apoio em tudo da vida. Tenho muita sorte de ter pais que confiam tanto em mim... Durante as gravações eu passei muito os textos com a minha mãe. E na época dos testes a Luísa [Perissé, irmã de Tomtom, de 24, da relação de Heloisa com Lug de Paula, de 66] me deu muito suporte também", conta.
Heloisa, aliás, é só elogios à caçula. "Ver Tontom em cena foi uma das sensações mais emocionantes da minha vida. Foi vê-la nascendo de novo. Ela madura, segura, ao lado da Xuxa, como se tivesse fazendo seu milionésimo trabalho, impressionante", exalta a mãe coruja.
"Porque Tontom sempre foi mais tímida. Mas ali, dentro dela, eu vi que mora um gigante. Tontom se revelou para mim, que sou mãe, uma força da natureza. E que grata surpresa. Falei tanto e concluo dizendo que, quando penso nisso, fico sem palavras", acrescenta a atriz, rindo.
Discreta, Tomtom tem uma relação de equilíbrio com a internet. "As minhas redes sociais, na verdade, sempre foram pessoais, nem tão low profile nem tão high profile. Eu costumo postar o que tem a ver comigo, mas nunca me dediquei tanto às redes", reconhece a adolescente.
"Posto de forma espontânea e natural. Apesar de não ser tímida, eu sou mais reservada. Então essa hiperexposição não me atrai tanto. Mas estou me esforçando para me manter cada vez mais ativa, pelo menos no Instagram", conta.
Música
Além de atriz, Tomtom também é cantora. "A minha relação com a música sempre foi muito genuína. É uma paixão muito natural. Desde que me entendo por gente, música é uma coisa que eu sou vidrada. Quando eu era pequenininha, saía música naturalmente de mim. Eu escrevia música sem nem pensar, gostava de cantar e sempre quis começar a fazer aula de piano, porque eu via minha irmã e meu pai fazendo", recorda.
A jovem artista começou a estudar música quando tinha sete anos. "Depois fui me aprofundando nos estudos, comecei a fazer aula de canto, passei a tocar violão com 14 anos e fiquei obcecada", afirma.
Foi na pandemia, contudo, que Tomtom passou a se dedicar 1000% e ficar totalmente imersa nesse universo musical. "Foi exatamente o que eu fiz. Isso não se desgruda de mim, não se desgrudou de mim desde então. A minha relação com a música é de muito tempo, mas na pandemia foi quando esses laços se estreitaram. Eu comecei a voltar a querer compor músicas, que é uma coisa que eu amo fazer e é uma das coisas que eu faço melhor na vida, na minha opinião", entrega.
Ela então começou a compor músicas por paixão, sem ter o intuito de lançar algum dia. "Agora eu tive a oportunidade de produzir as minhas músicas e botá-las para o mundo. Mas isso é muito mais uma forma de querer me expressar e de dividir essa arte com as pessoas do que com o intuito de ganhar dinheiro. Lógico que isso também é importante, porque isso também é trabalho. Mas, acima de tudo, é uma coisa que eu faço com muita paixão e com muito, muito amor mesmo. Independente de tudo, a música vai estar sempre comigo e eu vou estar sempre fazendo música porque eu acho que é a minha forma de existir no mundo", argumenta.
'Como iguais'
A música Como iguais surgiu justamente nesse período em que Tomtom estava querendo começar a compor, e expressar tudo o que eu tinha absorvido durante o período de imersão no universo musical.
"Foi uma das primeiras músicas que surgiu e ela reflete esse sentimento de não pertencimento e questiona padrões sociais estéticos e não estéticos que fazem com que as pessoas queiram se tornar cada vez mais iguais. Acho que muitos artistas vão se identificar com essa música, as pessoas que refletem sobre a vida", acredita.
"Enfim, eu acho que essa música, apesar de ter uma melodia doce e até meio irônica, fala sobre um tema muito sério e que já me fez ter muitas crises. Exatamente por não seguir esse padrão que a maioria das pessoas segue. Isso não necessariamente é fácil, mas são escolhas, né? Você querer preservar a sua essência e ser o mais você que você puder", filosofa.
Para Tomtom, a música tem tudo a ver com o filme. "Eu pedi para a minha diretora para essa música entrar [na trilha sonora do longa], falei que eu tinha músicas e mandei para ela pra ver o que ela achava e ela amou essa, porque, de fato, de todas as minhas músicas é a que mais tem a ver com o filme porque ela é leve também, assim como filme. E fala sobre um assunto sério, que tem muito a ver com a Luna, que é uma artista também. Fala sobre querer ser diferente e não ter essa necessidade de estar como os outros", destaca.