Entrevistas

Por Beatriz Bourroul (@biabourroul)

Claudio Gabriel, 53 anos de idade, se tornou um dos principais alívios cômicos da novela Terra e Paixão. Na pele do conservador Tadeu na trama de Walcyr Carrasco, o ator forma dobradinha com Tata Werneck, a Anely, que adota a identidade de Rainha Delícia para viver um affair virtual com ele.

Com 32 anos de carreira, o ator aprendeu a ser cauteloso nas expectativas. "O personagem pode crescer ou desaparecer. Desde a sinopse, vi que o Tadeu era um ótimo personagem, com camadas muito interessantes e relevância na trama. Fico muito feliz com o sucesso da novela e do meu trabalho no horário nobre da TV aberta", afirma Claudio, citando que o personagem Severino, de Laços de Família (Globo, 2000), está entre seus trabalhos mais lembrados na TV.

Conquistar espaço em núcleos cômicos são oportunidades bem vistas por Claudio. "Não considero o humor como um gênero difícil. O que há, até hoje, é um certo preconceito por parte da sociedade, que o vê como um gênero menos importante, talvez por ser popular", diz ele, que se considera um profissional disciplinado para encarar os altos e baixos da carreira. "Um trabalhador autônomo tem que saber gerenciar o seu dinheiro, contando com as entressafras. Mesmo a pandemia, terrível para nosso setor, me ajudou a dar a volta por cima e me reinventar."

Seu personagem em Terra e Paixão conquistou um bom destaque na novela. Imaginava que o personagem teria tanta repercussão?
Imaginava que daria o que falar, principalmente por conta da vida dupla que ele leva com a Rainha Delícia. Mas a repercussão a gente nunca sabe qual será. Novela é obra aberta e tudo pode acontecer. O personagem pode crescer ou desaparecer. Desde a sinopse, vi que o Tadeu era um ótimo personagem, com camadas muito interessantes e relevância na trama. Fico muito feliz com o sucesso da novela e do meu trabalho no horário nobre da TV aberta.

Claudio Gabriel e Tata Werneck se destacam em 'Terra e Paixão', como Tadeu e Anely — Foto: TV Globo
Claudio Gabriel e Tata Werneck se destacam em 'Terra e Paixão', como Tadeu e Anely — Foto: TV Globo

Você está no meio artístico há mais de 30 anos. Passou por muitos altos e baixos?
Nestes 32 anos de carreira profissional, consegui me manter na profissão, galgando degrau por degrau. Ainda assim, alguns poucos 'baixos' aconteceram, sim. Normal. E é bom pra aprender que um trabalhador autônomo tem que saber gerenciar o seu dinheiro, contando com as entressafras. Mesmo a pandemia, terrível para nosso setor, me ajudou a dar a volta por cima e me reinventar. A Oficina do Riso -- curso criado e ministrado por mim, em parceria com a Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) -- surgiu dessa crise, por exemplo, em versão on-line, e hoje faz grande sucesso em turmas presenciais.

Chegou a ter um plano B?
Não, nunca. desde o momento em que ingressei no grupo de Teatro amador do SESC Tijuca, onde comecei em 1988, não parei mais.

Claudio Gabriel — Foto: Priscila Nicheli
Claudio Gabriel — Foto: Priscila Nicheli

Você também ministra oficinas de comédia. Quando ingressou na carreira, já imaginava trabalhar com o humor? O que torna o gênero difícil?
Não tinha esse plano traçado, foi acontecendo naturalmente. Sempre pensei em ser o mais abrangente possível, poder interpretar qualquer papel, dramático ou cômico, no teatro, TV ou cinema. Com o humor, especificamente, quando senti que havia essa lacuna na minha formação, procurei por comédias e também fiz a oficina A Nobre Arte do Palhaço, com Márcio Libar, e o Teatro de Anônimo. Tive uma grande experiência com a Cia. do Público, trio que se apresentou durante 5 anos em todo o Brasil. Apliquei esses aprendizados na novela Laços de Família, com o Severino, personagem que me abriu muitas portas nesse sentido. Não considero o humor como um gênero difícil. O que há, até hoje, é um certo preconceito por parte da sociedade, que o vê como um gênero menos importante, talvez por ser popular. É uma técnica que pode ter um impacto inclusive social, de grande valia. É uma válvula de escape tanto para quem faz quanto para quem consome, mas além de entreter, ensina profundamente. E na construção de qualquer papel, mesmo de um vilão, por exemplo, pitadas de humor são bem-vindas, pois trazem camadas contraditórias que o tornam mais próximo da vida real.

Vi que você também tem trabalhos nas artes plásticas. Quando começou a se dedicar à pintura? Encara como um hobby ou é mais uma vertente profissional?
Não é hobby. É mais uma vertente profissional, que dia a dia vai se tornando mais presente na minha vida. Ingressei nos cursos da EAV - Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em 2010, estudando e aprendendo com grandes mestres da famosa "Geração 80" de pintores, e já participei de muitas exposições. Atualmente, está terminando a "Bruta", coletiva de pintura com curadoria de Raimundo Rodriguez (Projeto Triplex), no centro do Rio, que também me convidou para outra que abre no dia 20/09 - "Três Artistas em Construção". E, ainda outra, com abertura dia 23/09 na Fábrica Bhering, "Ele é Dois", em homenagem a São Cosme e Damião, na Galeria OLUGAR - Arte Contemporânea, a convite dos artistas que gerenciam o local.

Claudio Gabriel entre os filhos, Aisha e Pedro — Foto: Arquivo pessoal
Claudio Gabriel entre os filhos, Aisha e Pedro — Foto: Arquivo pessoal

Você tem dois filhos. Eles já demonstraram interesse pelo meio artístico? Apoia ou preferiria que eles seguissem carreiras em outras áreas?
Minha filha Aisha tem 33 anos, já é médica e exerce a profissão há muitos anos. É sua vocação desde sempre. Atende na Clínica da Família e é excelente profissional. Meu filho Pedro tem 20 anos, está cursando faculdade de Comunicação e seu sonho é ser jornalista esportivo. Tem muito talento pra isso, mas também para as Artes Cênicas. Fez Teatro durante o Ensino Médio e na própria faculdade, como curso complementar. Quem sabe? Não costumo influenciá-lo, mas conversar e orientar para que seus desejos se tornem realidades. Acho que a pessoa tem que ser feliz, se formando e trabalhando no que realmente sente paixão.

Quando decidiu ser ator, você teve incentivo familiar?
Tive, sim. Meu pai e minha mãe observaram e reconheceram meu talento. Pagaram as primeiras aulas, durante alguns meses, numa escola particular, logo depois dessa experiencia com o grupo do Sesc. Com essa base, pude me inscrever, fazer a prova e ser aceito na Escola de Teatro Martins Pena, gratuita, onde me formei em 1991. Anos depois, já inserido no mercado, eu mesmo banquei e conclui meu curso de bacharelado, na Faculdade CAL de Artes Cênicas, em 2015.

Ao longo da carreira, você acumula personagens na TV, teatro e cinema. Quando Terra e Paixão chegar ao fim, pretende tirar férias ou emendar algum novo trabalho?
A ideia seria tirar férias, mas há um projeto em vista. Ainda não posso falar dele, mas se tudo der certo, deve acontecer na sequência imediata de Terra e Paixão.

Claudio Gabriel, como Severino, em Laços de Família (Globo, 2000) — Foto: TV Globo
Claudio Gabriel, como Severino, em Laços de Família (Globo, 2000) — Foto: TV Globo

Severino, de Laços de Família, é um dos seus trabalhos que guardo na memória e que me fez dar boas risadas. Quais personagens que fez que considera os mais recordados pelo público?
Severino é o "campeão", talvez, até hoje. Que bom que te fez rir! Bebeto, da série Impuros, também é muito lembrado. Ainda Jurandir e Nelson, das novelas Amor e Intrigas e Bela, A Feia, na época da Record. Mas agora quem reina nas ruas e nas redes é Tadeu (risos).

Profissionalmente, você tem um papel dos sonhos?
Nunca fui de cultivar a ideia de fazer "tal papel". Minha carreira vai se desenrolando de maneira muito intuitiva e natural. Adoro receber convites que se tornam cada vez maiores desafios, mas de uns tempos pra cá venho trabalhando na ideia de me produzir, e talvez surjam daí algumas escolhas específicas por projetos ou papéis, principalmente em se tratando de Teatro. Já dirigi duas peças e também pretendo ampliar essa experiência. Mas Rei Lear e Ricardo III, de Shakespeare, são peças e personagens que me vem à cabeça. Quem sabe, mais velho, possa um dia me aventurar neles?

Cláudio Gabriel — Foto: Priscila Nicheli
Cláudio Gabriel — Foto: Priscila Nicheli
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