Cris Vianna fala sobre empoderamento e racismo: "O entendimento de que essa luta vem de longe"

“A Maíra é uma mulher inflexível, ela não se curva para as coisas que ela não acredita, e por conta disso ela perde muitos aliados. São pouquíssimas pessoas no mundo que de fato tem isso, ainda mais entendendo um cargo de poder tão importante. E de fato quando você deseja continuar nesse cargo você começa a entender quais são os grupos que você pertence ou que possa pertencer a sua turma”, analisa a atriz ao interpretar a presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), cargo que nunca foi ocupado por uma pessoa negra nem por uma mulher.

A artista ainda falou sobre sua luta contra o racismo, e garantiu que esse é um movimento com uma história antiga. “Uma reivindicação nossa que não é atual, muito pelo contrário, tem uma ancestralidade toda que a gente carrega aí. Se hoje eu estou forte, estou bem, estou plena, é porque eu tenho minha história de vida, eu tenho pessoas lá atrás que fizeram com que isso acontecesse pra eu chegar até aqui. Então é de fato uma gratidão, e o entendimento de que essa luta vem de longe, muitas vezes parecem palavras feitas, e são mesmo, porque elas existem já faz muitos anos”, refletiu.

Sobre flexibilizar seus trabalhos, Cris Vianna contou que teve que aceitar papéis para contribuir com a renda na sua casa. “Ao longo da história da minha vida eu tinha muita conta pra pagar, então eu tinha que aceitar um trabalho que talvez eu entendesse que poderia muito mais. Mas eu precisava sustentar a minha família, então eu falei ‘tudo bem, esse personagem eu faço’. Porque naquele momento eu tinha uma família para sustentar, tinha a minha vida, a minha história, meus estudos para supri", disse ela, que estreou em América, como a dançarina Drica, e atuou em novelas como Sinhá Moça, em O Profeta, Tempos Modernos, Fina Estampa, Salve Jorge, Império, A Regra do Jogo e O Tempo não Para.