Dez anos se passaram desde que Aline Dahlen, de 42 anos, passou pela 14ª edição do Big Brother Brasil. Ao longo de sua passagem pelo reality show, a atriz e fisiculturista viveu momentos especiais, mas também teve a maior rejeição da edição, sendo eliminada com 80% dos votos. Com a estreia do BBB 24, a agora é tricampeã de fisiculturismo e estreante no cinema internacional, conversou com Quem e refletiu sobre os erros e acertos e principais mudanças do público e do programa.
"Não abaixei a cabeça para me encaixar na turminha. Não acreditei em quase nenhum personagem que estava naquele 'BBB'. Eu, atriz acusada de atuar, era praticamente a única original e orgânica. Não teve atuação. Mostrei minhas fraquezas e bravuras. A atriz não atuou", recorda.
"O público não estava acostumado a ver uma mulher que não se deixa pisar. 'Ué? Mas não é a mocinha que deveria ser a estrela?', se perguntavam. Automaticamente virei a vilã. Fui rejeitada por ser diferente, por falta de identificação. Hoje, dez anos depois, a mulher aprendeu que pode ser forte e também ser mocinha. Mas naquela época, não. A rejeição veio e precisei batalhar muito para mostrar de verdade quem eu era, sem corte ou edição", argumenta.
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Sincerona
Sem papas na língua em 2014 e, do mesmo jeito até hoje, Aline não teme em discordar do pódio de sua edição, composto pelas paulistas Angela Munhoz, Clara Aguilar e Vanessa Mesquita, que venceu o BBB 14. "Dentre as opções que estavam na casa, a vencedora estava 'ok', mas o resto, não", opina. Para Aline, os vencedores de reality se tornam ídolos e, por isso, precisam ser relevantes. "Eles eram apáticos", afirma.
De lá para cá, muita coisa mudou e a atriz aprova a diferença. "Os participantes agora têm alguma vida pregressa interessante, famosos e anônimos. O público já não cai mais no papo do coitadinho, o mix está bom", argumenta.
Ela destaca, ainda, as diferenças ao longo dos anos e a força das redes sociais hoje em dia. "O poder era praticamente exclusivo da TV e algumas poucas revistas. A internet permite que o público opine e interfira no programa. Hoje o apresentador é isento, não toma partido nem influencia a audiência. Está bem melhor", diz.
Apesar das melhorias, ela acredita que mudanças ainda precisam acontecer. "Os mais abastados jogam com equipes dignas de ator de primeiro escalão. Quero ver menos show e mais reality", pede.
Dona Ledi
Tornando sua edição ainda mais marcante, a fisiculturista teve uma das experiências mais inéditas do programa. Em homenagem ao Dia das Mães, as mães dos participantes entraram na casa por alguns dias. "Minha mãe virou uma superstar naquele BBB", relembra Aline sobre Dona Ledi, que, mesmo tratando um câncer na época, encarou o desafio e deixou a casa com a filha no 12º paredão.
Já trabalhando como atriz na época em que entrou no programa, Aline conta que, ainda assim, seu faturamento pós-BBB ainda vinha da mãe. "Não ganhei absolutamente nada por causa do 'BBB' além de algumas sacolas de roupa depois de fazer algumas fotos e desfiles para uma loja. Era assim que pagavam ex-BBB na era 'pré-influencers'", recorda.
"O BBB só me ajudou a ter uma rede social forte, mas tudo o que conquistei foi com muito trabalho. E ainda assim o dinheiro continuou vindo da minha mãe na época. Ainda darei muito orgulho a ela" diz ela sobre Dona Ledi, que morreu em 2017.
Sem arrependimentos
Superando os primeiros impactos da era do cancelamento, Aline não se arrepende de ter participado do programa. "Hoje em dia é considerado bacana dizer que participou do 'BBB'. Não me vanglorio, mas tenho, sim, orgulho de ter participado. Foi dolorido, mas válido", afirma.
E mesmo mostrando a personalidade forte desde o começo, a atriz afirma que hoje engoliria ainda menos sapos. "Nem um mísero que fosse. Educada, sim. Frouxa e trouxa, não", garante ela, que está no elenco de 36 Hours, longa norte-americano em que dá vida à agente do FBI Anna Harris.