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Boas práticas

Indícios de fraude

Ferramenta de editora encontra sinais de má conduta em até 13% de artigos recebidos para avaliação

Todos os meses, cerca de 10 mil trabalhos científicos são submetidos para publicação nas 270 revistas científicas da editora Wiley. Desse total, entre 10% e 13% são sinalizados como problemáticos pelo Papermill Detection, um conjunto de softwares que busca semelhanças entre os textos recebidos e estudos produzidos pelas chamadas fábricas de papers, serviços fraudulentos que produzem artigos sob encomenda, em geral com dados falsos.

A ferramenta avalia, entre outros parâmetros, a presença de “frases torturadas”, expressões que parecem mal traduzidas e surgem em textos que tentam escamotear a prática de plágio, além de sinais sugestivos de que o texto foi produzido por inteligência artificial ou de que o endereço de e-mail do autor seja falso. Um porta-voz da editora Wiley disse ao site Retraction Watch que a detecção de sinais de fraude não significa necessariamente que se trate de um artigo fabricado – e que os editores das revistas avaliam os papers individualmente para prevenir eventuais injustiças na avaliação.

Com o uso dessas ferramentas, a editora busca, além de aperfeiçoar processos e verificar a procedência dos artigos, prevenir danos à sua imagem como os de um escândalo recente envolvendo a Hindawi, um de seus braços editoriais. A manipulação do sistema de revisão por pares de periódicos da Hindawi levou à retratação de mais de 8 mil artigos científicos. A Wiley abandonou a marca Hindawi e incorporou todos os seus títulos.

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