Ideias de negócios

Duas lojas temporárias de Halloween da Abrakadabra, braço de varejo da indústria têxtil Sulamericana, acabam de abrir as portas em São Paulo – uma nos Jardins, bairro nobre da capital, e outro em Campinas, no interior. A ideia é que os pontos ajudem a incrementar as vendas da empresa em outubro, período que representa um terço do faturamento anual do negócio. A loja de Campinas deve permanecer no local até o Carnaval de 2024.

O projeto faz parte de um investimento de cerca de R$ 1,5 milhão feito pela empresa para turbinar as vendas deste mês em 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2023, a Abrakadabra projeta faturar R$ 6 milhões só no Halloween, 20% acima do que foi feito em 2022 (R$ 4,8 milhões). O mês de outubro, que contempla Dia das Crianças e Halloween, corresponde a 30% do faturamento anual da empresa.

Além das lojas temporárias, a empresa fará ações temáticas em suas sete lojas próprias e nas 30 unidades store in store (que funcionam dentro de estabelecimentos parceiros, como resorts e cabeleireiros infantis). Também vai colocar na rua um ônibus temático que passará por pontos pré-selecionados. O investimento ainda contempla a fabricação dos produtos para o período.

De acordo com Michael Smitas, diretor de varejo da Abrakadabra, os investimentos são inspirados no mercado norte-americano, que já tem uma tradição em vendas de fantasias para o Halloween. O objetivo é fomentar o potencial da data no mercado local. “Aqui no Brasil já temos grandes operadores de lojas pop-up para o Natal. Tentamos replicar isso, antecipando para setembro e outubro, com um mix voltado 100% para o Halloween, com produtos e experiências. A ideia é ‘aumentar o bolo’”, diz.

O mix de produtos acompanha as tendências de filmes e séries da moda, mas os clássicos também têm força nas buscas, como fantasias de vampiro ou de personagens famosos, como Chuck e Jason. Acompanhar o que surge de novas trends, no entanto, é um exercício diário na empresa, que precisa se antecipar para obter a licença, fabricar, distribuir e vender antes que a febre passe. “É uma demanda grande que, às vezes, dura seis meses e depois morre. É um dos grandes desafios do nosso negócio acompanhar essas tendências para atender o consumidor no tempo certo”, explica Michael.

Ao longo do mês de outubro as lojas fixas, pop-ups e o ônibus temático terão ações como oficinas de maquiagem, rota dos doces e até pista de patinação. “A loja itinerante é um sonho antigo, que conseguimos tirar do papel agora. Além de apoiar eventos nossos e de parceiros, ainda ajuda a reforçar a marca com o consumidor final”, diz Kiko Smitas, fundador e CEO da Sulamericana e da Abrakadabra.

70% do público é infantil

Loja da Abrakadabra: 30% do faturamento é feito no mês de outubro — Foto: Divulgação
Loja da Abrakadabra: 30% do faturamento é feito no mês de outubro — Foto: Divulgação

O Halloween é a principal data do ano para a Abrakadabra, seguido pelo Carnaval, mas nem só de festas vive a marca do grupo Sulamericana. Sete em cada dez fantasias são vendidas para o público infantil. Temáticas lúdicas, que inspiram profissões, tendem a ser bem procuradas ao longo de todo o ano. De olho nisso, a rede fechou parcerias com escolas, para reforçar a imagem dos produtos como artigos educativos.

Nicho de fantasias nasceu de uma crise

A Abrakadabra surgiu há cerca de 15 anos, como um canal de varejo da indústria Sulamericana, especialista em vendas B2B no atacado. No entanto, a história da empresa começou em 1986, como uma pequena confecção fundada por Kiko. O negócio sofreu com as mudanças econômicas promovidas pelo governo Collor, no início dos anos 1990, e precisou readequar o foco. “Nós, como fabricantes de roupa moda jovem, sofremos bastante com a abertura do mercado e chegada dos produtos importados”, diz o empreendedor.

Nos anos seguintes, a empresa decidiu ampliar o portfólio, apostando na importação de brinquedos para a venda. Isso trouxe uma ideia para o negócio: a fantasia foi identificada como um mercado potencial.

“Entendemos que poderia ser apresentado como algo lúdico, criativo, que ajudaria no desenvolvimento das crianças. Desde aquela época apresentamos a fantasia como um ‘brinquedo para vestir’. A nossa experiência no mercado têxtil nos proporcionou ter um olhar para a matéria-prima usada, as tendências. Desenvolvemos o segmento, usando as licenças como um diferencial”, diz Kiko.

Lojas surgiram a partir de demanda do consumidor

Fachada da Abrakadabra na Água Branca, em São Paulo — Foto: Divulgação
Fachada da Abrakadabra na Água Branca, em São Paulo — Foto: Divulgação

Até meados dos anos 2000, a empresa trabalhava puramente com distribuição para lojistas. Em 2007, no entanto, sentiu necessidade de ter um canal próprio para atender a demandas específicas do consumidor.

“Desenvolvemos um mapa virtual para que os clientes finais pudessem encontrar onde nossas fantasias eram vendidas, qual lojista poderia atendê-lo. No entanto, nem sempre aquele local tinha a fantasia que o cliente queria”, explica. Assim, eles resolveram abrir um e-commerce para vender itens diretamente para o consumidor.

Depois, a demanda por experimentação fez com que a empresa investisse em uma loja física, anexa à fábrica. Assim nasceu a Abrakadabra. “Fomos nos adequando entre ser um fabricante, hoje com quase três mil clientes ativos, e varejista”, diz Kiko.

Agora, a empresa busca fortalecer sua imagem como primeira opção em datas como Halloween. A concorrência de lojas de departamento ou até do comércio popular é vista como benéfica por Michael. De acordo com ele, “quanto mais gente tem, mais ajuda a reforçar as datas e gerar demanda”. A estratégia é justamente usar as lojas pop-up como uma ferramenta para ocupar mais espaços temporários no aluguel, mas fixos na mente do consumidor.

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