O ator e diretor Griffin Dunne, de 'Um Lobisomem Americano em Londres' (1981) e 'This Is Us' (2016-2022), detalhou em seu novo livro, 'The Friday Afternoon Club: A Family Memoir' ('O Clube da Sexta à Tarde: Uma Memória Familiar', em tradução literal), como o assassinato de sua irmã, a atriz Dominique Dunne (1959-1982), aos 22 anos destruiu sua família.
Dominique Dunne interpretou a jovem Dana Freeling em 'Poltergeist: O Fenômeno' (1982), um de seus últimos e mais importantes trabalhos; ela também estrelou produções como as séries 'Família' (1976-1980) e 'Casal 20' (1979-1984), e o filme 'Os Cavaleiros da Sombra' (1982).
Além dela e de Griffin, seus pais, Dominick (1925-2009) e Ellen (1932-1997), tiveram Alexander.
Vítima de feminicídio, Dominique foi assassinada pelo ex-namorado John Sweeney do lado de fora de sua casa, em West Hollywood. Ciumento, possessivo e inconformado com o término, ele apareceu no local enquanto a atriz ensaiava para a minissérie 'V' (1983) com o ator David Packer e a estrangulou durante uma discussão; a jovem ainda ficou cinco dias em coma, mas faleceu em novembro de 1982.
No livro, Griffin, de 69 anos, conta que seu tio, irmão do seu pai, foi embora para a Europa com a esposa apenas para evitar que sua filha adolescente fosse chamada a testemunhar sobre o crime. A decisão, é claro, causou um racha na família. “A animosidade entre meu pai e seu irmão atingia novos patamares a cada dia que passava, John permanecia na Europa”, escreve.
Griffin lembra que sua irmã conheceu o chef John Sweeney no badalado restaurante Ma Maison de Los Angeles — e ressalta que ninguém da família gostava dele. Um mês antes do aniversário da irmã (e pouco antes de sua morte), ela terminou com o namorado e, segundo o autor, confidenciou que ele era ciumento, possessivo e que uma vez a estrangulou até a beira do desmaio.
Logo depois, John Sweeney ligou para Griffin pedindo conselhos sobre reconciliação, mas ouviu que deveria "ficar longe" dela e se "tocar na minha irmã de novo e eu vou te matar”.
Infelizmente, ele apareceu em 30 de outubro na casa da ex-namorada e cometeu o crime. Depois de falar com seu ex através de uma porta trancada, Dominique saiu na varanda enquanto o ator David Packer, com quem ensaiava, permaneceu dentro da casa. Os dois logo começaram a discutir, e Packer ouviu sons de tapas, gritos e um barulho de impacto.
No julgamento, John Sweeney foi condenado por homicídio culposo, quando não há intenção, e pegou seis anos de prisão pela morte de Dominique Dunne. Entre algumas das decisões controversas, o juiz do caso atendeu a um pedido da defesa do assassino para retirar o júri da sala durante depoimento de Lillian Pierce, ex-namorada dele; ela supostamente foi internada duas vezes com ferimentos, incluindo nariz quebrado e colapso pulmonar, após agressões.
Enquanto isso, a tia e o tio de Dominique, Didion (1934-2021) e John Dunne (1932-2003), optaram por pular o julgamento e ir para Paris — porque, escreve Griffin, eles estavam preocupados que sua filha, Quintana, fosse chamada para testemunhar. A jovem que foi assassinada cuidava da prima mais nova quando os tios não podiam ficar com ela.
Griffin Dunne ainda escreve que continua “irritado e magoado” porque seu tio “nunca falou com minha mãe ou comigo para saber como estávamos” após a tragédia familiar.
Além dos já citados, Griffin trabalhou em produções como 'Depois de Horas' (1985), 'Para Maiores' (2013), 'Clube de Compras Dallas' (2013), 'Oito Mulheres e um Segredo' (2018) e 'As Garotas do Ônibus: Jornalistas de Campanha' (2024).