Michael Phelps, lenda da natação, desabafa sobre 'depressão pós-Olimpíadas': 'Beira do penhasco'

Mas nem mesmo todas essas proezas fizeram com que o norte-americano se sentisse bem nos períodos em que não estava competindo.

"2004 foi quando tive o meu primeiro contato com a depressão pós-Olimpíadas", ele revelou em entrevista à NBC. "Vindo de uma alta, quando se está praticamente à beira do penhasco, você pensa: 'Legal. E agora? Ah, parece que preciso esperar mais quatro anos para ter a chance de fazer isso de novo'".

Embora esse não tenha sido o caso de Michael, o nadador refletiu sobre a situação de atletas que, além de encarar a espera, precisaram lidar com a sombra de desempenhos ruins nos jogos. "Para aqueles que não tiveram sucesso nas Olimpíadas, esses quatro anos parecem a eternidade", ponderou.

Depois das Olimpíadas de Pequim, quando Phelps conquistou oito medalhas de ouro, os impactos da montanha-russa emocional foram ainda maiores. "Naquele ponto, como um atleta masculino, eu sabia que havia algo errado. Mas eu via como um sinal de fraqueza. Se eu contasse para alguém, pensei que estaria dando uma vantagem aos meus competidores", ele explicou.

"E não é isso que eu queria, né? Não queria que meus competidores tivessem uma vantagem. Estava tentando ser melhor que todos. Então, para mim, parecia uma fraqueza", Phelps acrescentou. "Precisei aprender que vulnerabilidade é algo bom. Foi assustador de primeira, mas eu aprendi que vulnerabilidade significa mudança. Para mim, foi uma grande mudança".

O nadador se aposentou após as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.

A entrevista completa de Michael Phelps à emissora de televisão norte-americana NBC vai ao ar no dia 19 de maio.