Ashley Graham é uma das modelos plus size de maior sucesso no mundo, com diversas campanhas que romperam padrões e ajudaram outras mulheres a se enxergar de forma mais positiva. Mas antes de atingir esse patamar, ela precisou superar as próprias inseguranças desde cedo.
A norte-americana, de 36 anos, falou sobre o assunto em um artigo publicado na revista Time.
Ela conta que desde os 9 anos foi confrontada com a ideia de beleza. "Sempre fui uma criança maior – corpulenta, atlética. As pessoas me diziam que eu era 'grande e forte'", detalha. Ao se deparar com uma garota magra em uma loja à época, se lembra de ter pensado: "Eu não sabia o que era ser modelo naquela época – nem sabia o que era moda – mas queria o que ela tinha. Eu queria chamar a atenção".
Ao longo de sua juventude, recebeu apelidos depreciativos por causa de sua forma física, mas que, de repente, "eu virei modelo". "Um olheiro me viu no shopping quando eu tinha 12 anos", explica, antes de citar que, então, vieram as ressalvas. "Eu era 'grande e bonita' ou 'bonita para uma garota grande' ou 'bonita do pescoço para cima'. Sempre havia esse rótulo duplo: bonita e de tamanho grande."
"Desenvolver minha confiança na minha própria beleza veio depois – e é algo com o qual ainda luto às vezes. Não há uma top model que não viva com algum tipo de insegurança. Você poderia falar com qualquer uma delas, e aposto que elas contariam tudo sobre isso. Estamos constantemente sendo analisadas", continua.
"É o suficiente para fazer qualquer um querer desistir, e eu quase fiz isso uma vez, logo no início", revela.
Ela admite que quase largou a carreira aos 18 anos em meio à pressão e às dificuldades ainda maiores para uma modelo plus size, algo que não era muito aceito na época. "Um dia, enfim, liguei para minha mãe chorando, olhando no espelho e simplesmente sentindo que não aguentava mais", detalha.
Foi quando sua mãe, Linda Graham, usou sua sabedoria: "Ela me disse algo que nunca esquecerei: 'seu corpo vai mudar a vida de alguém. Você tem que continuar'".
Ashley conta que essa fala de sua mãe foi uma virada de chave para ela. "Minha mãe me ajudou a entender meu propósito. Enquanto deixava suas palavras absorverem, pensei em como, durante anos, deixei que outras pessoas me dissessem quem eu era. Eu precisava definir meu valor por mim mesma. E eu poderia usar palavras, como minha mãe fez, para fazer isso", conclui.