História

Por Marília Marasciulo

Em 1961, o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, prometeu ao mundo que o país levaria o primeiro ser humano à Lua até o final da década. Para esse objetivo, a Nasa criou o programa Apollo. A promessa foi cumprida em 1969, com a missão Apollo 11.

Com uma história de sucessos e desastres, o programa espacial chegou ao fim em 7 de dezembro de 1972, com a Apollo 17. O foguete Saturn V levou a bordo da cápsula a tripulação dos últimos humanos a pisarem na Lua até hoje.

Essa também foi uma missão que estabeleceu recordes e consolidou de vez os EUA como vitoriosos na corrida espacial contra a União Soviética. Conheça cinco curiosidades sobre a empreitada.

1. Primeiro cientista a bordo

A missão Apollo 17 foi marcada também por ser a primeira a incluir um cientista entre a tripulação: o geólogo Harrison Schmitt, que atuou como piloto do módulo lunar (veículo que servia de transporte entre a órbita e a superfície do satélite).

O astronauta e geólogo Harrison "Jack" Schmitt coleta uma amostra de solo na missão Apollo 17 — Foto: NASA/APOLLO 17
O astronauta e geólogo Harrison "Jack" Schmitt coleta uma amostra de solo na missão Apollo 17 — Foto: NASA/APOLLO 17

Ele teve a oportunidade de coletar amostras de rochas da Lua e realizar experimentos. Um deles envolveu analisar o campo gravitacional de várias localidades do satélite, para estabelecer a densidade e a composição da superfície lunar. Por causa dessa atuação, Schmitt também acabou sendo a única pessoa sem treinamento militar a pisar na Lua.

2. Tripulação recordista

Três pessoas fizeram parte da tripulação da Apollo 17: o comandante, Eugene Cernan; o cientista e piloto do módulo lunar, Harrison Schmitt; e o piloto do módulo de comando, Ronald Evans. Cernan era um veterano em viagens espaciais, tendo participado das missões Gemini 9 e Apollo 10. Desceu à superfície na companhia de Schmitt e, por ser o comandante, entrou depois no módulo lunar, sendo então o último homem a deixar uma pegada na Lua.

Já Evans era novato: a Apollo 17 foi seu primeiro voo fora da órbita terrestre. Juntos, os membros da tripulação alcançaram conquistas relevantes, como os recordes de mais longo período na superfície da Lua (três dias) e de maior quantidade de amostras trazidas para a Terra (115,5 kg).

3. Rolê de carro

O comandante da missão Apollo 17, Eugene Cernan, dirige o veículo lunar durante a primeira parte da caminhada no local de pouso, Taurus-Littrow. O Módulo Lunar está em segundo plano — Foto: NASA/Harrison Schmitt
O comandante da missão Apollo 17, Eugene Cernan, dirige o veículo lunar durante a primeira parte da caminhada no local de pouso, Taurus-Littrow. O Módulo Lunar está em segundo plano — Foto: NASA/Harrison Schmitt

A missão Apollo 17 foi a terceira a utilizar o Lunar Roving Vehicle (Veículo Explorador Lunar). Trata-se de um tipo de carro pequeno, semelhante a um buggy, movido a baterias elétricas. Com ele, a tripulação conseguiu andar por 35,89 quilômetros durante os três dias na superfície, explorando uma área com raio de 7,6 quilômetros a partir do módulo lunar – distâncias maiores do que as realizadas nas missões Apollo 15 e 16.

4. Bola de gude azul

A fotografia mais famosa da Terra vista do espaço, intitulada “The Blue Marble” (a bola de gude azul, em tradução livre) foi feita a uma distância de 29 mil km do nosso planeta, a caminho da Lua, durante a Apollo 17.

The Blue Marble, foto da Terra tirada pela tripulação da missão Apollo 17, na Lua — Foto: NASA/Apollo 17
The Blue Marble, foto da Terra tirada pela tripulação da missão Apollo 17, na Lua — Foto: NASA/Apollo 17

A foto é creditada aos três astronautas da tripulação, mas o geólogo Schmitt assumiu a autoria anos mais tarde. Ela foi tirada cerca de cinco horas após o lançamento, e mostra a África e a Antártida iluminadas pelo Sol. Foi a primeira imagem nítida da face terrestre.

5. Ratos espaciais

Além dos três astronautas, participaram da missão cinco ratos (quatro machos e uma fêmea), apelidados pela tripulação de Fe, Fi, Fo, Fum e Phooey. Eles viajaram em compartimentos separados com comida e oxigênio suficientes para a ida e a volta.

Mas não chegaram a descer na superfície do satélite – na companhia de Evans, o piloto do módulo de comando, bateram o recorde de seres vivos que passaram mais tempo e deram mais voltas na órbita da Lua (147 horas e 43 minutos, e 75 voltas).

Os ratos foram implantados com sensores de radiação para monitorar possíveis danos de raios cósmicos. Um deles morreu de causas desconhecidas durante a viagem, e os outros quatro foram dissecados quando voltaram à Terra.

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