Comportamento

Por Redação Galileu

Já existe um número expressivo de estudos voltados a analisar os impactos da natureza na saúde mental humana. A maioria deles, porém, avalia esses efeitos sob a condição de um céu calmo e azul. Dessa forma, uma pesquisa pioneira foi desenvolvida para verificar os efeitos causados pela contemplação de eventos naturais fugazes, como o nascer e o pôr do sol.

Intitulado Além do pensamento do céu azul: padrões diurnos e fenômenos meteorológicos efêmeros impactam avaliações de beleza, admiração e valor em paisagens urbanas e naturais (em tradução livre), o estudo foi conduzido por Alexander Smalley e Mathew White, da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Os resultados obtidos foram publicados no periódico Journal of Environmental Psychology.

O levantamento foi realizado com 2.500 participantes, que foram submetidos a imagens gráficas cuidadosamente controladas de ambientes urbanos e naturais. Segundo os autores, quando as cenas apresentavam elementos do crepúsculo, os entrevistados as consideravam substancialmente mais bonitas do que em outras horas do dia.

O que os dados revelam?

As análises demonstraram que esses eventos são capazes de desencadear sentimentos de admiração das pessoas, uma emoção que os pesquisadores afirmam ser tipicamente difícil de provocar.

Eles observaram que essa sensação teve o potencial de melhorar o humor, o comportamento social e as emoções positivas dos indivíduos, todos esses fatores valiosos para melhorar o bem-estar geral.

Para além do sol nascente e poente, fenômenos naturais mais raros, como arco-íris, tempestades e céu estrelado e iluminado pela lua também foram testados no experimento e levaram variações na forma como os ambientes eram avaliados pelos participantes.

Questionados sobre se eles estariam dispostos a pagar para visualizar essas cenas no mundo real, os entrevistados mostraram-se abertos a realizar pagamentos de até 10% a mais em casos do nascer do sol, em comparação com o céu azul. A equipe de pesquisa afirma que esse tipo de valor agregado é normalmente atribuído a características mais permanentes, como lagos pitorescos ou edifícios históricos.

Ao site da Universidade de Exeter, Smalley sugere que incentivar as pessoas a experimentarem esses eventos naturais pode ser usado como parte de uma "prescrição verde". Nesse processo, a natureza desempenha um papel terapêutico no tratamento da saúde mental.

"Nossa pesquisa indica que acordar um pouco mais cedo para o nascer do sol ou marcar uma caminhada para ver o pôr do sol pode valer a pena o esforço. O fator 'uau' associado a esses encontros pode ser pequeno, mas traz solavancos significativos em sentimentos de beleza e admiração, o que poderia, por sua vez, ter impactos positivos para o bem-estar mental", explica o cientista.

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