Ciência

Por Isabela Moreira


(Foto: Flickr/Tekniska museet) — Foto: Galileu
(Foto: Flickr/Tekniska museet) — Foto: Galileu

Maria Salomea Sklodowska nasceu em 1867 na cidade de Varsóvia, na Polônia. Em qualquer outra família, Maria e suas três irmãs mais velhas teriam sido criadas para serem boas esposas, mas não foi o caso: os Sklodowska lutaram para que as quatro filhas tivessem as mesmas oportunidades acadêmicas que seu único filho homem.

Os esforços tiveram resultados: décadas depois, Maria — que mudou seu nome para Marie ao se mudar para a França — se tornou uma das pioneiras nos estudos relacionados à radioatividade. Perdemos esta incrível cientista no dia 4 de julho de 1934, mas fomos privilegiados com os diversos conhecimentos e descobertas que ela nos deixou. Conheça cinco fatos sobre sua trajetória:

1. Por ser mulher, Marie teve que se esforçar muito mais

Como aponta Alexander Rivkin, da Escola de Medicina David Geffen da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos: “Marie Curie foi uma gênia da ciência quando as oportunidades para as mulheres, especialmente na academia, eram escassas”. Apesar de ter terminado o colegial quando tinha apenas 15 anos, Marie não conseguiu estudar na Universidade de Varsóvia, na Polônia, porque a instituição não aceitava estudantes do sexo feminino. Aos 17 anos, ela se mudou para Paris para estudar física na Universidade Paris-Sorbonne. Marie optou por morar em um apartamento péssimo, mas que era próximo da universidade, de forma que pudesse ter mais tempo para estudar. Ela vivia sem dinheiro, e por muito tempo sobreviveu de pão e chá. No fim, Marie colheu os frutos do esforço: ela foi uma das melhores alunas de sua turma, recebeu o diploma em física em 1893 e ganhou uma bolsa para estudar matemática na mesma instituição.

2. Teoria da radioatividade

Ao estudar a descoberta da radioatividade espontânea, feita por Henri Becquerel, Marie e seu marido Pierre desenvolveram a teoria da radioatividade. A cientista descobriu que é possível medir a força da radiação do urânio; que a intensidade da radiação é proporcional à quantidade de urânio ou tório no composto e que a habilidade de emitir radiação não depende da disposição dos átomos em uma molécula e sim com o interior do próprio átomo.

3. Novos elementos

Quando percebeu que alguns compostos tinham mais radiação do que o urânio, Marie sugeriu a existência de outro elemento com mais radiação do que o urânio e o tório. A cientista estava certa: em 1898, ela e Pierre descobriram dois novos elementos radioativos, o rádio (900 vezes mais radioativo que o urânio) e o polônio (400 vezes mais radioativo que o urânio), cujo nome é uma homenagem à Polônia, país de origem de Marie.

4. Prêmio Nobel

Em 1903, Marie e Pierre dividiram o Prêmio Nobel de Física com Henri Becquerel pela descoberta da radioatividade e, em 1911, a cientista foi agraciada com o Prêmio Nobel de Química pela descoberta e pelos estudos em torno dos elementos rádio e polônio. Ela foi a primeira pessoa e única mulher a ter ganhado o Nobel duas vezes em áreas distintas.

5. Contribuição para a medicina

A descoberta do rádio e do polônio colaborou para o desenvolvimento dos aparelhos de raio-X. Durante a Primeira Guerra Mundial, Marie foi a campo levando aparelhos portáteis de raio-X para ajudar nos cuidados dos soldados feridos.

Mais recente Próxima
Mais de Galileu

Sítios arqueológicos no Golfo do México correspondem a locais que inundaram com aumento do nível do mar, e guardam vestígios da presença de indígenas norte-americanos

Cientistas começam a investigar mundo perdido submerso da última Era do Gelo

Descoberta em 2021, embarcação é a única se encontra em seu local original, e pode ter sido produzida entre os anos 700 e 900. Mas a atividade agrícola na região acelerou a sua degradação

Antigo barco viking é consumido por fungos e pode desaparecer nos próximos 10 anos

Nova técnica aumentou o controle das próteses por usuários amputados, melhorando a velocidade de caminhada, a capacidade de desviar de obstáculos e de subir em escadas ou rampas

Cientistas do MIT criam perna biônica controlada com a mente; assista

Tanque que recria fluido uterino de tubarões-lanterna de cauda fina foi desenvolvido por pesquisadores japoneses, e pode ajudar na conservação de espécies ameaçadas

Útero artificial feito no Japão cria tubarões bebê por até 355 dias

A máquina de Anticítera, considerada o computador mais antigo do mundo, servia como uma espécie de calendário. Mas um novo estudo argumenta que seu funcionamento era diferente do que se pensava

Computador analógico de 2 mil anos seguia calendário lunar, diz estudo

Livro de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa, autor de Cabo Frio (RJ) elogiado por Machado de Assis, ganha nova edição pela Editora Sophia. Conheça a história

1º romance brasileiro, “O Filho do Pescador" ganha nova edição 180 anos depois

Localizado em Marte, Monte Olimpo tem 27 km de altura e 600 km de base. Missão Odissey, que circula o planeta vermelho desde 2001, registrou vulcão em imagem panorâmica

Sonda Odissey, da Nasa, faz imagem do maior vulcão do sistema solar; veja

Visando tornar o concreto mais firme e durável, cientistas fizeram vigas que tinham estrutura semelhante à da madrepérola, revestimento interno de moluscos

Novo cimento inspirado em ostras é 17 vezes mais resistente que o convencional

Homem britânico de 33 anos fazia turismo de mergulho na região de Epanomi, onde um navio naufragou em 1970, mas se afogou no mar revolto

Turista morre após mergulho em antigo naufrágio na Grécia

O estudo das construções funerárias, usadas por 400 anos a partir de 800 a.C, pode dar novas pistas sobre a forma de organização de populações antigas

Estranhos túmulos circulares de pedra achados na Noruega pertenciam a crianças