Biologia

Por Redação Galileu

Um estudo analisou os genomas de habitantes das terras altas e baixas da Papua-Nova Guiné, revelando que os habitantes das terras baixas possuem mutações provavelmente herdadas dos denisovanos, parentes dos humanos extintos há 50 mil anos. A pesquisa foi publicada em 30 de abril na revista Nature Communications.

Os cientistas analisaram o DNA de 54 habitantes das terras altas do Monte Wilhelm, que viviam entre 2.300 e 2.700 metros acima do nível do mar, e 74 moradores das áreas baixas da Ilha Daru, a menos de 100 metros acima do nível do mar.

Eles encontraram diferenças notáveis nas amostras de sangue. Os habitantes de terras baixas têm células imunes, que ajudam a combater infecções, enquanto os moradores do alto evoluíram nas suas mutações para aumentar a contagem de glóbulos vermelhos, aprimorando a adaptação à hipóxia em altitudes elevadas.

"Os papuásios são únicos, pois estão isolados desde que se estabeleceram na Nova Guiné há mais de 50 mil anos", disse o coautor sênior do estudo, François-Xavier Ricaut, antropólogo biológico do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França, ao site Live Science.

Ricaut ressalta que os habitantes locais encontraram uma estratégia biológica e cultural para se adaptar. Isso significa que a população da Papua-Nova Guiné é o que ele considera um "coquetel fantástico" para estudar a adaptação genética.

As terras altas orientais em Papua-Nova Guiné — Foto: Unsplash/ Vika Chartier
As terras altas orientais em Papua-Nova Guiné — Foto: Unsplash/ Vika Chartier

Também foram encontrados vestígios no sangue de uma população extinta, os denisovanos, conhecidos apenas através de restos genéticos e alguns restos fósseis encontrados na caverna de Denisova, na Sibéria. Eles são considerados parentes próximos dos neandertais e dos humanos modernos, com quem acredita-se terem se cruzado.

Os humanos modernos migraram para Papua-Nova Guiné vindos da África, cerca de 50 mil anos atrás, onde cruzaram com os denisovanos, que habitavam a Ásia há milhares de anos. Essa mistura ancestral resultou em até 5% de DNA denisovano nos genomas dos papuásios.

As variantes genéticas dos denisovanos podem impactar a função da proteína GBP2, que auxilia na defesa contra patógenos encontrados em altitudes baixas, como os parasitas da malária. Esses genes podem ter sido selecionados ao longo da evolução para ajudar na resistência a infecções em altitudes, onde tais patógenos são mais comuns.

Após o estudo, a equipe de pesquisa quer entender como essas mutações afetam o sangue dos papuásios investigando sua atividade genética. Eles também pretendem examinar com mais profundidade o impacto na atividade dos genes onde foram encontrados.

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