Biologia

Por Redação Galileu

50 milhões de anos antes de migrar para a Ásia, o que ocorreu durante o início do período Cretáceo a cerca de 126 milhões de anos atrás, os ancestrais de theria, subclasse de mamíferos que integra as infraclasses marsupialia e placentalia, viviam em Gondwana, supercontinente composto por porções de terra que hoje constituem o Hemisfério Sul, como a América do Sul, a Índia e a Austrália. Essa é a conclusão de uma pesquisa recém publicada na revista cientifica Alcheringa: An Australasian Journal of Palaeontology.

Desenvolvido por cientistas de diferentes instituições, entre eles Tim Flannery e Kris Helgen, do Museu Australiano, Dr. Thomas Rich, do Museu Victoria, Patricia Vickers-Rich, da Universidade Monash e Dra. E. Grace Veatch, do Instituto Smithsonian; o estudo chama atenção pois contradiz uma teoria aceita a quase 200 anos, que indica que estes mamíferos placentários e os marsupiais relacionados a ele se originaram no Hemisfério Norte, onde é encontrada a maior diversidade de mamíferos da atualidade.

"Nossos estudos dos molares tribosfênicos de mamíferos therian, encontrados em sedimentos jurássicos iniciais e médios de Madagascar, da América do Sul e da Índia, indicam que estes fósseis têm até 180 milhões de anos e são anteriores aos restos mais antigos encontrados no Hemisfério Norte em 50 milhões de anos" explica Flannery. Segundo o cientista, ainda foi possível identificar que fósseis de therian do Cretáceo da Austrália, datados de cerca de 126 a 110 milhões de anos, compartilham características com essas formas jurássicas do Hemisfério Sul e com o moderno Hemisfério Norte.

"Esta nova pesquisa revisou completamente e virou de cabeça para baixo nossa compreensão da evolução dos primeiros mamíferos. É a parte mais importante da pesquisa paleontológica, de uma perspectiva global que já publiquei, mas pode levar algum tempo para encontrar aceitação total entre Pesquisadores do Hemisfério Norte", acrescentou.

O cientista-chefe do Museu Australiano, professor Kris Helgen, faz coro a Flannery e destaca que as primeiras versões de muitas linhagens de mamíferos devem ter existido nessa época e nesta região, mas as evidências de sua presença no registro fóssil, suas características anatômicas e suas relações evolutivas demoraram a se revelar, impedindo avaliações aprofundadas, ao menos até agora. Para se ter ideia, os esforços acadêmicos para encontrar os principais fósseis de mamíferos que basearam o artigo atual começam com os paleontólogos, Tom Rich e Patricia Vickers-Rich, que pesquisaram as rochas do Cretáceo por 23 anos antes de encontrar o primeiro fóssil de mamífero.

Hoje, Rich comemora o esforço e afirma: "Essas surpreendentes séries de descobertas mudaram completamente nossa antiga teoria da evolução dos mamíferos. De fato, ela vira de cabeça para baixo nossas idéias sobre a evolução dos mamíferos".

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