A pingadeira é um recurso construtivo cujo objetivo é evitar problemas de infiltração nas paredes e muros, servindo para auxiliar na vida útil desses elementos e seus revestimentos.
O recurso faz parte do peitoril da janela e, normalmente, tem a aparência de um "rasgo" ou "negativo" na parte inferior, fazendo com que a água, ao tentar escorrer pela parede, tenha o seu percurso interrompido.
Geralmente aplicadas sobre superfícies que ficam expostas à chuva, as pingadeiras podem ser feitas de concreto pré-moldado, granito, plástico ou chapa metálica. Além disso, também podem ser pintadas com a cor da preferência do morador, conforme as escolhas arquitetônicas.
Gabriela Espíndola, arquiteta e docente do curso Técnico em Design de Interiores do Senac, explica que a principal vantagem de usar pingadeiras nas janelas é a proteção da alvenaria. Sem o recurso, a água acaba escorrendo diretamente pela parede, podendo ocasionar manutenções frequentes, danos ao revestimento e aumento do risco de patologias, por conta de infiltrações e proliferação de microrganismos.
Escolha e aplicação
Para fazer a escolha do melhor tipo de pingadeira, é preciso considerar o acabamento estético desejado para a obra. A arquiteta Bárbara Vieira pontua que, devido às características de cada material, eles terão espessuras diferentes.
"Se quiser algo mais delgado e discreto, as de alumínio e de plástico são as mais indicadas. Do contrário, se a intenção for criar uma arquitetura mais robusta, é interessante usar pingadeiras de concreto e, assim, tirar partido de cada material conforme a intenção estética desejada", diz.
Para encontrar o tamanho ideal da pingadeira, Gabriela explica que deve-se medir de 2 a 4 cm em relação à parede. Já a instalação deve ser feita com a inclinação voltada para a parte externa da edificação – dessa forma, quando escorrer pela parede, o recurso cortará o trajeto da água.
Quanto à aplicação, é possível ser feita por uma equipe especializada, envolvida na obra, ou diretamente pelo fornecedor, no caso dos modelos de granito.
Por último, Gabriela ressalta que, além das pingadeiras nas janelas, é preciso prever o recurso em outros elementos que possam sofrer danos por infiltração, como muros e coberturas, por exemplo.
“Apesar de ser um recurso importante, ela pode passar despercebida ou ser considerada um alto investimento, sendo dispensado nas obras. Mas não se engane! A longo prazo, as pingadeiras apresentam muitos benefícios, pois evitam custos posteriores com manutenções”, finaliza.