Telhado em duas águas se funde à contemporaneidade em casa de Minas Gerais

A arquitetura típica das regiões montanhosas deu identidade à construção, cujos interiores são repletos de peças de design misturadas ao acervo da família e garimpos


VISTA | Este ângulo permite perceber a integração dos espaços e a construção em U, permite que a luz natural, a vista e o jardim estejam presentes em todos os ambientes da casa, com execução da LRO engenharia Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação

Com uma área de 750 m², a Casa Duas Águas foi construída no condomínio Serra dos Manacás, em Nova Lima, Minas Gerais, com projeto elaborado do zero pelo escritório Dubal Arquitetura & Design (@dubalarquitetura), da arquiteta Marina Dubal.

O nome dado à residência é inspirado no volume principal marcado pelo telhado em duas águas, um elemento típico das regiões montanhosas, conferindo-lhe uma identidade única.

"O conceito do projeto foi explorar o formato de maneira contemporânea, equilibrando o peso da madeira maciça com a total integração com o entorno e a vista ao seu redor", diz Marina.

ESTAR | O telhado em duas águas, elemento típico da região onde está localizada a casa, em Minas Gerais, conferiu identidade ao projeto, que também apostou em peças de design para decoração, como o par de poltronas "Espaldar" de Juliana Vasconcelos para Neobox e o banco "Marina" de Bruno de Carvalho — Foto: Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação

Essa integração foi possível graças à implantação da residência em U, possibilitando que a luz natural, a vista e o jardim estejam presentes em todos os ambientes. "O que inicialmente foi um desafio, tornou-se o diferencial desse projeto de arquitetura e interiores, pois resultou em ambientes acolhedores, amplos e, ao mesmo tempo, singulares", conta a arquiteta.

DETALHE | O contato com a natureza é presente em todos os ambientes da casa, como neste canto com a escrivaninha "Tango", do Studio Faro para +55 Design, cadeira "Bambolê" do mesmo autor e tela de Pedro Neves — Foto: Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação

A dinâmica da família, composta por um engenheiro, uma advogada e suas três filhas jovens, direcionou o projeto para uma casa que permite a circulação fluida entre interior e exterior, visando desfrutar dos benefícios de uma casa térrea.

JANTAR | A mesa do acervo da família foi composta com cadeiras de Aristeu Pires. Integrada, a cozinha fica ao fundo, com bancada para acomodar mais pessoas nas banquetas — Foto: Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação
COZINHA | O granito preto e a marcenaria em madeira escura dão o tom ao espaço, que comporta ainda uma cristaleira aérea para as bebidas — Foto: Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação

A paleta de cores respeitou a base arquitetônica, destacando-se em tons naturais de marrom e bege, com pontos de contraste vindos de peças de design selecionadas com cuidado, como as poltronas de Juliana Vasconcelos e o banco de Bruno de Carvalho, além de escrivaninha e cadeira do Studio Faro.

LAVABO | Texturas naturais se fazem presente no projeto, como na cuba esculpida, ao passo que a persiana dá um toque contemporâneo e prático ao ambiente — Foto: Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação

O projeto de interiores buscou ainda integrar o design contemporâneo a peças do acervo da família e garimpos, a exemplo do baú antigo de couro, a fim de criar uma identidade contemporânea e pessoal ao espaço.

SUÍTE MÁSTER | Com vista deslumbrante, o dormitório do casal tem cabeceira de couro e tela de Maria Fernanda Luscena — Foto: Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação
SUÍTE MÁSTER | Atrás da cabeceira da cama, uma bancada foi projetada para servir de escritório do casal — Foto: Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação

Na sala de jantar, por exemplo, a mesa do acervo da família foi composta com cadeiras de Aristeu Pires. No estar com TV, luminárias de piso de Adriana Yazbeck fazem companhia para a icônica poltrona Mole de Sergio Rodrigues.

BANHEIRO | A pedra da cuba esculpida e o jardim interno são elementos que conectam a casa com a natureza, premissa do projeto da arquiteta Marina Dubal para esta residência — Foto: Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação

Obras de arte também desempenham um papel importante na decoração, com destaque para uma tela da própria arquiteta Marina Dubal no estar íntimo, além do trabalho de Maria Fernanda Luscena na suíte máster.

QUARTO INFANTIL | O ambiente, que comporta bancada para estudos e penteadeira, tem abertura para a área externa — Foto: Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação

Segundo Marina, essa mistura tem a ver com sua linha de trabalho "essencialista", que busca extrair de cada projeto suas características únicas, suas raízes e a história que se quer materializar, seja em termos de arquitetura, seja em interiores. "Nada mais coerente do que a decoração reverenciar essa singularidade sendo atemporal e funcional", avalia.

PISCINA | A área externa foi pensada para família aproveitar a casa com o entorno e tem piscina e gazebo com lareira — Foto: Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação

Nesse contexto, o uso de grandes panos de vidro para conectar os interiores com a natureza, como também a preferência por materiais naturais, a exemplo de couro, tramas, madeira e pedras, foram primordiais a fim de criar uma fusão entre a imponência da arquitetura montanhosa, a contemporaneidade e o conforto.

PISCINA | Ao final da piscina, um gazebo acomoda poltronas e bancos para se reunir ao redor da lareira de chão nos dias mais frios — Foto: Natasha Pirfo / Estúdio NY18 / Divulgação

Além dos grandes vãos na arquitetura, vale destacar o cuidado com a área externa para criar a experiência de conexão com o entorno. Por essa razão, a parte avarandada da casa fica bem próxima à piscina, que, por sua vez, ganhou um gazebo com poltronas e bancos em volta de uma lareira de chão.

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