O artista paraense tem paixão pelo estilo e é um grande potencializador e defensor do rock paraense autoral, sendo também o pioneiro nesse cenário. Claudio Wallace iniciou sua carreira em 1987 e participou de várias bandas e projetos na capital paraense, atualmente se dedica à sua carreira solo com projetos de incentivo para produções de rock autorais.

A música autoral “Dívidas” de Claudio Wallace tem arranjos e produção do maestro Alcir Meireles, que deu um toque bem moderno à melodia. Com uma letra forte e intimista, a música fala sobre decepção e superação, pois apesar da desilusão, o desejo de seguir em frente potencializa o recomeço. “A história dessa canção retrata alguém decepcionado. Seja no amor, seja com um amigo, ou seja no seu trabalho. Que se entregou em uma relação que não deu certo, ficou presa nessa situação, mas que pretende lutar para superar tudo e recomeçar sua vida”, revelou o compositor.

“Pra mim, tocar rock é uma sensação de liberdade e uma forma de expressar meus pensamentos, minhas ideias. Através do rock eu falo sobre cotidiano, política, amor, economia, sofrimento, solidão”, Claudio Wallace.

Iniciando sua carreira nos anos 80 vivenciou as transformações na música nacional influenciada pelo gênero internacional que estava se popularizando globalmente. As bandas de rock estavam ganhando espaço nas rádios e na televisão e os jovens estavam hipnotizados por aquele som que passava por todo o corpo. O rock é de dentro para fora, expressa liberdade. “Naquele momento do boom do Rock Nacional. E claro que em Belém não foi diferente. Todo mundo queria e sonhava ter uma banda. Ter participado daquele momento, quando o rock paraense estava engatinhando é um motivo de muito orgulho para mim. Sou feliz pelo dom que Deus me deu, que hoje é minha profissão, e amo fazer esse trabalho”, disse o cantor ao relembrar de quando o rock estava invadindo o Pará.

Sua paixão pela música começou na infância, por influência familiar. Ele cresceu ouvindo seu pai e seus tios que tinham uma banda chamada “Os Incas”, cresceu acompanhando os ensaios, ele foi absorvendo muitos aprendizados. Depois ele abraçou de vez o rock and roll: “E isso aconteceu de forma definitiva quando ouvi os Beatles pela primeira vez com uns 9 anos de idade. E então, quando ganhei um contrabaixo aos 16 anos, não teve mais volta. Era isso o que queria fazer durante minha vida e sou muito feliz por a música ter entrado nela”.

“Eu sempre acreditei na música autoral. Carrego essa bandeira já há quase 40 anos. E pretendo levá-la comigo enquanto tiver forças. O Brasil precisa ouvir o Rock autoral made in Pará”, disse Claudio Wallace

O videoclipe é uma obra que consegue expressar a letra e a ideia da música “Dívidas”. Gravada na Praça da República e arredores do Theatro da Paz tem um significado muito especial, não apenas pelo seu peso cultural, artístico e turístico, como também e principalmente pela relação com os amantes do rock: “A Praça da República foi escolhida pela importância do local para os músicos que nos anos 80 se reuniam para trocar ideias, mostrar suas canções e realizar eventos. Eram rodas de amigos tocando violão, ensinando uns aos outros, amanhecendo, fazendo música e cantando”

Claudio Wallace revela a vontade de homenagear esse espaço tão especial e afetivo. Ele relembra que os shows autorais aconteciam no Teatro Waldemar Henrique, tudo era centralizado nesse espaço da cidade. “Sei que é um saudosismo, mas era dessa maneira. Olho a Praça da República dessa forma e foi o modo que encontrei de homenagear a importância dela para aquele cenário e também para a turma que faz o rock paraense hoje”, revelou.

“Filmar nos arredores do Theatro da Paz, um dos mais lindos do Brasil, foi uma forma de homenagear o Maestro Alcir Meireles que produziu a canção para mim. Me sinto muito honrado de ter meu nome atrelado ao dele nesse trabalho”, disse o cantor e compositor paraense.

Artista reconhecido no cenário do rock paraense, Claudio Wallace mostra talento e personalidade ao questionar as oportunidades, principalmente para trabalhos autorais. O paraense destacou que uma forma de ajudar os artistas locais é quando artistas do gênero reconhecidos nacionalmente vêm apresentar-se na capital, podendo assim dar oportunidade de artistas da terra abrirem seus shows: “Pro artista seria a oportunidade de ser visto ao lado de um grande nome e mostrar seu trabalho”.

Com tantos anos de carreira, singles, álbuns e EPs gravados, inclusive com músicas nas plataformas digitais, ainda não é suficiente, segundo o artista. No Pará tem muita gente boa fazendo música, muitas vezes esperando apenas uma oportunidade. “Meu trabalho defendendo o rock autoral paraense é constante. Hoje possuo 34 canções nas plataformas digitais, entre singles, EPs e álbuns, e diversos clipes oficiais. Mas estarmos distante dos centros musicais torna tudo muito mais difícil”, externou.

“O rock representa para mim o meu estilo de vida e hoje trabalho somente com música. Fazendo rock 24 horas por dia, seja tocando em bares ou pubs, compondo, ensaiando, gravando episódios para meu podcast. Tudo tem a ver com o Rock And Roll”, disse Cláudio.

O roqueiro paraense falou sobre suas inspirações e referências dentro do gênero, expressando que adora Rolling Stones, David Bowie, Bob Dylan, Neil Diamond, Johnny Cash, Status Quo e outros. No cenário nacional diz ser muito fã de RPM, Titãs, Ira, Lobão e Plebe Rude, porém ele abre seu coração: “Sou fã de grandes artistas. Sou um Beatlemaníaco inveterado e escuto todos os dias suas canções, inclusive nas plataformas digitais tem algumas canções que regravei deles como TAXMAN e IN MY LIFE”.

Ainda que suas referências sejam distantes, Claudio Wallace fala com muito carinho da cultura paraense e do quanto o estado é um centro criativo de fontes inspiradoras de criações musicais. “Amo meu estado, um turbilhão cultural mesmo. Adoro o brega dos anos 80, carimbó, lambada e guitarrada. Esses estilos não me influenciaram musicalmente, mas adoro e respeito e sempre que posso eu ouço”.

Wallace sempre esteve muito próximo da cultura paraense, especialmente pelo contexto paraense e lembra de quando Beto Barbosa era bem próximo de sua família e estava sempre pela casa de seu avô com seu violão, mostrando suas músicas: “E eu pensava: Que música bacana. E era lambada. Temos grandes nomes nesses estilos musicais e sou amigo de alguns”

“É uma alegria estar novamente nos lares paraenses. Ter a minha arte em todos os municípios do Pará é uma honra. Fico muito feliz. Posso dizer ao telespectador da TV Liberal que o clipe foi feito com muito amor, dedicação e seriedade ao extremo. Está na hora do resto do Brasil ouvir o Rock Paraense e um projeto como o Sons do Pará é de extrema importância para que isso aconteça”, Cláudio Wallace

Claudio Wallace não é estreante no Sons do Pará, anteriormente lançou o clipe “Nessas Guerras” o que para sua carreira foi fantástico, como ele mesmo diz: “Mostrar minha canção para todo o Pará foi incrível. Muita gente pelo Brasil viu o vídeo pelo Globoplay”. Enquanto seu clipe passava na programação, ele recebia muitas fotos, vídeos e mensagens todos os dias. “Sou muito grato por isso. Abriu portas para pessoas de todo o Brasil conhecerem meu trabalho. Passei a ser ouvido em rádios de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul”, revelou.

Assista na íntegra o clipe da música “Dívidas” de Claudio Wallace: