Por Aline Bersa, Programação TV Liberal

Divulgação/TV Liberal

A linda cidade de São Caetano de Odivelas, fica localizada na região nordeste do estado. É considerada o berço de uma das manifestações culturais mais tradicionais, tendo em sua história os festejos de carnaval e quadra junina com os ‘bois de máscara’, ‘pierrôs’ e ‘cabeçudos’, festejos esses que envolvem toda a comunidade.

O É do Pará foi conhecer um pouco mais sobre as tradições folclóricas do município e preparou um programa muito especial com os moradores, foliões, artesãos e historiadores. A cultura popular de São Caetano de Odivelas das festa dos mascarados existe desde 1930, começou com o boi de máscara e ao longo dos anos foi ganhando mais personagens do imaginário, animando a população local e turistas até hoje.

Tainá Aires participou da festa e viu tudo de pertinho e também caiu nos festejos juninos local. O mestre de cultura popular, Ricardo Dãe, explicou como funciona e como surgiu a cultura dos bois de máscaras. A manifestação folclórica, inspirada no boi-bumbá, começou como uma brincadeira, quase um século atrás, com um grupo de pescadores que resolveram colocar o boi nas ruas e o público gostou tanto do cortejo que entrou para o calendário junino e também virou um arrastão de carnaval.

A expressão cultural é acompanhada de música e dança, as bandas de fanfarra que ditam o ritmo da festa. Ricardo revela que existem mais de 30 bois na cidade representando comunidades e bairros, porém tem sete bois principais que são: Tinga, Vaca Velha, Touro Bandido, Mascote, Faceiro, Bicho Feio e Búfalo. Foi o boi Tinga quem manteve a cultura viva até hoje, porque lá no início os bois surgiam, mas depois desapareciam.

mestre de cultura popular, Ricardo Dãe, explicou como funciona e como surgiu a cultura dos bois de máscaras em São Caetano de Odivelas - É do Pará - TV Liberal — Foto: Divulgação/TV Liberal

“Antigamente o Boi Tinga ia pra rua com os vaqueiros. Os brincantes que têm hoje não existiam no começo. Hoje a gente já percebe que tem muitos bois e a cada ano surgem novos”, disse o mestre Ricardo Dãe.

João Benedito, 14 anos, é tripa do boi, e disse fazer isso já há 11 anos, começou muito cedo. “Comecei no cabeçudo e fui subindo até chegar na brincadeira de perna”, disse o jovem se referindo ao boi de máscara. Para ele a responsabilidade em brincar de boi é muito maior, pois não pode deixar cair e nem machucar as pessoas. Como é muito cansativo, tem um revezamento, normalmente são duas pessoas que dão o balanço do boi.

Em São Caetano de Odivelas existem mais de 30 bois, na região urbana e rural, e quem confecciona a maioria deles é o artesão Edgar Júnior, que desde criança sempre gostou das tradições folclóricas da região. Ele revelou que confecciona os bois, um trabalho minuciosamente artístico, há mais de 12 anos. Seu talento para esse ofício vem de família, além de ele também já ter confeccionando máscaras, até aprender a fazer os bois.

O artesão Edgar Júnior confecciona os bois de máscara da cultura popular de São Caetano de Odivelas - É do Pará - TV Liberal — Foto: Divulgação/TV Liberal

“Eu comecei como brincante, eu tenho uma família de artistas. Meu avô foi mestre de músicas, não se fala de música de boi de máscara sem falar do meu avô. Não se fala em cabeçudo sem falar do meu pai Edgar. Então, eu acho que não tinha como fazer uma trajetória diferente”, revelou o artesão Edgar Júnior.

Marcos Silva é motorista e também pierrô. Ele conta que a paixão pela cultura da cidade começa muito cedo: “Todo mundo brinca, das crianças aos mais velhos, começa se vestindo de cabeçudo, depois vai de pierrô e a paixão vai continuando. Chegou o mês de junho e a brincadeira está formada”.

O artesão Antônio Monteiro trabalha confeccionando máscaras de pierrô há 25 anos. Ele conta que tinha muita vontade de aprender e que um dos grandes artesãos, chamado Lúcio, ensinou ele depois de muita insistência.

Antônio se emociona ao lembrar que sua máscara chegou até a Ana Maria Braga, enviada como um presente. Ele falou do orgulho que sente pela cultura de sua terra e de como é gratificante continuar com uma tradição e depois passar adiante. Além de confeccionar as máscaras, o artesão também é um brincante nato e disse que não importa o cansaço, o mês de junho é apenas uma vez no ano, tem que aproveitar.

O artesão Antônio Monteiro se emocionou ao falar de sua paixão pela cultura dos mascarados de São Caetano de Odivelas - É do Pará - TV Liberal — Foto: Divulgação/TV Liberal

“É a minha paixão, minha contribuição para a cultura Odivelense”, destacou o artesão Antônio Monteiro sobre as máscaras de pierrô que ele confecciona.

A máscara de pierrô é muito importante e simbólica, mas a roupa faz parte da fantasia do brincante. A costureira Regina Aquino falou um pouco sobre as peculiaridades da fantasia e revelou que desde março já está costurando, até o momento ela já confeccionou 35 roupas para os mascarados. “Eu cresci vendo tudo isso. É bonito e muita gente admira, as pessoas de fora gostam muito e o povo daqui também, eles já se preparam para o mês de junho”, disse a costureira com orgulho de sua cultura.

No quadro “Hora da Broca” uma deliciosa “Sopa de caranguejo”, preparada pela cozinheira Leide Dalmácio. São Caetano de Odivelas também é reconhecida como a terra com caranguejo e receitas com o crustáceo. A sopa é feita com o caranguejo desfiado, dendê e creme de leite. Um dos ingredientes indispensáveis é a farinha suruí, ela que vai engrossar o caldo da sopa. Com muitos temperos e alguns ovos de codorna, a receita fica maravilhosa. Experimente! Todos os detalhes você acompanha no site Receitas.

O maior artesão de cabeçudos de São Caetano é o Edgar Garça, uma grande referência no assunto. O artesão confecciona os cabeçudos há quase 50 anos e mantém a fabricação de uma maneira bem artesanal e dedicada. O paneiro, base da enorme cabeça, é feito de tala de tucumã, revelou o artesão. Ao longo dos anos, os cabeçudos foram ganhando formatos, rostos e pintura. Edgar explica que é um espaço pequeno e os braços ficam presos, ainda tem folião que gosta de brincar no espaço bem apertado.

Edgar Garça, uma grande referência quando o assunto é a confecção dos cabeçudos, o artesão trabalha com a cultura popular há quase 50 anos - É do Pará - TV Liberal — Foto: Divulgação/TV Liberal

Mesmo com características bem específicas, nem todos os cabeçudos são iguais. Com o tempo foram surgindo as equipes. Adailton Ferreira é um brincante dos cabeçudos, ele dá vida ao “Sicrano de tal”, sua paixão pela cultura começou no meio familiar, entre os tios e primos, mas foi a sua avó que o acompanhou quando criança: “Foi amor à primeira vista com o cabeçudo no imaginário, porque o odivelense que dança o boi mês de junho ele tem um amor por cada imaginário como o pierrô, perna de boi, cabeçudo, cavalinho e o buchudo”

O brincante Adailton Ferreira explicou como funciona a festa. Primeiro entra o boi de máscara, os pierrôs mascarados ao redor, depois dos cabeçudos e os buchudos, e ainda tem os cavalinhos que acompanham o boi, conduzindo os pernas de boi. As pessoas que vão prestigiar o boi são chamadas de ‘mutucas’. Tainá ainda se aventurou e viveu a experiência de ser um dos cabeçudos por alguns minutinhos, será que ela já está pronta para dançar de cabeçudo mesmo?

Para que tudo seja ainda mais lindo, a música é fundamental e a banda de fanfarra anima a festa tocando samba, marcha do boi, e outras composições da terra, principalmente. Todos os imaginários folclóricos da cultura popular odivelense caem na folia com as bandas.

E aí o que você achou da cultura popular Odivelense, já conhecia? Reveja o É do Pará em São Caetano de Odivelas:

É do Pará: São Caetano de Odivelas - Bloco 1

É do Pará: São Caetano de Odivelas - Bloco 1

É do Pará: São Caetano de Odivelas - Bloco 1

É do Pará: São Caetano de Odivelas - Bloco 2

É do Pará: São Caetano de Odivelas - Bloco 2

É do Pará: São Caetano de Odivelas - Bloco 2

É do Pará: São Caetano de Odivelas - Bloco 3

É do Pará: São Caetano de Odivelas - Bloco 3

É do Pará: São Caetano de Odivelas - Bloco 3

Não perca o programa É do Pará, às 11h45, todo sábado, após o É de Casa, na TV Liberal.

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