Por Aline Bersa, Programação TV Liberal

Divulgação/TV Liberal

O É do Pará está lindamente colorido com o Arrastão do Pavulagem. Este ano o tema é “Arraial do Saber”, celebra a sabedoria ancestral das mestras da cultura popular. Com 37 anos de existência, o Arraial do Pavulagem é um dos maiores símbolos da história cultural de Belém, onde reúne a musicalidade advinda de outras localidades do Pará, sendo uma grande manifestação de arte, música e cultura.

Uma homenagem às mestras da cultura popular e a todas as mulheres que transmitem seus conhecimentos e paixão pelo Arraial do Pavulagem às futuras gerações. A importância e valorização feminina nos tradicionais Arrastões do Pavulagem, onde é composto em sua maioria por mulheres. Este ano o “Batalhão da Estrela” sai às ruas com mais de 1.100 brincantes, na percussão, perna de pau e dança.

O Arraial do Pavulagem, fundado no final dos anos 80, surgiu com a ideia de difundir e exaltar a música regional e a cultura popular, cantando carimbó, toadas, retumbão, xote e quadrilhas, para atrair o público resolveu fazer pequenos cortejos ao redor da Praça da República e depois realizava o show no teatro Waldemar Henrique. Esses cortejos cresceram, transbordando os limites da praça e se tornaram uma grande manifestação cultural, atraindo multidões.

O projeto cresceu e desenvolveu várias frentes culturais, não somente na capital. Ronaldo Silva e Júnior Soares são co-fundadores do audacioso projeto de difusão da cultura amazônica e celebram o tema deste ano, Arraial do Saber. “Uma homenagem às maravilhosas mulheres que fazem a cultura popular, que fazem essa roda girar. Então, o ano que a gente vem homenagear as mestras, as mulheres, temos um batalhão formado 70% por mulheres, é uma força feminina que impulsiona a cultura popular. É dar luz mesmo, trazer à tona toda essa cultura que são feitas pelas mulheres pra nós da cultura popular do nosso estado”, destacou Júnior Soares, co-fundador.

Este ano o Batalhão da Estrela saiu às ruas de Belém com mais de 1.100 brincantes, sendo cerca de 70% mulheres - É do Pará - TV Liberal — Foto: Divulgação/TV Liberal

A apresentadora Tainá Aires estava no meio do Batalhão da Estrela para contar a história de mulheres que exercem importantes papéis na realização dos arrastões que acontecem no mês de junho e julho e também em outubro. Descobrindo muito mais sobre os Arrastões do Boi Pavulagem, o programa mostrou a relação de Diene Costa, Lúcia Almeida e Andreysse da Silva com a cultura popular.

Diene Costa, vice-presidente do Instituto do Arraial do Pavulagem, é uma das estrelas fundamentais do batalhão, ela organiza grandes missões antes, durante e depois do período dos arrastões. Além da Diene ser uma peça muito importante dentro do Instituto do Pavulagem, seu filho Kaio faz parte da percussão e começou ainda criança no projeto “Orube”, uma extensão do Arraial do Pavulagem no bairro Satélite. A Diene também é uma grande força no desenvolvimento do trabalho social que o Instituto do Arraial do Pavulagem desenvolve em Cachoeira do Arari, o Cordão do Galo.

Muito envolvida com as ações, tocadas, apresentações e projetos do Instituto, ela estava prontíssima na concentração do primeiro Arrastão de junho deste ano, falando sobre a ansiedade para essa abertura, segurando um pequeno boi azulado em sua mão, uma homenagem ao início do Boi Pavulagem e ao mestre Ruy Baldez, um dos fundadores do Arraial do Pavulagem. Ela conta que primeiro acontece a Roda Cantada, depois a dança puxa o batalhão, a percussão dita o ritmo no meio e encerrando vem os pernaltas. “Tudo tem que dar certo, é muito gratificante ver o povo todo curtindo, por trás disso aí, dessa alegria, tem muito trabalho”, disse.

Diene Costa, vice-presidente do Instituto do Arraial do Pavulagem, é uma das estrelas fundamentais do batalhão - É do Pará - TV Liberal — Foto: Divulgação/TV Liberal

“O Arraial do Pavulagem, uma palavra que pode significar para mim, não é paixão, porque paixão é passageira, é amor mesmo, e carinho. Porque às vezes a gente está cheio de problemas e é pra cá que a gente vem, é aqui que a gente esquece, todos os problemas de família. As pessoas queridas que nós perdemos aqui, ficam no coração. É pra cá que a gente vem transbordar alegria e esquecer os problemas”, disse Diene

Seu trabalho no Arraial começa antes de todos, em abril já acontecem alguns preparativos como preparar o Instituto para a chegada dos novos brincantes, porque em maio as oficinas iniciam para novos integrantes, depois os ensaios com veteranos e iniciantes, para que os cortejos sejam lindos. “Aqui é uma extensão da minha casa, eu cuido daqui como se tivesse cuidando da minha família, porque aqui nós somos uma grande família”, disse emotiva.

A dança vem na frente durante os cortejos, é essencial na condução do Batalhão da Estrela e a Lúcia Almeida é uma das instrutoras de dança. Ela faz parte dos Arrastões desde 2004, antes ela apreciava os cortejos, depois se tornou brincante e atualmente conduz as oficinas e os ensaios, além de organizar o pelotão da dança nos dias dos cortejos, vindo na frente de todos. Esse ano a dança saiu às ruas com 245 brincantes.

Lúcia conta que sempre gostou de dança e que tinha o sonho de fazer balé quando criança, porém os custos eram altos, então ela sempre participava em sua escola de tudo o que envolvia dança. “As escolas de balé que tinha na cidade quando eu era criança eram bem caras, bem difíceis, e tu jamais iria encontrar uma menina preta fazendo balé”, revelou a instrutora de dança, atualmente com 58 anos de idade. Lúcia é uma grande dançarina, ela conta que na época das festas juninas na sua escola ela dançava e assim ela foi desenvolvendo a paixão por vários tipos de dança, principalmente da cultura popular como carimbó, lundu, toadas, xote. Lúcia também é instrutora de dança das crianças no projeto Cordão do Galo, em Cachoeira do Arari.

Lucia Almeida, instrutora de dança nas oficinas e ensaios do Arraial do Pavulagem - É do Pará - TV Liberal — Foto: Divulgação/TV Liberal

“A dança te liberta! Tu podes estar triste, pode estar chateada, mas eu tenho certeza que se você colocar uma música, fechar os olhos e deixar o teu corpo dançar, fluir, parece que aquilo tudo vai embora. A dança é isso para mim. Eu venho para o Pavulagem porque eu gosto de dançar, porque eu gosto daqui, onde eu fiz imensas amizades. Pra mim, é uma casa onde eu fui acolhida e acolho as pessoas que chegam agora”, disse emocionada.

Puxando e organizando a dança, Lúcia vem alegre e encantada com o resultado de todo o trabalho com as oficinas e os ensaios. “A adrenalina está à mil, se você sentir meu coração, nem pode imaginar, tá maravilhoso, olha a dança”, disse a instrutora durante o cortejo. Lúcia Almeida falou sobre o que significa estar no Pavulagem, fazer parte de tudo isso: “Eu acho que é uma importância muito grande, porque é a nossa representatividade, do nosso estado, da nossa cultura, daquilo que a gente abraça”. A dançarina completa dizendo que pretende seguir com a sua paixão pela cultura popular, quando ela não puder mais dançar, ela participará de outras formas, mas sempre estará presente.

Marlene Paiva, brincante, faz parte da dança, ela brinca dizendo que chegou ao Arraial do Pavulagem ainda jovem e que agora é jovem de espírito. “Posso ser velha, mas o pensamento é de jovem”, disse a senhora. Ela vem junto com a dança, todos os anos participa e destaca que o arrastão é muito bom, que é um ambiente familiar com idosos, crianças e jovens e tudo segue com muito respeito. Ela elogia os professores que sempre são atenciosos com ela.

Andreysse da Silva, é brincante e tem uma relação profunda com o Arraial do Pavulagem. Ela iniciou sua vida de ‘pavuleira’ em 1993, quando o boizinho ainda era de tala. Ao longo desses mais de 30 anos, Andreysse coleciona camisas, tem tatuagens e fala com muita emoção sobre sua ligação com a cultura regional do boizinho azulado. Formada em pedagogia, se inspira no Arraial e integra seus aprendizados em sua profissão.

Andreysse da Silva, é brincante e tem uma relação profunda com o Arraial do Pavulagem, com mais de 30 anos participando dos cortejos - É do Pará - TV Liberal — Foto: Divulgação/TV Liberal

“É uma emoção muito forte, é uma coisa que toma conta e a gente não tem nem palavras para explicar, porque assim como eu, que faço parte há tanto tempo e tento trazer todos esses elementos que o Arraial nos proporciona para a minha profissão, eu tento trazer pro meu dia a dia, então isso aqui é muito emocionante pra mim”, disse a brincante.

Andreysse revela que seu sentimento pela cultura popular do Arraial do Pavulagem é algo inexplicável e que por conta disso ela resolveu fazer pedagogia para poder aplicar seus conhecimentos com as crianças: “Justamente para poder aproximar toda essa beleza e todo esse encanto que eu sinto, das crianças. A cada projeto que a gente desenvolve na escola, no dia a dia em sala de aula, sempre tem algo relacionado. A gente tem que educar, encantando as crianças”.

A trajetória de Andreysse é uma das mais lindas e ela é uma participante icônica por sua história de amor pelo Arraial do Pavulagem. Começou carregando uma bandeira e dançando, nas primeiras oficinas aprendeu a tocar maracas, depois passou 15 anos na barrica, depois experimentou a perna de pau, onde ficou por mais 5 anos, esse ano ela estreia em um novo instrumento, originário de Cachoeira do Arari, a Caixa de Boi. Seu laço com o Arraial do Pavulagem é muito forte, ela levou amigos para o Batalhão da Estrela e seu companheiro também faz parte da percussão.

No quadro “Hora da Broca” uma delícia que não pode faltar no período junino. O doce conhecido popularmente como “Pé de moleque”, tem o amendoim como elemento principal, sendo uma das receitas mais simples e rápidas, leva apenas cinco ingredientes. Esse doce tem uma consistência dura, mas a crocância é o charme dessa comida típica das festas juninas espalhadas pelo Brasil. Experimente fazer em casa, os detalhes você acompanha no site Receitas com Diene Costa.

O Arraial do Pavulagem é uma grande expressão cultural, artística e musical. Uma força da cultura popular que preserva e compartilha conhecimento, com seu boizinho azulado e o Batalhão da Estrela enfeita e colore as ruas da capital com lindos Arrastões. Reveja o É do Pará que mostrou a potência das mulheres que têm papel fundamental na preservação dos tesouros imateriais da cultura amazônica.

É do Pará: A força e sabedoria das mulheres na cultura popular - Bloco 1

É do Pará: A força e sabedoria das mulheres na cultura popular - Bloco 1

É do Pará: A força e sabedoria das mulheres na cultura popular - Bloco 1

É do Pará: A força e sabedoria das mulheres na cultura popular - Bloco 2

É do Pará: A força e sabedoria das mulheres na cultura popular - Bloco 2

É do Pará: A força e sabedoria das mulheres na cultura popular - Bloco 2

É do Pará: A força e sabedoria das mulheres na cultura popular - Bloco 3

É do Pará: A força e sabedoria das mulheres na cultura popular - Bloco 3

É do Pará: A força e sabedoria das mulheres na cultura popular - Bloco 3

Não perca o programa É do Pará, às 11h45, todo sábado, após o É de Casa, na TV Liberal.

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