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Guerra Civil Afegã (1992–1996)

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Guerra Civil Afegã (1992-1996)
Parte de Guerras Civis Afegãs

Cabul em ruínas após combates entre as forças governistas e os mujahidins
Período 30 de abril de 199227 de setembro de 1996
Local Afeganistão
Resultado O governo do Estado Islâmico Afegão é derrubado do poder. Seus líderes fogem e formam a chamada Aliança do Norte. Os fundamentalistas do Taliban tomam Cabul em setembro de 1996 e se tornam o de facto governo afegão (embora não reconhecido internacionalmente); A guerra civil continuaria, embora em menor escala, até 2001.
Participantes do conflito
Estado Islâmico do Afeganistão
Apoiado por:

Hezbe Wahdat
(até dezembro de 1992)

Apoiado por:


Junbish-i Milli
(até 1994)

Apoiado por:

Hezb-i Islami (até 1994)
Apoiado por:

Hezbe Wahdat
(após dezembro de 1992)

Apoiado por:


Junbish-i Milli
(janeiro - agosto de 1994)

Apoiado por:


Diversos grupos e milícias

Talibã (desde 1994)
Apoiado por:

Al-Qaeda (desde 1996)

Líderes
Burhanuddin Rabbani
Ahmad Shah Massoud
Sibghatullah Mojaddedi
Mohammad Nabi Mohammadi
Hussain Anwari
Abdul Rasul Sayyaf
Abdul Haq

Abdul Ali Mazari
Karim Khalili


Abdul Rashid Dostum

Gulbuddin Hekmatyar

Abdul Ali Mazari
Karim Khalili


Abdul Rashid Dostum


Gul Agha Sherzai

Mohammed Omar
Osama bin Laden
Ayman al-Zawahiri
Número de combatentes mortos incerto (presume-se muito alto)

Estima-se que pelo menos 50 mil civis morreram[1]

A fase da Guerra Civil do Afeganistão que durou de 1992 a 1996 começou com a renúncia do presidente comunista Mohammad Najibullah. Isso permitiu a entrada dos grupos de mujahidins em Cabul. O que se viu a seguir foi uma guerra entre as várias facções e etnias para decidir quem iria tomar o poder. Em determinado momento, a capital Cabul e o resto do país estavam divididos em vários fragmentos, dominados por diversos grupos.

Entre abril de 1992 e maio de 1993, havia uma aliança entre as forças da Sura-e Nezar, liderada por Ahmad Shah Massoud, com o General Abdul Rashid Dostum, que liderava forças oriundas do norte do país e o Hezb-e Wahda, que agrupa militantes xiitas. Do outro lado, havia a outra aliança liderada pelo Hezb-e Islami (Partido do Islã), que agrupava militantes oriundos do sul do país liderados por Gulbuddin Hekmatyar.

A partir de maio de 1993, passou a existir uma nova configuração das alianças: de um lado a Shura-e Nezar, todos os comandantes pertencentes à Jamiat-e Islami (Sociedade do Islã), incluindo Ismael Khan, que governava a Província de Herat e outros grupos menores; do outro lado as forças lideradas pelo General Abdul Rashid Dostum, o Hezb-e Islami e o Hezb-e Wahdat, que agrupava militantes xiitas.

Embora não tenha havido nenhuma autoridade central efetiva no período compreendido a partir de abril de 1992, os líderes das principais facções em guerra ocupavam cargos em um governo dividido e ineficaz. Gulbuddin Hekmatyar foi o primeiro-ministro até o final de 1994 e Borhannudin Rabbani do Jamiat-e Islami era o Presidente do Estado Islâmico do Afeganistão. Durante a maior parte de 1994 uma aliança de grupos mujahideen liderados pela Jamiat-e Islami manteve o controle da maior parte de Cabul, e a aliança de oposição liderada pelo Hezb-e Islami controlava outras partes da capital. Outros grupos, aliados a um dos blocos principais, controlavam o resto do país; onde existiam estruturas quase-governamentais.

A partir de fevereiro de 1995, surge uma nova força política, conhecida como o Taleban (estudantes religiosos), que rapidamente tomou o controle de nove das 30 províncias do Afeganistão. Alguns observadores acreditavam que o Taliban era apoiado pelo Paquistão e pela Arábia Saudita. Uma de suas conquistas mais significativas, foi a captura, em fevereiro de 1995, da sede do Hezb-e Islami em Charasyab, ao sul de Cabul.[2]

Essa etapa da guerra civil só foi terminada quando o Taliban, uma organização extremista, assumiu o controle de facto de mais da metade do Afeganistão (incluindo a própria capital Cabul), conquistada em 27 de setembro de 1996.[3][4]

Em 1996, os fundamentalistas do Taliban formaram um novo regime chamado de Emirado Islâmico do Afeganistão que, embora não reconhecido internacionalmente, exercia a real autoridade sobre boa parte do território afegão, impondo à população uma visão estrita da Charia, lei islâmica, nas regiões que controlavam. O governo deposto fugiu para o norte e formou uma frente de resistência aos extremistas que dominavam a nação, chamada de Aliança do Norte, na província de Jowzjan, que fica na fronteira tríplice entre o Afeganistão, Turcomenistão e o Uzbequistão.[5]

Crimes de Guerra

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O Projeto Justiça para o Afeganistão, destaca os seguintes incidentes dentre os possíveis crimes de guerra que deveriam ser investigados durante o período compreendido entre 1992 e 1996:

Referências

  1. "Reflection of RAWA sit-in in some Pakistani newspapers". Página acessada em 9 de junho de 2014.
  2. DOCUMENT - WOMEN IN AFGHANISTAN: A HUMAN RIGHTS CATASTROPHE, em inglês, acesso em 31 de outubro de 2014.
  3. «Blood-Stained Hands, Past Atrocities in Kabul and Afghanistan's Legacy of Impunity». Human Rights Watch 
  4. Complete 911 Timeline, em inglês, acesso em 02 de novembro de 2014.
  5. Amin Saikal. Modern Afghanistan: A History of Struggle and Survival 2006 ed. [S.l.]: I.B. Tauris & Co Ltd., London New York. p. 215. ISBN 1-85043-437-9 
  6. Amnesty would jeopardize national reconciliation and security, em inglês, acesso em 19 de outubro de 2014.
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