Proteção ambiental sem militarização nos mananciais de SP
Imagem de 2019 ilustrava a matéria de O Estado. Imagem, FELIPE RAU / ESTADÃO.

Proteção ambiental sem militarização nos mananciais de SP

Marina Helou

Segundo revelação do Jornal Metrópoles, a Prefeitura de São Paulo pretende instituir uma Garantia de Lei de Ordem (GLO) para coibir ocupações irregulares das áreas de proteção dos mananciais na Zona Sul de SP.

Sempre defendi ações integradas entre os órgãos de segurança e de proteção ambiental, porém sem o viés militarizado, que coloca pessoas em risco, no meio do fogo cruzado no combate ao crime organizado.

A ocupação das áreas periféricas é fruto da ausência de políticas urbanas e de moradia digna para a população mais vulnerável. Claro que não se combate o crime organizado com palavras e sim com ações coordenadas de inteligência, que orientam as operações efetivas.

Mas devemos lembrar que quem compra lotes e barracos são pessoas em situação de vulnerabilidade que não conseguem pagar aluguéis onde há infraestrutura urbana. A militarização dessas áreas, mesmo que para proteção ambiental, colocará em risco pessoas já em situação vulnerável.

Já temos tecnologia e métodos eficazes para esse combate complexo, como as ações contra o desmatamento na Amazônia. Mas a ação contra as ocupações irregulares exige outras estratégias, que incluem identificar a forma de escolha das áreas a serem ocupadas e de comercialização dos terrenos.

Quem compra não é invasor, é vítima também. E, como vítima, deve ser protegida, assim como os indígenas em relação aos madeireiros e garimpeiros. É preciso agir contra crimes ambientais, porém com inteligência e competência, e não apenas com força.

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