O que aprendi com a permacultura

O que aprendi com a permacultura

Em julho de 2022 participei do PDC, uma experiência que se tornou uma virada de chave na minha vida: fiz um curso imersivo de permacultura durante 10 dias no SITIOM, uma comunidade agroecológica localizada em Vargem Grande Paulista, cidade do interior de São Paulo.

O curso se chama PDC - Permaculture Design Course (Curso de Desenho de Permacultura) e foi uma oportunidade de experimentar como é viver numa comunidade ecocultural. A programação foi dividida nos seguintes tópicos:

  1. Apresentação da disciplina: história da permacultura, inspirações
  2. Conceitos fundamentais de ecologia e clima
  3. Método de planejamento do espaço rural
  4. Manejo ecológico da água 
  5. Ecologia cultivada
  6. Solos e suas características, importância, identificação e manejo
  7. Arquitetura apropriada
  8. Design para 100% da sociedade
  9. Grupos de consumo e agricultura ecológica
  10. Ermavultira social e Estruturas invisíveis

Essa vivência me mostrou que podemos simmmmm aprender a existir de forma sustentável, em harmonia com a natureza, pertencendo a uma comunidade e cultivando pequenas ações locais que vão gerar grandes impactos no nosso entorno.

A real-oficial é que o nosso mundo está um caos: desmatamento, monocultura, inserção de espécies exóticas e diversos desafios oriundos de um modelo de desenvolvimento que visa apenas a maximização dos lucros. Pensar em desenvolver sistemas alternativos, utilizando a captação de água da chuva, compostagem, agrofloresta, energia de mangueira preta, banheiro seco e visitas ecopedagógicas não deveria ser realidade apenas de gente branca good vibes, mas de todas, todos e todes! 

Como estudante de permacultura, aprendi a me perguntar:

“Como escutar a natureza e entender o que ela quer fazer?”        

E nesse artigo, minha querida leitora, quero dividir algumas respostas que borbulharam em meu coração. Mas para isso, bora partir do início: você sabe o que é PERMACULTURA?

A permacultura consiste no planejamento e execução de ocupações humanas sustentáveis, unindo práticas ancestrais aos modernos conhecimentos das áreas, principalmente das ciências agrárias, engenharias, arquitetura e ciências sociais, todas abordadas sob a ótica da ecologia. (SITIOM e Casa Jaya)

Essa prática surgiu na década de 70 do século passado, na Tasmânia - Austrália, criada por Bill Mollison e David Holmgren, que ao observarem a degradação dos sistemas naturais, se propuseram a estudar outras formas de existência no planeta.

Aqui no Brasil, o assunto ganhou força apenas na década de 90, por conta da conferência Eco-92 que recebeu o Billzinho em terras cariocas. Contudo, foi apenas em 2008 que a permacultura se consolidou na nossa nação, tendo como principal nome Djalma Nery, que trouxe o tema para o contexto das favelas.

A permacultura, que é um mistura de ecologia, ética e cultura, tem como base implementar os saberes tradicionais através de comunidades resilientes: 

  • Sintropia: aproveitamento máximo de energias;
  • Valorizando o ser coletivo;
  • Entendendo que o padrão cíclico se repetirá em tudo;
  • Modificando o ambiente para aumentar os ganhos positivos
  • Tendo as necessidades supridas por mais de um elemento: diversidade gera estabilidade.

“A permacultur é um lugar de ancestralidade.” (Julio Avanzo)

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Essa cultura permanente traz a ideia de redesenho das relações através de três princípios:

  • Cuidado com a terra: regeneração, reconstrução do capital natural.
  • Cuidado com as pessoas: cuide de si, da família e da comunidade.
  • Partilha justa: estabeleça limites para o consumo, redistribua o excedente.

Parece até utopia viver dessa forma, né? Mas tudo isso é simples, é a gente que complica! Está na hora da nossa sociedade antropocêntrica entender o tempo da evolução, parar de criar déficits de recursos, sair do lugar de dominação e entrar no lugar de amor e integração.

Precisamos lidar com a complexidade dos sistemas que estamos inseridos, mas fazendo tudo que está ao nosso alcance para transformá-los! É só através do coletivo, atuando em comunidade, que vamos conseguir trazer tuuuudo isso para uma realidade inclusiva, colaborativa e sustentável.

Para ter uma comunidade saudável, isto é, um conjunto de pessoas reunidas que partilham dos mesmos valores, lembre-se sempre de se fazer três perguntas antes de expor um pensamento, ideia ou reflexão: “É positivo? É verdade? Vai ajudar alguém?”

Com esse filtro em mente, podemos trazer a essência da nossa alma com coragem, ânimo e energia! É necessário escutar com o coração, desconstruir pré-conceitos e escolher viver cultivando sentimentos de plenitude, contentamento e satisfação! 

“Somos poemas imperfeitos: recorte do aqui e agora para uma manifestação do tempo presente.” 

Querida leitora, esse assunto pode até parecer distante, mas só parece, viu? Eu mesma já apliquei várias paradas na minha vida, desde uma cultura da permanência que traz a certeza de que é possível viver em harmonia com a natureza até na formulação de políticas públicas para pré-candidatos a deputados estaduais, federais e governadores de diversas cidades do Brasil.

Essas práticas, princípios, lentes e ferramentas me possibilitaram ter uma visão mais profunda e científica de tuuuuuudo que faço, estudo e trabalho e espero que esse artigo possa ser um chacoalhão para você dar o primeiro passo e também se aprofundar nessa temática. 

Obrigada por me acompanhar até aqui! Torço para que nossa conversa seja mais um degrauzinho na sua trajetória permaculturista, Se ficou com dúvidas, bora trocar ideia pelos comentáros? <3

Princípios da Permacultura:

  1. Observe e interaja: a beleza está nos olhos do observador.
  2. Capte e armazene energia: capte feno enquanto faz sol.
  3. Obtenha rendimento: a gente não pode trabalhar de estômago vazio - projetar sistemas de maior eficiência com o mínimo de esforço.
  4. Pratique a auto regulação e aceite feedbacks: os pecados do pai recaem sobre os filhos até a sétima geração.
  5. Use e valorize os serviços e recursos renováveis: deixe a natureza seguir o seu curso
  6. Não produza desperdícios: ‘Não desperdice para que não lhe falte’ - um ponto na hora certa economiza nove.
  7. Designer partindo dos padrões para chegar nos detalhes: às vezes as árvores impedem de ver a floresta.
  8. Integrar ao invés de segregar: muitos braços tornam o fardo mais leve.
  9. Use soluções pequenas, lentas e nos locais: Quanto maior, pior a queda. - Devagar e sempre ganha a corrida.
  10. A diversidade proporciona estabilidade:  não coloque seus ovos numa única cesta.
  11. Use as bordas e valorize os elementos marginais: não pense que está no caminho certo somente porque ele é o mais batido.
  12. Use criativamente e responda as mudanças: A verdadeira visão não é enxergar as coisas como elas estão hoje, mas sim como elas serão no futuro.

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Elaine Guimarães

Meio ambiente I Resíduos | Mudanças Climáticas

1 a

A permacultura é incrível, acompanhei a sua experiência no Instagram e foi muito legal . Parabéns por trazer conhecimentos importantes de meio ambiente nas redes sociais, admiro o seu trabalho!💚

Bill Molisson y Fukoaka

Nestor OBIANG

Coordinateur Inter-chantier

1 a

Bravo Amanda Da Cruz Costa ! Belle expérience !!!

Letícia Rodrigues

Linkedin Top Voice e Creator| Psicóloga| Carreira com propósito e equilíbrio emocional | Soft-Skills |Inteligência Emocional | Autoconhecimento | Saúde Mental nas empresas | Propósito| Comunicação Assertiva |

1 a

Já sim Amanda Da Cruz Costa , tenho uma amiga que trabalhou bastante na área. Ludmila Prado

Maria Vitória

Fundadora da A Estranhamente | LinkedIn Top Voice e Creator | Ajudo marcas e empresas a comunicarem com propósito através de textos que conectam e convertem

1 a

Post simplesmente maravilhoso. Comentando aqui para que mais pessoas possam ler e conhecer o seu trabalho ❤

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