Falta de perspectivas joga holofotes para fora da Bolsa

Falta de perspectivas joga holofotes para fora da Bolsa

O Informe IPO é a curadoria quinzenal do time Deals and Finance da InPress Porter Novelli, com o resumo das principais notícias e conversas relacionadas a IPOs e follow-ons na B3.

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Perspectivas para IPOs

Com a persistência de fatores desfavoráveis à renda variável no Brasil e no mundo todo, o mercado de ações segue moroso e as narrativas se voltam para os movimentos, ainda que mais escassos que no passado, em fontes alternativas de captação, como o mercado de dívida e o equity crowdfunding.


"Copo meio cheio"

O CEO da B3, Gilson Finkelsztain, destacou a relevância do mercado de dívida para levantamento de capital e o crescimento desse segmento como uma "visão do copo meio cheio", em meio à lentidão da recuperação no mercado de ações. "Na B3, temos o dever de ter um ecossistema disponível para as empresas com diversas soluções para levantamento de capital, seja através de equities, mas principalmente por meio de dívida", afirmou, durante encontro de relações com investidores, segundo o Seu Dinheiro.

Além disso, o equity crowdfunding, ou as plataformas de investimentos coletivos em startups, têm fortalecido parcerias com grandes instituições financeiras por maior alcance. Porém, o ritmo ainda é lento. O Valor Investe cita a Eqseed, que enxerga um retorno aos volumes de 2021 somente no próximo ano.

A matéria também menciona a BEE4, de negociação de ações tokenizadas de PMEs. Lá, a projeção é encerrar 2024 com 14 empresas listadas e captação de ao menos R$ 500 milhões. Tanto Eqseed quanto BEE4 fizeram parceria com o Itaú para expandir seu alcance - a primeira, no varejo, e a segunda, no private.

Contudo, o momento é de revisar expectativas: "quem aguarda um IPO, vai ficar esperando", destaca o Startups, citando Felipe Nobre, do multifamily office Jera durante o VC Vision, evento realizado pelo Cubo. Ivana Ferreira, responsável na Nasdaq por listagens de empresas latino-americanas e do sul dos EUA, comenta que há 92 empresas aguardando para o IPO, mas que essa fila só irá começar a andar no quarto trimestre do ano.


"Ritmo anêmico"

A renda variável segue em "ritmo anêmico", segundo o Valor Econômico, o que fez com que o Brasil perdesse posições no ranking de ofertas entre emergentes. Em 2024, o volume acumulado de ofertas de ações de empresas brasileiras é de US$ 2,1 bilhões, de acordo com a Dealogic, considerando também os block trades. Isso deixa o Brasil em sétimo no ranking liderado por Índia (US$ 21,5 bilhões) e China (US$ 19,7 bilhões).

De toda forma, até o mercado europeu se encontra em um momento de pausa nos IPOs. "Não é possível convencer um investidor internacional a alocar riscos na Europa", disse François Rimeu, estrategista da La Francaise Asset Management em Paris, à Bloomberg.


"Freio de arrumação"

O cenário difícil em renda variável torna o mercado pouco atrativo tanto para investir em Bolsa, como para novas ofertas de ações, iniciais ou subsequentes. Essa foi a avaliação de executivos do BTG Pactual e do UBS BB durante o 25º Encontro Internacional de Relações com Investidores e Mercados de Capitais, segundo informou a Capital Aberto.

Fabio Nazari, do BTG Pactual, descreveu um “freio de arrumação” no mercado, com alta dos juros globais e redução dos volumes após a onda de IPOs de 2020 e 2021.

Gabriel Cambuí, do UBS BB, não vê IPOs em 2024, e sim no primeiro ou até no segundo trimestre de 2025.


Desempenho pós-IPO volta à cena

Mais um levantamento analisa, com viés desfavorável, o desempenho das últimas empresas que abriram capital no Brasil. Segundo a assessoria de investimentos Seneca Evercore, entre as 74 empresas com IPO na B3 desde 2018, somente 12 (16%) tiveram desempenho nominal positivo em relação ao seu preço fixado no IPO. E somente três empresas performaram acima do CDI: Cury Construtora e Incorporadora, Orizon e Caixa Seguridade.

“O risco de se investir em um IPO ainda é bem maior do que em uma ação que já possui um longo histórico de performance”, comentou o sócio-diretor da Seneca Evercore, Daniel Wainstein, à coluna Capital, do jornal O Globo


A confirmar ❓

Moove - Cosan (IPO nos EUA) – InfoMoney/ Bloomberg

PicPay (IPO nos EUA) - Bloomberg

Rede Américas (IPO) - Coluna Lauro Jardim - O Globo


Planejadas 🗓️

Ademicon (IPO) - Pipeline

Blip (IPO) - Mobile Time

Dimensa (IPO) - Seu Dinheiro


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