5 DE JUNHO E O NOSSO OLHAR CUIDADOSO PARA AS PESSOAS
There is no planet b poster claim during a street protest for climate change, fridays for future

5 DE JUNHO E O NOSSO OLHAR CUIDADOSO PARA AS PESSOAS

Hoje é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, desafios não nos faltam sobre como ampliar e criar medidas para reduzir impactos socioambientais. Importante lembrar que quando falamos desse tema vamos além dos aspectos ambientais.

Somos 8 bilhões de pessoas no mundo, com o aumento da população aumentam também as desigualdades e os mais afetados, vale lembrar, são os que estão em uma arquitetura social mais desprivilegiada. Não nos esqueçamos que os impactos negativos afetam sempre em primeiro lugar quem está na base da pirâmide. Então, não é apenas sobre proteger recursos naturais e encontrar novas formas de desenvolvimento é sobre colocar as pessoas no centro da das decisões.

Para 2023, a ONU escolheu como tema #CombataAPoluiçãoPlástica. E não por acaso.


#NOMUNDO

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Foto: Reprodução/PixaHive

  • + 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas todos os anos. Cerca de 50% projetada para usar uma única vez.  -10% desse total produzido é reciclado;
  • 19 a 23 milhões é o que se estima de plásticos indo para lagos, rios e mares;
  • Aterros sanitários, mares e oceanos, ruas e avenidas, bueiros entre outros locais, é para onde grande parte do plástico vai, afetando de forma mais agressiva a vida de quem está em situação menos privilegiada na sociedade.;
  • A queima do lixo plástico aumenta o risco de doenças cardíacas, agrava doenças respiratórias, como asma e enfisema, causa irritações na pele, náusea e dores de cabeça, e prejudica o sistema nervoso”;
  •  E também libera o carbono sob a forma de fuligem, que contribui com as mudanças climáticas e a poluição do ar.


#NOBRASIL

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Catador: Região da Sé (SP)

De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, o plástico leva em torno de 400 anos para se decompor. Esses dados constantemente são falados, mas o desafio é encontrar alternativas para substituir o plástico.

  • 4º país que mais gera lixo plástico no mundo;
  • 13,7 milhões de toneladas de lixo plástico foram produzidas no Brasil em 2022;
  • 1, 28% (145 mil) é a média que foi reciclada em 2022;
  • 7,7 milhões de resíduos vão para aterros sanitários e cerca de 2,2 milhões são descartadas de forma irregular, sem qualquer tipo de tratamento, em lixões a céu aberto;
  • 14 bilhões anuais, é que o Brasil perde em receita e oportunidade de renda para pessoas que vivem da atividade de reciclagem no Brasil. Nesse total, grande parte refere-se à reciclagem de plástico (fonte: Abrelpe)  

#TENDENCIASGLOBAIS 

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Para combater a aceleração da poluição plástica é preciso investir em novas soluções, ou até mesmo, ampliar soluções que já existem, mas que ainda precisam de mais vontade política e empresarial, como a reciclagem de resíduos plásticos, por exemplo.

Bioplásticos

Uma das tendências globais sobre plástico que já está presente em nosso cotidiano são os biopolímeros e bioplásticos. Essa caminhada para um futuro mais sustentável ainda é devagar, mas está acontecendo. Espera-se que haja um crescimento desse mercado, pois muitas embalagens estão ganhando matérias-primas como plástico verde de mandioca e cana-de-açúcar.

Tampas fixadas às garrafas plásticas

Muita gente não sabe mais uma parte considerável do lixo plástico nas praias europeias é composto por tampas de garrafas plásticas. Pensando em resolver essa questão, a União Europeia publicou a Diretiva 2019/904, que trata sobre a redução do impacto de certos produtos plásticos no meio ambiente. Entre outras coisas, a norma prega uma abordagem circular para lidar com embalagens de bebidas de uso único feitas de plástico e as suas tampas. Na prática, isso significa que as tampas das garrafas e embalagens com capacidade de até três litros devem permanecer amarradas aos recipientes enquanto forem utilizadas. A mudança deve ser implementada até julho de 2024.

 

Embalagens flexíveis se destacam dentre as tendências globais sobre plástico

Aumento no delivery de produtos é sinônimo de aumento na demanda por embalagens individuais e produtos descartáveis. A mudança no padrão de consumo com a pandemia tornou a presença do plástico ainda mais forte no cotidiano. No entanto, a preocupação com a sustentabilidade faz com que a busca por soluções “verdes” também cresça.

O consumo de plásticos descartáveis em pedidos de entrega de comida – “delivery” – aumentou 46% de 2019 para 2021, um salto de 17,16 mil toneladas para 25,13 mil toneladas. Peso equivalente a cerca de 170 baleias azuis, maior animal do mundo. Os dados foram divulgados no estudo “O mercado de delivery de refeições e a poluição plástica”, encomendado pela ONG Oceana. Ou seja, um novo comportamento surgiu e com ele o uso do plástico foi exponenciado. Fonte: Mudo do Plástico  

Reciclagem como fonte de renda e redução de poluição plástica  

poluição plástica pode ser reduzida em 80% até 2040 se os países e as empresas fizerem mudanças profundas nas políticas e no mercado usando as tecnologias existentes. É o que aponta um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA/ 2023). É necessário que a indústria, governos e a sociedade sejam aliados nessa agenda urgente. Algumas soluções não são complexas:

 

  • Reúso: A promoção de opções de reuso, incluindo garrafas reabastecíveis, dispensadores a granel, esquemas de caução, esquemas de devolução de embalagens etc., pode reduzir em 30% a poluição por plástico até 2040. Para concretizar seu potencial, os governos devem ajudar a criar modelos comerciais mais sólidos para os reutilizáveis.
  •  Reciclar: Reduzir a poluição plástica em mais 20% até 2040 pode ser possível se a reciclagem se tornar um empreendimento mais estável e lucrativo. A remoção dos subsídios aos combustíveis fósseis, a aplicação de diretrizes de design para melhorar a reciclagem e outras medidas podem aumentar a parcela de plásticos economicamente recicláveis de 21% para 50%.
  •  Reorientar e diversificar: a substituição cuidadosa de produtos, como embalagens plásticas, sachês e embalagens para viagem, por produtos feitos de materiais alternativos (como papel ou materiais compostáveis) pode proporcionar uma redução adicional de 17% na poluição plástica.

Como podemos ver, o desafio é gigante, mas as oportunidades também. Inovações incrementais ou disruptivas, tecnologia de ponta ou ideias mais simples, tudo vale para tratarmos de um tema que oferece danos de todas as formas e para todas as pessoas e ao planeta. 

 Gostou? Deixei seu comentário e vamos falar mais sobre isso.

 


 

 

 

 

 



Melina Assis

Evolution Guide at NATIVA | Gestão Estratégica de Negócios | Gestão de Projetos | Comunicação | ESG | Sustentabilidade | Negócios de Impacto | Regeneração

1 a

Muito interessante, Eliane! É preciso que as ideias comecem a sair do papel. Mas isso só acontecerá com o investimento correto. É um absurdo esse índice tão baixo de reciclagem no Brasil. Tem sugestões do que poderia ser feito para aumentar esses números?

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