Publicação de Neca Setubal

Publiquei ontem na Folha um artigo apoiando a proposta do Ministro Fernando Haddad, apresentada no G20, sobre a taxação dos bilionários. Em parceria com Luiza Helena Trajano, Alexandre Padilha e Paulo Pereira, todos colegas do Conselhão, explicamos a importância dessa ação para a redução das desigualdades e a disponibilização de um importante montante para investimentos que geram crescimento e distribuem renda. Imagino, e espero, que essa seja uma causa de grande apoio da sociedade. Aos assinantes da Folha, convido à leitura na íntegra pelo link: https://lnkd.in/drEQNAuy

Tenho dado algumas entrevistas nas últimas semanas, em função do lançamento do meu livro “Minha Escolha pela Ação Social”, editado pela Tinta-da-china  Na escrita do livro e nas entrevistas recupero momentos importantes da minha trajetória e é um destes momentos que gostaria de destacar por acreditar no seu potencial multiplicador: Quando, em 2016, avançamos o trabalho da Fundação Tide Setubal para diversas periferias urbanas e para o trabalho com advocacy. Falo disso no capítulo 7, dos “Territórios e Desigualdades”. O marco da mudança se deu a partir do seminário de 10 anos da Fundação chamado “Cidades e Territórios: encontros e fronteiras na busca da equidade”.  Ali percebemos que tínhamos muito a contribuir no debate público sobre cidades e desigualdades, a partir da nossa experiência. Assim, além de ampliar a atuação para outras periferias, sugestão dos conselheiros da época, Haroldo Torres e Mauricio Ernica, também decidimos assumir um protagonismo mais político (mas não partidário). Outro ponto fundamental daquele momento foi quando nos separamos em grupos temáticos internos e a psicóloga Viviane Soranso dos Santos e o sociólogo Wagner Silva (Guiné), ambos da equipe da Fundação, nos apresentaram um seminário sobre raça e gênero. “A agenda racial, que até então ficava mais restrita às pessoas negras da equipe, ganhou força institucional” De lá para cá temos aprofundado a atuação nessas linhas e com democracia, diversidade, equidade e colaboração como valores prioritários, orientamos nossa atuação trabalhando para que:

Tive o prazer de receber  a economista franco-estadunidense Esther Duflo para um jantar em sua homenagem. Foi uma noite muito agradável e inspiradora, cercada de mulheres incríveis. Ser Prêmio Nobel de Economia é só uma das muitas qualidades de Esther. É importante seu olhar para a economia impactando diretamente a redução da pobreza e das desigualdades. Sua contribuição mais recente está no campo das mudanças climáticas. Esther calcula danos na ordem de US$ 518 bilhões em países de renda baixa e média apenas em vidas perdidas resultantes das emissões pela Europa e os EUA.  Estudos mostram que as tragédias climáticas afetam primeiramente os mais pobres, que têm menos meios de escapar delas e estão mais vulneráveis. Vimos de perto como isso acontece nos recentes casos do Rio Grande do Sul. Por fim, para quem ainda não a conhece, recomendo a leitura de suas obras, a começar por “A economia dos pobres: Uma nova visão sobre a desigualdade”, da Zahar. Banerjee e Duflo retratam a realidade e as aspirações de quem vive com menos de um dólar por dia, nos fazendo pensar nas formas de lutarmos contra a desigualdade. Vale a pena!

Temos uma frase na equipe da Fundação Tide Setubal que se tornou quase um mantra para nós: o Território importa. O que exatamente isso quer dizer? Como contei no meu livro recém lançado, nosso trabalho nos territórios, inicialmente nos Jardins São Vicente, com o CDC, e Lapena, com o Galpão ZL, em São Miguel, SP, se deu a partir da ideia de fazer com e não para. O envolvimento e engajamento da comunidade são essenciais para que um projeto cause, de fato, impacto nas relações sociais. E lá se vão quase duas décadas com muitas ações e programas que muito me orgulham. Uma delas, sem dúvida, foi a instalação do Ponto de Leitura do Lapena no Galpão ZL, que acaba de completar 15 anos com uma linda festa.  Uma festa do e para o território. Artistas locais, moradoras, frequentadoras e algumas convidadas lotaram o espaço durante toda a tarde. O Ponto se tornou um espaço importante culturalmente, incentivando a leitura, mas também um lugar de encontro e acolhimento. E, claro, tudo isso graças ao trabalho dedicado da Malu Gomes, que desde a inauguração cuida do espaço e dessas relações. A festa dos 15 anos foi também uma oportunidade de lançar o livro “Minha escolha pela ação social” neste território, que é dos mais significativos nessa trajetória contada na minha autobiografia. A Fundação fez um importante registro dessa celebração e da história do Ponto nesse link: https://lnkd.in/dg6VEjM5 Foi bonito ver a alegria contagiante de todos os presentes e, com isso, reafirmar o que sempre dizemos: O Território importa!

Que honra foi assinar, nesta segunda-feira, o livro de inauguração da Casa Sueli Carneiro.  Sueli, além de amiga, é conselheira da Fundação Tide Setubal. Uma pessoa que quanto mais conheço, mais admiro. A casa, agora aberta ao público, é o local onde Sueli morou por 40 anos e recebeu, nessa sua história, importantes lideranças do movimento negro e de mulheres negras. Sueli é uma referência no trabalho com o movimento negro brasileiro,  contribuindo na inserção das questões de gênero e raça nas políticas públicas do país. Agora, abre seu espaço de memórias e histórias para consultas, pesquisas, atividades culturais, educativas e para fortalecer ainda mais o seu legado. Espero que a Casa Sueli Carneiro seja cada vez mais prestigiada e reconhecida como um espaço necessário para o fortalecimento da nossa democracia. Para quem quiser conhecê-la, deixo aqui o link: https://lnkd.in/dZ4uB32W 📷 : drefilmes